quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Durante comício em BH, Dilma diz que política mineira nunca foi "tão pequena"


A presidente discursou durante cerca de 25 minutos ressaltando os vínculos com Minas e com a capital, onde, segunda ela, aprendeu a dar os primeiros passos

Publicação: 03/10/2012 21:51 Atualização: 03/10/2012 23:10
Dilma disse que só deixou Belo Horizonte por causa das perseguições  (Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press)
Dilma disse que só deixou Belo Horizonte por causa das perseguições

"Não vim aqui falar mal de ninguém, só bem do Patrus". Esta foi a promessa da presidente Dilma Rousseff em seu discurso na noite desta quarta-feira, durante comício realizado pela coligação "Frente BH Popular" na Praça da Febem, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte. No entanto, carregando no "mineirês", a madrinha de Patrus Ananias (PT) pediu licença e aproveitou parte dos 25 minutos no palanque para se defender dos ataques da oposição, criticando o atual cenário político de Minas Gerais. "Nunca antes no nosso estado a política foi tão pequena", disparou.

Durante sua fala, Dilma Rousseff ressaltou em diversos momentos que nasceu e cresceu em Minas Gerais, respondendo, sem citar nomes, à crítica feita pelo senador Aécio Neves (PSDB), principal padrinho da coligação "BH segue em frente", do atual prefeito Marcio Lacerda (PSB), que na última semana definiu a participação da presidente na campanha de Patrus como uma "interferência estrangeira". "Isto é mentira e eles não serão capazes de apagar minha certidão de nascimento, meus amigos e minha família", destacou a petista. "Quem ficar espalhando estas mentiras vai pagar com a língua", completou.

Dilma ainda fez questão de lembrar que deixou Belo Horizonte e mudou-se para o Rio Grande do Sul por causa da perseguição no período da ditadura e não para "tirar férias". "Na minha veia corre o sangue de Minas e é por que corre o sangue de Minas que sou capaz de ser presidente de todos os brasileiros", afirmou, inflamando os três mil militantes que compareceram ao local. Ela ainda completou dizendo ter "orgulho de ser mineira".

Com a voz bastante firme, e usando frases como "vou dizer procês", Dilma disse que os adversários não têm o direito de determinar quem é ou não é mineiro. "Ninguém pode achar que é dono de Belo Horizonte, de Minas Gerais. Se vocês aceitarem que essas pessoas se dêem o direito de chamar quem é daqui de Minas de estrangeiro, vocês vão acordar e só vai ter um mineiro que é ele. Não vai ter mais ninguém", cutucou.

Além da presidente, também subiram ao palanque e assumiram o microfone o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB); o presidente do PSD, Paulo Simão; o presidente municipal do PMDB, Leonardo Quintão; o vice-prefeito de Belo Horizonte e presidente do PT na cidade, Roberto Carvalho; o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT); o ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Nilmário Miranda; além de Patrus Ananias (PT) e seu vice, Aloísio Vasconcelos (PMDB).

Metrô
A petista ainda rebateu o que, segundo ela, "é mentira da grossa", sobre o não envio de recursos do governo federal para as obras do metrô da capital. "O governo federal, do orçamento dele, tirou do bolso dele, não é financiamento, botou R$ 1 bilhão, fora o financiamento", disse. Sobre o repasse de recursos para obras no Anel Rodoviário, a presidente disse que vai exigir a contrapartida de assentar as pessoas que moram atualmente às margens da rodovia.

Patrus


Agradecido pelas presenças de Dilma e do vice-presidente Michel Temer (PMDB), o ex-ministro do Desenvolvimento e Combate à Fome, Patrus Ananias (PT), aproveitou sua fala para ressaltar o apoio e dizer que a presidente era bem vinda a "sua cidade". "Não é qualquer campanha que traz a Belo Horizonte a belo-horizontina e mineira, presidenta da república, e um paulista de dimensão nacional que é o vice-presidente, Michel Temer", disse, chamando a militância para convencer as pessoas das diferenças entre as duas campanhas.

Patrus voltou a ressaltar que quando foi prefeito não recebeu recursos do governo federal, a não ser os repasses previstos na constituição para saúde e educação. Segundo ele, atualmente o governo federal repassa cerca de R$ 34 bilhões para o estado e que desse total, a capital fica com R$ 3 bilhões e que "muitas vezes não são aplicados".

Royalties da mineração

A presidente Dilma aproveitou o discurso para esclarecer o veto à Medida Provisória 563 que alterava as regras para a cobrança da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), tributo pago pelas empresas mineradoras aos municípios, estados e à União. Segundo ela, o projeto apresentava falhas e as empresas poderiam entrar na Justiça e com a anulação não haveria nenhum pagamento, por isso o veto. Dilma anunciou que vai fazer a "Lei da Mineração". Conforme a presidente, na nova lei, as empresas vão pagar royalties de minério nos mesmos moldes dos royalties do petróleo, aumentando o repasse de recursos. "Não há hipótese de não colocarmos para o Congresso uma lei de mineração", prometeu.

Médicos planejam boicote aos planos de saúde


Publicação: 04/10/2012 06:00 Atualização: 04/10/2012 06:52
Brasília – Os beneficiários de planos de saúde devem ter novas dores de cabeça na utilização dos convênios. Já prejudicados pela dificuldade de agendamento de consultas e a falta de estrutura dos planos — o que levou à suspensão da comercialização de 301 deles determinada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na terça-feira —, os consumidores podem ter os convênios recusados pelos médicos. Os profissionais de todo o país devem suspender os atendimentos vinculados aos planos de assistência médica entre os dias 10 e 25, como protesto pela inadimplência e abusos das operadoras e seguros de saúde. Em Minas, a suspensão do atendimento vai vigorar entre os dias 10 e 18. Nesse período serão feitos apenas atendimentos de urgência e emergência. Pacientes com consultas marcadas serão previamente informados da suspensão do atendimento, podendo ter os procedimentos reagendados.

A decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de aumentar a pressão sobre os planos de saúde para evitar irregularidades no agendamento de consultas e exames ainda não é suficiente para botar ordem na casa e barrar as dores de cabeça a que são expostos, diariamente, os consumidores. Mesmo tendo suspendido 301 convênios administrados por 38 operadoras na terça-feira, a medida não resolve os problemas estruturais do setor, sobrecarregado e com uma rede de atendimento precária.