terça-feira, 24 de abril de 2012

Jornalista é executado a tiros em São Luís


Décio Sá trabalhava em O Estado do Maranhão e cobria política no jornal

Publicação: 24/04/2012 01:13 Atualização: 24/04/2012 01:19
Jornalista tinha um dos blogs mais acessados do estado (Reprodução da internet/Blog do Décio)
Jornalista tinha um dos blogs mais acessados do estado
O jornalista e blogueiro Décio Sá foi assassinado na noite desta segunda-feira no bar Estrela D'Alva, na Avenida Litorânea, em São Luís, no Maranhão. Segundo testemunhas, ele estava sentado quando, por volta de 23h30, um homem chegou caminhando, apontou uma arma e atirou duas vezes contra a cabeça do jornalista, que morreu na hora. Depois, o matador fugiu em uma moto. Ainda de acordo com as testemunhas, um comparsa aguardava o atirador do outro lado da pista.

Curiosos, amigos, jornalistas e o secretário de segurança, Aluísio Mendes, foram ao local ao saber da morte de Décio. A polícia organizou diligências na madrugada para tentar prender os criminosos.

Décio Sá era repórter do jornal O Estado do Maranhão. No seu blog pessoal, colecionava milhares de acessos e algumas polêmicas pelo estilo crítico dos seus textos e dos assuntos que explorava. Ele dedicava o trabalho a cobrir a política do Maranhão. Durante a carreira ganhou a simpatia de muitos e a antipatia de outros tantos. 

Décio Sá se formou na Universidade Federal do Maranhão. Além de O Estado, jornal que em que trabalhava como repórter de política há quase uma década, também foi repórter de O Imparcial, dos Diários Associados.

Jornalistas e autoridades se indignam com morte

Jornalistas maranhenses estão indiganados com o crime contra o colega de profissão Décio Sá. Pelo Twitter, dezenas de postagens condenam o atentado e pedem respeito aos profissionais de imprensa do Maranhão. 

"Estou vendo agora a notícia sobre o Décio Sá e ainda não estou acreditando", disse o jornalista Clodoaldo Corrêa. "No Maranhão, se fala morre. Se cala, morre do mesmo jeito, num pântano de silêncios. Chocado com a execução do jornalista", comentou o jornalista Alex Palhano. 
 
E mais: "Esse é um crime contra os jornalistas e contra a liberdade de expressão. Não podemos aceitar", criticou Wal Oliveira.

Mário Macieira, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional no Maranhão, chamou a execução de "crime de pistolagem".

Sumiço de cinco jovens pode ser criminoso


Três moças e dois rapazes, entre 21 e 28 anos, deixaram o Espírito Santo na sexta-feira e deveriam ter chegado à Bahia

Publicação: 24/04/2012 07:29 Atualização: 24/04/2012 07:33
 (Reprodução Facebook)

Vitória 
– Uma ação criminosa pode ser a causa do desaparecimento de cinco jovens que seguiam de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, em direção a Prado, no litoral sul da Bahia, na noite de sexta-feira. A hipótese foi apresentada pelo delegado titular do Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de São Mateus (ES), que assumiu o caso. O grupo saiu da cidade por volta das 19h de sexta-feira e até ontem não deu sinal aos familiares.

“Eles estavam indo para a casa de amigos. Não iriam desviar de caminho, fazer outro trajeto. Alguma coisa séria aconteceu”, diz Conceição de Paula, mãe de Amanda. “Foi passando o tempo e eles não chegaram. Começamos a ligar e não conseguimos falar”, conta Doralice Ribeiro, mãe de Isadora. Na polícia, os pais registraram o desaparecimento dos filhos.

Segundo o delegado, eles foram vistos, pela última vez, em um posto de combustível na cidade baiana de Itabatã. “Funcionários confirmaram que os jovens estiveram no local. Nós trabalhamos com todas as linhas de investigação, principalmente a de roubo, já que na região são comuns os casos de roubos de carros”, destacou o delegado. O policial também destacou que a rodovia foi rastreada, mas não se encontrou nenhum indício de acidente.

HELICÓPTEROS 

Ele acrescentou que a partir de hoje a investigação será em conjunto com a polícia da Bahia. “Helicópteros da Polícia Militar da Bahia sobrevoaram a região domingo, mas não encontraram nenhum sinal dos jovens. Vamos continuar ouvindo testemunhas e reforçar o trabalho com a atuação da polícia da Bahia”, afirmou Lubi. Estão desaparecidos Amanda Oliveira, de 22 anos, Izadora Ribeiro, 21, Marllonn Amaral, 21, Rosaflor Oliveira, 24, e André Galão, 28. Eles estavam em um Fiat Punto de cor bege, placa ODC 6985, e viajavam para a casa dos pais de Izadora, onde iriam participar de uma festa de aniversário da mãe da jovem, no sábado.

Os familiares ainda tentaram ligar para os telefones celulares do grupo, mas todas as ligações caíram na caixa postal. Para informar sobre a localização dos cinco jovens, basta entrar em contato com a Delegacia de Pessoas Desaparecidas, em Vitória, pelo telefone (27) 3137-9065, ou para o disque-denúncia da Secretaria de Segurança Pública, pelo telefone 181. A identidade da testemunha permanecerá em sigilo.

Ocupantes denunciam ameaças de traficantes



Publicado no Jornal OTEMPO em 24/04/2012
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JHONNY CAZETTA
Ocupantes de um terreno na Vila Santa Rita, no Barreiro, em Belo Horizonte, denunciaram ontem pressão de traficantes pela desocupação da região. A área foi invadida por 350 pessoas na madrugada do último sábado.

"Foi uma tentativa de invasão à nossa ocupação por pessoas ligadas ao tráfico aqui no Barreiro. A polícia nos deixou sem segurança e, por sorte, nada aconteceu", afirmou Leonardo Péricles, um dos líderes do movimento.

Segundo Péricles, um grupo de ocupantes conseguiu negociar a saída dos traficantes. "Conversamos com eles e fizemos com que fossem embora. A polícia só chegou quando ninguém mais estava aqui".

A Polícia Militar informou que o patrulhamento na região está sendo realizado em tempo integral e que os policiais que estavam de plantão não perceberam a ameaça. A prefeitura da capital informou que espera decisão da Justiça sobre um pedido de reintegração de posse do local.

Traficantes expulsam 14 moradores de uma família na Vila Cafezal


Quatro mulheres e dez crianças fugiram de casa, com a roupa do corpo, após intimidação de bandidos armados, Coloquem a ROTAM lá de novo, falta rotam no morro.


FREDERICO HAIKAL
Vila Cafezal
Moradoras da casa no Cafezal, zona sul de BH, dizem que estão com medo de voltar para a vila


“Cada revólver tem uma bala guardada esperando um desses meninos”. Foi assim que cinco bandidos armados criaram o terror e expulsaram uma família de casa na Vila Cafezal, no aglomerado da Serra, na zona Sul de Belo Horizonte. Vivendo sob domínio do tráfico e constantes ameaças, 14 pessoas, sendo quatro mulheres e dez crianças, fugiram da própria residência só com a roupa do corpo.

O drama vivido pelos moradores do Cafezal –que estão há quatro dias escondidos na casa de um conhecido–, no entanto, não é uma ocorrência isolada. Cada vez mais a lei do tráfico dita as regras, fazendo com que famílias inocentes, sem envolvimento com a criminalidade, paguem um alto preço. Levantamento feito, no ano passado, pela prefeitura e as polícias Civil e Militar identificou que 149 famílias de BH foram retiradas de casa à força, após ameaças de morte.

Há duas versões para o mais recente episódio de expulsão, na Vila Cafezal. Segundo uma mulher que morava no local com as três filhas, os criminosos acreditam em uma possível denúncia feita à polícia sobre a atuação do tráfico na região. A Polícia Militar, entretanto, informou que um sobrinho da família tinha envolvimento com drogas, e a intimidação seria um acerto de contas.

No início da manhã da última quinta-feira, os moradores perceberam que não havia energia elétrica na casa e que o telefone fixo estava inoperante. Um deles tentou conversar com usuários de drogas da região para saber se eles haviam roubado os fios da rede telefônica. Ele disse aos viciados que a família iria registrar um boletim de ocorrência. Horas depois, na parte da tarde, cinco bandidos invadiram a casa e fizeram as ameaças.

“Eles falaram que já estávamos com hora extra, que já estávamos morando ali há muito tempo e isso ia acabar na base da bala”, contou uma das moradoras. Segundo ela, à noite houve mais uma investida dos bandidos, com novas ameaças. Em seguida, os traficantes teriam ficado em um beco, jogando bombas na casa. Foi então que todos resolveram fugir.

A família reclama que a PM teria apenas feito uma escolta para que eles voltassem, no último sábado, com o caminhão da mudança. “Acionamos a polícia, registramos a ocorrência, mas eles se limitaram a ajudar na mudança, em vez de prender os bandidos”, disse a mulher.

O tenente-coronel Filho, responsável pelo policiamento na região, negou a versão da família e disse que a polícia teria sido acionada somente após o caminhão da mudança chegar ao local. “Somente naquele momento ficamos sabendo do que tinha ocorrido. Não podíamos obrigá-los a ficar em casa”. Segundo o oficial, a PM já identificou os criminosos e trabalha para prendê-los o quanto antes.

Recuperação em marcha lenta das rodovias federais, enquanto isto perdemos, amigos, colegas e familiares


Nenhuma das 20 concorrências lançadas pelo Dnit este ano para dar manutenção nas BRs de Minas saiu do papel. Pior que isso: antes mesmo de começar, um quarto delas já está suspenso

Publicação: 24/04/2012 06:00 Atualização: 24/04/2012 06:44
Veículo 'decola' ao passar por irregularidade na pista da BR-262, uma das estradas que têm contrato de recuperação ainda em fase preliminar (Renato Weil/EM/D.A Press )
Veículo "decola" ao passar por irregularidade na pista da BR-262, uma das estradas que têm contrato de recuperação ainda em fase preliminar

Apenas uma das 20 licitações lançadas neste ano para reformar e dar manutenção em estradas federais mineiras pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) teve processo de seleção de empreiteira finalizado. Mas nem por isso se transformou ainda em obra. Outras cinco concorrências, o que equivale a um quarto do total, já foram suspensas ou revogadas por discrepâncias no edital e problemas entre as empresas habilitadas. Como mostrou o Estado de Minas em sua edição de ontem, quatro desses cancelamentos dizem respeito aos projetos do Contrato de Reabilitação e Manutenção de Rodovias (Crema) 2ª etapa, considerado a maior intervenção para revitalizar a malha federal no país, da qual, por enquanto, o estado ficou sem nenhuma obra. A totalidade dos processos inicialmente previstos para Minas abrange  1.864,5 quilômetros em 19 trechos de rodovias, cujos contratos, se fossem executados, custariam R$ 445,4 milhões.( continue lendo).

Ocorrências de ataque a caixas eletrônicos aumentam 114% em Minas


Polícia Civil pede ajuda à PF e ao Exército para rastrear origem de dinamite usada pelas quadrilhas

Publicação: 24/04/2012 06:00 Atualização: 24/04/2012 08:22
Ataques a caixas eletrônicos fazem supermercado suspender o abastecimento das máquinas (Marcos Michelin/EM/D.A Press. Brasil)
Ataques a caixas eletrônicos fazem supermercado suspender o abastecimento das máquinas
Criminosos estão deixando o maçarico de lado e usando arsenal de guerra nos ataques a caixas eletrônicos. Nos últimos seis dias foram quatro investidas contra terminais fora de agências bancárias em Minas Gerais, todos com dinamites e bombas,  duas só na madrugada de ontem, em Ibirité e Betim, na Grande BH. A ação explosiva contra esses equipamentos está se alastrando com velocidade de rastilho de pólvora e contribuiu para um aumento de 114% dos assaltos no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2011. O crescimento levou a Polícia Civil a mudar de estratégia para tentar impedir a ação de quadrilhas e buscar ajuda da Polícia Federal e do Exército, que controlam e fiscalizam o comércio de explosivos. Em BH, uma rede de supermercados proibiu a reposição de dinheiro nos caixas para evitar a ação de criminosos.
Por volta da 0h30 de ontem, criminosos invadiram uma farmácia na Avenida Ítalo Bernardes, em Ibirité, e explodiram um caixa 24 horas. Segundo a PM, eles não conseguiram tirar o dinheiro do equipamento, mas roubaram R$ 580 da loja. Com a explosão, parte do teto da drogaria caiu e muitos medicamentos foram destruídos. Duas horas depois, em Betim, quatro homens explodiram um caixa do Bradesco, em frente a um shopping. A polícia não sabe informar a quantia roubada. O grupo fugiu em um Palio, pela BR-381, no sentido São Paulo. 

Veja as fotos de ataques a caixas em Minas, continue lendo

Carlinhos Cachoeira contava com rede de proteção de policiais regada a propina em Goiás


Publicação: 24/04/2012 06:00 Atualização: 24/04/2012 07:27
Para movimentar cerca de R$ 400 milhões nos últimos seis anos com a exploração do jogo ilegal no país, o esquema de Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, contou não apenas com a ajuda de parlamentares, mas recebeu também cobertura exatamente daqueles que deveriam impedir que fosse adiante: agentes das forças de segurança do Estado em Goiás, em especial de policiais militares.
 Além de pagamento de propina para policiais militares, civis e federais, o contraventor indicou apadrinhados para promoção e influenciou na escolha dos nomes para postos de comando, segundo relatório da Procuradoria da República em Goiás. Seja de forma ostensiva, com ações contra organizações que dividiam espaço com Cachoeira no negócio do jogo ilegal, seja de maneira velada, com a divulgação de informações sigilosas sobre operações policiais, a tranquilidade dos contraventores era assegurada pelos agentes da lei, numa rede que chegou a ter sete policiais civis, sete federais e 28 policiais militares.

O pagamento de propinas – que variavam de R$ 200 a até R$ 5 mil mensais, dependendo não só da patente como da função ocupada – a policiais deu ao chefe da jogatina do Brasil voz de comando nas forças policiais em Goiás. Diálogos gravados pela Polícia Federal durante investigações da Operação Monte Castelo – que desarticulou a organização criminosa, em fevereiro –, mostram a força do contraventor até diante do comandante regional da Polícia Militar de Valparaíso de Goiás. Em uma das conversas, inconformado com a troca de comando que alçou ao cargo o tenente-coronel Alberto Carlos Clemente, Cachoeira chama o oficial de “imbecil” e determina ao seu segundo homem, o gerente Lenine Araújo de Souza, que o obrigue a colocar na rua operação policial de seu interesse.
"Eu quero" 
Sempre atento à movimentação de peças-chaves no comando da Polícia Militar, Cachoeira revela, em outra conversa com Lenine, ter intimidade com o então comandante do Policiamento da Capital, tenente-coronel Massatoshi Sérgio Katayama, que até a Operação Monte Carlo sonhava chegar ao posto de comandante-geral da PM naquele estado. Em uma conversa, Katayama cobrou de seu auxiliar Milton Antônio Ananias uma moto que o grupo do contraventor havia lhe prometido. O tenente-coronel pediu afastamento do cargo no dia da deflagração da Operação Monte Carlo e afirmou que o contraventor era apenas seu “informante” na área de jogos.
Ordens 
Interesses da organização criminosa eram defendidos também por integrantes da Polícia Federal em Goiás que forneciam informações sobre o que estava sendo planejado no combate à exploração dos jogos ilegais. Delegados da PF recebiam ordens de Cachoeira, que chegou até a escolher a data das operações, revelam os diálogos apresentados no inquérito do Ministério Público Federal em Goiás.
A divulgação de informações falsas pelos próprios delegados com objetivo de atrapalhar investigações do órgão também foram denunciadas pelo MP.
Reação 
As corregedorias das polícias Civil e Militar de Goiás já instauraram procedimentos administrativos para apurar o envolvimento dos policiais no esquema comandado por Cachoeira. Os 35 suspeitos foram afastados de suas funções por tempo indeterminado. De acordo com o delegado chefe da Comunicação da PC goiana, Norton Luiz Ferreira, a expectativa é de que as investigações sejam concluídas em 30 dias. “Para a instituição, essa é uma situação vexatória e temos que cortar o mal”, afirmou o delegado.
A punição prevista em lei vai desde uma advertência até a exoneração do cargo. A mesma pena pode ser aplicada aos militares. Segundo o assessor de Comunicação da PM, tenente-coronel Onésio Barbosa da Cruz Júnior, integrantes do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também participam das investigações para garantir “maior transparência” nos atos. “A PM tem muito interesse em esclarecer tudo. Já fizemos a solicitação de todos as provas para usar nos procedimentos administrativos e de polícia judiciária militar”, disse. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Federal, os policiais foram presos em 29 de fevereiro, indiciados e denunciados pelo Ministério Público Federal. (Colaborou Isabella Souto)