Secretaria de Saúde de BH diz que só fiscaliza locais fechados
Sentado em um caixote de madeira na rua Saturnino de Brito, ao lado da rodoviária, no centro de Belo Horizonte, um homem de camiseta e bermuda passa despercebido com uma cartela azul nas mãos. Ele olha para os lados e distribui comprimidos a um cliente, enquanto conta notas de dinheiro com tranqüilidade. "Esse é o azulzinho, melhor que o Viagra original. Pode até tomar dois, porque vai fazer sucesso", empolga-se. É em tom de brincadeira que o homem, conhecido como Toninho, lidera o comércio do estimulante sexual Pramil, que tem a venda proibida no país e pode causar a morte em pessoas cardíacas.
Junto com ele, quatro agenciadores vendem o remédio na praça Rio Branco. A 200 m do lugar, está a Região Integrada de Segurança Pública (Risp). A reportagem foi ao local por dois dias e constatou que o medicamento pode ser encontrado avulso, ao preço de R$ 2, ou em cartelas de 20 compridos, que custam R$ 50.
Apesar de negar, o grupo age junto, dividindo tarefas. Nervoso e agitado, um deles, de 45 anos, é responsável por manter o olhar a policiais militares que circulam pela região. Mesmo com uma viatura parada na praça, o vendedor, de cabelos grisalhos, se movimenta a passos rápidos e repassa dez cartelas de Pramil a um cliente. "Tem que ficar de olho nos PMs. Se pinta algum problema, aviso os caras", diz.
Conforme Toninho, o grupo se concentra na praça sempre entre as 9h e as 15h, se revezando. "Acabei fazendo clientes fixos, em que vêm toda semana. Tem dias em que consigo tirar até R$ 300", diz. Questionado sobre a qualidade do produto, ele dá garantias. "Se tiver problema, (você) volta aqui em dois dias que eu pago o seu hospital", diz, em tom debochado.
Quando há pouco movimento na praça, a venda é explícita. Sem constrangimento, um homem identificado como Paulo oferece o "azulzinho" aos gritos. Questionado sobre a venda do remédio proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ele desconversa: "Só vendo relógios. Eu sou trabalhador. Imagina se vou ter envolvimento com crime?"
Junto com ele, quatro agenciadores vendem o remédio na praça Rio Branco. A 200 m do lugar, está a Região Integrada de Segurança Pública (Risp). A reportagem foi ao local por dois dias e constatou que o medicamento pode ser encontrado avulso, ao preço de R$ 2, ou em cartelas de 20 compridos, que custam R$ 50.
Apesar de negar, o grupo age junto, dividindo tarefas. Nervoso e agitado, um deles, de 45 anos, é responsável por manter o olhar a policiais militares que circulam pela região. Mesmo com uma viatura parada na praça, o vendedor, de cabelos grisalhos, se movimenta a passos rápidos e repassa dez cartelas de Pramil a um cliente. "Tem que ficar de olho nos PMs. Se pinta algum problema, aviso os caras", diz.
Conforme Toninho, o grupo se concentra na praça sempre entre as 9h e as 15h, se revezando. "Acabei fazendo clientes fixos, em que vêm toda semana. Tem dias em que consigo tirar até R$ 300", diz. Questionado sobre a qualidade do produto, ele dá garantias. "Se tiver problema, (você) volta aqui em dois dias que eu pago o seu hospital", diz, em tom debochado.
Quando há pouco movimento na praça, a venda é explícita. Sem constrangimento, um homem identificado como Paulo oferece o "azulzinho" aos gritos. Questionado sobre a venda do remédio proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ele desconversa: "Só vendo relógios. Eu sou trabalhador. Imagina se vou ter envolvimento com crime?"
Pramil é proibido há seis anos
A venda do Pramil é proibida no país pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde setembro de 2006. A decisão foi tomada, segundo o órgão, porque o produto, fabricado no Paraguai, contém alteração no sal, o que pode trazer riscos a pacientes com problemas cardíacos, possibilitar infartos e até casos de hemodiálise. Por isso, a venda é considerada contrabando e pode gerar prisão de um a quatro anos.
Segundo o urologista Francisco Guerra, do hospital Urológica Minas Gerais, o consumo do Pramil é perigoso. "Ele prejudica o sistema cardiovascular. Até o original, nem todo mundo pode tomar, porque potencializa a dilatação da oxigenação do coração, e o risco de parada cardíaca com morte é muito maior. O ideal é uma consulta médica antes de consumir", diz.(LS)
Segundo o urologista Francisco Guerra, do hospital Urológica Minas Gerais, o consumo do Pramil é perigoso. "Ele prejudica o sistema cardiovascular. Até o original, nem todo mundo pode tomar, porque potencializa a dilatação da oxigenação do coração, e o risco de parada cardíaca com morte é muito maior. O ideal é uma consulta médica antes de consumir", diz.(LS)
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