sábado, 2 de junho de 2012

PM executa ex-namorada a tiros e se mata em seguida em Sete Lagoas

Militar agiu por não aceitar o término do relacionamento. Jovem havia prestado queixa contra ele, que a estava ameaçando
Publicação: 01/06/2012 18:37 Atualização: 01/06/2012 23:30
Um jovem de 21 anos foi assassinada a tiros na tarde desta sexta-feira no Bairro Emília, em Sete Lagoas, Região Central de Minas. Ela já temia por sua integridade física e há cerca de um mês ela prestou queixa de ameaça contra o ex-namorado, que era soldado da Polícia Militar. Mas a denúncia não foi suficiente para impedir que o militar de 27 anos, há mais de 3 atuando na PM, cometesse o crime. Após assassinar a ex, ele cometeu suicídio.

“Ele estava pressionando a jovem a continuar o namoro. Ela se sentiu ameaçada e procurou o quartel para relatar a situação. Ela prestou queixa formal há aproximadamente um mês”, revela o chefe de comunicação do 25º Batalhão da PM, capitão Elias Lupi. Segundo ele, após a denúncia o soldado foi afastado do trabalho nas ruas e impedido de deixar o quartel armado. Ele passou a atuar no centro de comunicação da unidade, onde lhe era permitido o porte de arma.

No começo da tarde desta sexta-feira o soldado abandonou o serviço e seguiu para a casa da ex-namorada, portando uma pistola calibre 40, de propriedade da PM. “Ele saiu sem permissão, pois sequer avisou que estava saindo”, afirma o capitão Lupi. “O comportamento dele estava dentro da normalidade e não houve nada que nos sugerisse que ele poderia cometer algo assim”, acrescentou.

Ao chegar na casa da ex, o soldado atirou várias vezes contra ela e, em seguida, disparou contra a própria cabeça. Ambos morreram no local. A PM não informou se a jovem estava sozinha na casa quando o policial chegou, se houve algum tipo de discussão, bem como desconhece quantos tiros atingiram a jovem.

Ainda segundo o capitão Lupi, as famílias da jovem e do militar pediram que a identidade deles não fosse revelada à imprensa. Os corpos de ambos foram levados para o Instituto Médico-Legal de Sete Lagoas no começo desta noite e ainda não havia previsão de quando seriam liberados.

Outros crimes envolvendo PMs

Assassinato, posse de drogas, tentativa de homicídio, agressão física, estupro, pedofilia. Nas últimas semanas, pelo menos seis policiais militares protagonizaram crimes diversos em Minas Gerais. Um soldado e um cabo do 39º Batalhão foram presos por estupro, lesão corporal e invasão domiciliar. Uma grávida de 18 anos, moradora de um aglomerado no Bairro Santa Cruz, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, denunciou que foi abusada sexualmente pelo soldado que entrou na casa em que ela estava, com o namorado e uma amiga, no dia 22 de maio. Ela estava na residência acompanhada do namorado dela e de uma amiga. Conforme a versão da jovem, o namorado tentou salvá-la do estupro, mas foi agredido pelo cabo. Além desse crime, na casa do cabo também foram encontradas drogas e munição ilegal.

Na capital, dois soldados foram presos suspeitos de roubar pedestres na Avenida Cachoeirinha e na Rua Ester de Lima, na Região Nordeste de Belo Horizonte. Os PMs foram presos depois de reconhecidos por vítimas de dois assaltos, quando os militares roubaram celulares e dinheiro.

Ainda na capital, um cabo da PM atirou contra a cabeça do próprio filho, um adolescente de 17 anos no Bairro Glória, Região Noroeste. O policial, que estava em processo de separação da mulher, mãe biológica do garoto (o militar não é pai biológico dele, mas o registrou como filho) foi preso após se apresentar espontaneamente à corporação. A PM tratou o caso como uma fatalidade, pois o militar afirmou que o disparo ocorreu acidentalmente.

Em Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, um sargento de 51 anos, 30 deles dedicados à corporação, pode ser expulso da PM se comprovada denúncia de que ele abusava sexualmente de um adolescente de 16 anos, portador de necessidades especiais. A vítima, que estuda na APAE da cidade junto com um filho do militar, também deficiente, revelou que participava de orgias sexuais na casa do policial. Esta é a segunda vez que o sargento é denunciado por crime de pedofilia. A primeira vez foi de uma menina de 12 anos. (Com Luana Cruz)