A debandada foi comandada pela vereadora Maria Lúcia Scarpelli (PCdoB). No início da sessão, todos os 41 registraram presença - fato raro no Legislativo municipal -, porém, o quórum caiu para 19 depois de a parlamentar comunista conclamar os colegas a boicotarem a votação. "Vocês não podem virar as costas aqui. Se façam respeitar", esbravejou Scarpelli.
O discurso da vereadora contrastou com os gritos de protesto dos manifestantes que estavam nas galerias cobrando agilidade na votação. "Palavrão não é democracia. Eu quero ser respeitada", justificou Scarpelli.
A Proposta de Emenda à Lei Orgânica (Pelo) 15 abre o voto nos dois casos em que é garantido o sigilo atualmente: cassação de mandatos e apreciação de vetos do Executivo. A proposta é uma das principais demandas da sociedade e uma estratégias do Legislativo para melhorar sua imagem. Contudo, após a sessão de ontem, fica a sensação de que a "agenda positiva" não passa de discurso. O próprio presidente da Casa, vereador Léo Burguês (PSDB), não registrou presença após o pedido de verificação de quórum que confirmou apenas 19 parlamentares em plenário.
Mobilização. Com o clima tenso, os parlamentares reclamaram que os populares proferiam xingamentos e fizeram gestos obscenos. Os manifestantes negam. "Viramos as costas porque fizeram uma estratégia de protelar a votação do voto aberto. Fizeram a gente de palhaço", enfatizou Débora Vieira, do movimento Ocupe a Câmara.
Outros grupos também estiveram na Casa com faixas e cartazes para pressionar os vereadores pela aprovação da medida. Eles prometem voltar hoje, já que a proposta está novamente na pauta do plenário. "Não vamos desistir", afirmou o vereador Fábio Caldeira (PSB), líder da Frente Parlamentar Pelo Voto Aberto, em referência à sessão plenária de hoje.
Antes do clima de hostilidade entre vereadores e manifestantes, não foram poucos os discursos favoráveis ao voto aberto. As palmas recebidas das galerias não incomodaram nem interromperam os parlamentares.
RECOMENDAÇÃO
Venda de terrenos deixa pauta
No mesmo dia em que o Ministério Público de Minas Gerais por meio da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público recomendou ao prefeito e aos vereadores a não aprovação do projeto de lei 1.698 – que coloca à venda 91 imóveis de Belo Horizonte –, o vereador Tarcísio Caixeta (PT), líder de governo na Câmara, anunciou a retirada da proposta de tramitação na Casa.
"O projeto é importante, mas alguns pontos ainda geram questionamentos", justificou Caixeta, que disse, ainda, ter conversado com o prefeito Marcio Lacerda (PSB) antes de tomar a decisão.
Segundo o promotor que expediu a recomendação, Eduardo Nepomuceno, o caráter genérico da proposta legislativa não atende aos princípios constitucionais necessários. O promotor considerou, também, que é indispensável saber as "particularidades de situações fáticas e jurídicas existentes em cada um dos imóveis descritos no anexo legislativo". Nepomuceno exigiu, ainda, a apresentação de projeto de lei para cada um dos terenos. (LA)
"O projeto é importante, mas alguns pontos ainda geram questionamentos", justificou Caixeta, que disse, ainda, ter conversado com o prefeito Marcio Lacerda (PSB) antes de tomar a decisão.
Segundo o promotor que expediu a recomendação, Eduardo Nepomuceno, o caráter genérico da proposta legislativa não atende aos princípios constitucionais necessários. O promotor considerou, também, que é indispensável saber as "particularidades de situações fáticas e jurídicas existentes em cada um dos imóveis descritos no anexo legislativo". Nepomuceno exigiu, ainda, a apresentação de projeto de lei para cada um dos terenos. (LA)
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