Em Minas, Mineirão recebe mais investimentos que a saúde
Vista aérea do estádio do Mineirão, na Pampulha

Minas Gerais vai receber, ainda neste ano, investimentos de cerca de R$ 787 milhões para melhoria na área da saúde pública. As medidas, anunciadas ontem pelo governo federal, serão destinadas à infraestrutura, uma das principais reivindicações do segmento médico. Porém, a quantia ainda é inferior à empregada na reforma do Mineirão e na construção de um viaduto de acesso, avaliadas em R$ 796 milhões.

Estado reconhece a importância do valor destinado pelo Ministério da Saúde, mas informa que o montante é insuficiente para esgotar a necessidade de estruturação física das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Minas Gerais. Da verba anunciada pela União, R$ 235 milhões serão aplicados na ampliação, reforma e construção de UBS.

“Para a atenção primária à saúde, certamente o valor é de grande importância, mas não é suficiente”, informa a SES, em nota. Por isso, alega o governo de Minas, é igualmente importante o papel do Estado, “que tem apoiado os municípios na construção de UBS por meio do Programa Saúde em Casa, desde 2005”

O restante da quantia prometida pelo governo federal (R$ 552 milhões) será utilizado para modernizar e equipar hospitais e Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs). O montante anunciado pela União, a todos os Estados, soma R$ 7,4 bilhões, já contratados para a construção de 818 hospitais, 601 UPAs e 15.977 UBS.

Mais recursos

Até o fim do ano, mais R$ 7,6 bilhões deverão ser anunciados, para a reforma de Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e de 14 hospitais universitários.

A Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) entende que o problema da saúde pública no Brasil passa não apenas pela falta de profissionais, mas pela escassez de investimentos em estrutura. Para o presidente da entidade, Lincoln Lopes Ferreira, os médicos estrangeiros anunciados pela União deveriam passar pelo processo de revalidação de diploma. “Do contrário, essas pessoas vão exercer a medicina ilegalmente”.