sábado, 28 de abril de 2012

Relógio Rolex é encontrado em partes intimas de suspeita de assalto



Flávia Morandi, de 37 anos, cumpriu pena por tráfico de drogas e estava em prisão domiciliar desde janeiro de 2011


POLÍCIA CIVIL / DIVULGAÇÃO
patricia morandi suspeita assalto
Patrícia Morandi aparece em fotos usando peruca, como a mulher filmada no assalto
Ficam mais fortes as evidências de que Flávia Morandi, de 37 anos, presa na quinta-feira (26) por tentativa de homicídio, seja a mesma mulher que participou do assalto à joalheria Manoel Bernardes, no Pátio Savassi, na terça-feira. De acordo com a Polícia Civil, durante depoimento, que ocorreu na 4º Delegacia de Polícia Civil do bairro Floramar, ela teria revelado que escondia um relógio dentro das partes íntimas. A PC não quis revelar se o acessório é valioso, mas segundo reportagem da Rádio Itatiaia, ele seria da marca Rolex, a mesma comercializada na joalheria assaltada.

No dia da prisão, o sargento PM Henrique Rodrigues revelou que no celular de Flávia havia fotos dela usando peruca. A mulher filmada pelas câmeras de segurança da joalheria assaltada usava cabelo postiço.

Flávia Morandi está presa desde a madrugada desta sexta-feira (27) no Ceresp Centro-Sul. A mulher teve prisão preventiva decretada e aguarda pelas investigações. A Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds) confirmou que a suspeita tem antecedentes criminais. Ela ficou presa de agosto de 2009 a janeiro de 2011 por tráfico de drogas no Presídio de Vespasiano. Ainda de acordo com a Seds, Flávia cumpria prisão domiciliar desde 27 de janeiro de 2011.
  
A Polícia Militar desconfiou que Flávia Morandi possa ser a mesma mulher do assalto à joalheria em decorrência de suas características físicas e pela situação em que ocorreu a prisão, na quinta-feira. De acordo com o capitão PM Paulo César Nascimento, do 13º Batalhão, Flávia foi presa depois de atacar um menino de 3 anos e a mãe dele. A agressão teria acontecido porque Adriana Rodrigues Silva, de 26 anos, teria negado hospedagem à suspeita. O pedido de abrigo teria sido feito pelo marido de Adriana, que está em Portugal. Ainda de acordo com a polícia, Adriana disse que não conhecia Flávia e que ficou nervosa ao vê-la atacar o filho.

Baleada em joalheria teme voltar ao trabalho

A funcionária da joalheria Manoel Bernardes do Pátio Savassi, L.J.S., de 43 anos, que foi baleada durante o assalto de terça-feira está em casa e passa bem. Traumatizada, ela não deve voltar ao trabalho, por enquanto. As informações são de uma pessoa próxima à vítima, que pediu para que não fosse identificada.

Segundo essa pessoa, que desmente a versão de que a vendedora havia tentado acionar o alarme da loja, L.J.S. não desconfiou da ação dos bandidos. “Ela estava atendendo normalmente, como faz com todos os clientes que entram na loja. Quando se virou para chamar, pelo interfone, a funcionária que fica no cofre, recebeu o tiro”, contou. Ela afirma que a intenção da assaltante era de matar a vendedora.

A mulher que atirou, também teria mirado a arma para um outro funcionário da joalheria, mas não o fez, já que o rapaz que a acompanhava já havia quebrado os expositores e pegado o material desejado.

L.J.S. foi internada no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS) e não pôde ser transferida para um hospital particular, como desejava a família, pela complexidade do quadro de saúde. A bala, que perfurou a barriga da vendedora e saiu pelas costas, não atingiu nenhum órgão.

Carreta sem controle mata equipe de reportagem da TV Bandeirantes



Acidente ocorreu em Farroupilha, no Rio Grande do Sul, e deixou outros sete jornalistas feridos, além de policiais civis


RICARDO WOLFFENBÜTTEL/AGÊNCIA RBS/AE
Acidente - Band
Além do carro da Band, a carreta atingiu também outros veículos de reportagem e da Polícia Civil


Um grave acidente envolvendo sete veículos matou um cinegrafista e um repórter da TV Bandeirantes na manhã desta sexta-feira (27), em Farroupilha, no Rio Grande do Sul. Segundo o Comando Rodoviário da Polícia Militar, um caminhão desgovernado atingiu três veículos da imprensa e três viaturas da Polícia Civil que estavam acompanhando uma operação do Departamento de Investigação do Crime Organizado (Deic).

Os veículos foram atingidos por um caminhão que transportava uma carga de laranjas e não conseguiu frear. O carro da equipe de televisão foi esmagado, matando, na hora, o repórter Enildo Paulo Pereira, o "Paulão", e o repórter cinematográfico Ezequiel Barbosa. Um veículo da equipe do SBT que estava próximo ao caminhão conseguiu desviar, parando a dois metros de uma ribanceira.

Pelo menos outras sete pessoas ficaram feridas sendo dois motoristas do Grupo RBS, o repórter da Rádio Gaúcha Cid Martins, um fotógrafo e um repórter do jornal Diário Gaúcho, e dois policiais civis. Já o condutor do caminhão teve ferimentos leves. De acordo com a Polícia Militar, ele foi submetido ao teste do bafômetro, que não  constatou o consumo de álcool. No entanto, os policiais teriam encontrado dentro da cabine dois comprimidos de estimulantes, conhecidos como "rebite".

 

Falha da Justiça facilita fuga de assaltante de penitenciária mineira


Gilcimar da Silva deixou a Nelson Hungria, em dezembro, pela porta da frente, acompanhado de supostos policiais


ARQUIVO
gilcimar silva
Gilcimar da Silva é apontado como um dos bandidos mais perigosos do Estado
Após quatro meses vem à tona a notícia da fuga de um dos bandidos mais perigosos de Minas Gerais. Gilcimar da Silva estaria foragido desde 21 de dezembro do ano passado, quando policiais do Estado do Piauí teriam vindo até a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Minas Gerais para realizar a transferência do preso para a Penitenciária Mista de Parnaíba.

As circunstâncias da fuga ainda não foram esclarecidas, mas segundo entrevista do procurador de Justiça André Ubaldino à rádio Itatiaia, esta informação não oficial teria chegado à Procuradoria na semana passada. As primeiras informações dão conta de que os homens que realizaram a transferência de Gilcimar da Silva não seriam policiais militares.

Gilcimar da Silva é apontado como chefe de uma das maiores quadrilhas de roubo a bancos do país. Ele estava foragido desde 2006 quando foi preso após assaltar uma agência do Banco do Brasil, em Belo Horizonte, fazendo vários reféns. Em agosto de 2011 ele foi localizado e preso na capital paulista e trazido para Minas Gerais.

Segundo nota da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), a transferência do preso foi oficiada pelo juiz de Direito da Vara de Execuções Criminais (VEC) de Belo Horizonte, Guilherme de Azeredo Passos. "O juiz da VEC da capital, recebeu os pedidos da Justiça do Piauí, assinados pelo juiz da 1ª Vara Criminal daquela comarca, José Ribamar Oliveira Silva, fez a avaliação da documentação e anexou uma cópia ao pedido de transferência feito à superintendência".

Ainda de acordo com a Seds, Gilcimar da Silva deixou a Penitenciária Nelson Hungria escoltado pelos policiais militares do Piauí, Raimundo Nonato de Souza e Washington Antônio Rodrigues dos Santos. A secretaria garantiu que o preso só saiu da penitenciária após procedimento padrão para a liberação de detentos, ou seja, com avaliação de documentação de transferência emitida pela Justiça e com conferência da identidade e matrícula dos policiais piauienses e se os mesmos prestavam serviços para o Piauí

A assessoria de imprensa da Seds informou que a partir do momento em que o preso deixou a penitenciária por meio de uma determinação judicial a responsabilidade pelo detento não é mais da Secretaria. Ela não soube dizer se Gilcimar da Silva chegou ao Estado do Piauí.

BH está entre as cidades onde se gasta mais tempo para chegar ao trabalho


Pela primeira vez Censo mede detalhadamente tempo de deslocamento casa/trabalho e põe a Grande BH entre as três piores posições no país. Mas o mesmo levantamento mostra uma década em que mineiros e brasileiros avançaram em conforto, rendimento, educação e saúde

Márcia Maria Cruz - Estado de Minas
Publicação: 28/04/2012 07:00 Atualização:
Quando o relógio é o carrasco: a vendedora Lourdes da Silva está entre mineiros que perdem mais de uma hora no trânsito  (Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Quando o relógio é o carrasco: a vendedora Lourdes da Silva está entre mineiros que perdem mais de uma hora no trânsito

Da casa para o trabalho, do trabalho para a casa e, nesse intervalo, um bom tempo que fica pelo caminho. É assim a rotina da maioria dos moradores da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), onde mais da metade dos trabalhadores (52,3%) gasta pelo menos meia hora para voltar para a moradia. Para boa parte dessas pessoas (18,5%), o trajeto é ainda mais penoso, com mais de uma hora desperdiçada no trânsito. Os dados, que todos sentimos no dia a dia de ruas cada vez mais congestionadas, estão retratados no Censo 2010 e foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A situação só é pior nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde 28,6% e 28,5% dos trabalhadores, respectivamente, levam mais de 60 minutos até chegar, finalmente, ao “lar, doce lar”.

De acordo com a coordenadora da Supervisão de Divulgação do IBGE em Minas, a demógrafa Luciene Longo, pela primeira vez o instituto de pesquisa traz detalhamento tão aprofundado desses dados. Se analisada separadamente das demais cidades da Grande BH, a capital não escapa da penúria: está em quinto lugar entre as capitais em que a população ocupada gasta mais de uma hora no deslocamento para o trabalho. Em Belo Horizonte, 16,6% das pessoas cumprem essa via crucis diariamente, sendo que 53,9% passam pelo menos 30 minutos no caminho entre o emprego e a casa. Em Minas Gerais como um todo, o desgaste dos trabalhadores nesse aspecto é um pouco menor. Segundo o censo, 55% dos mineiros gastam entre seis e 30 minutos no deslocamento até o trabalho e apenas 8,6% levam mais de uma hora para cumprir o trajeto.
O índice de Minas é melhor que a média nacional, em que o percentual de pessoas que gastam de seis a 30 minutos até o trabalho é de 52,2% e 11,4% dos trabalhadores gastam mais de uma hora. Ainda assim, a situação vivida em alguns municípios mineiros chama a atenção. É o caso de Glaucilândia, com 2.962 habitantes, 10ª cidade no país onde há maior percentual de trabalhadores que levam pelo menos duas horas para chegar ao serviço. No município do Norte de Minas, 12,6% dos deslocamentos de trabalhadores até a residência duram mais de duas horas, tempo suficiente, por exemplo, para ir e voltar de BH a São Paulo de avião.

Apesar de morar em Contagem, na Grande BH, a vendedora Lourdes Pinto da Silva está mais para cidadã de Glaucilândia, pelo menos no quesito deslocamento. Moradora do Bairro Eldorado, ela vive cercada de números e ponteiros. E, na maioria das vezes, corre contra o tempo. Trabalhando numa relojoaria, ela diz que, devido ao trânsito pesado, chega quase todos os dias atrasada ao serviço. “Saio de casa às 7h15 e somente às 9h15 estou na loja. Tenho que pegar dois ônibus e acho que agora vou ter que sair ainda mais cedo”, revela Lourdes. “A situação piorou nos dois últimos anos. Antes, eu saía de casa às 8h. É uma perda de tempo grande, não dá para fazer mais nada. Às vezes, costumo gastar três horas até o Eldorado”, lamenta.

Demora

Ribeirão das Neves, cidade vizinha a BH, na região metropolitana, está em oitavo lugar no ranking dos municípios onde há maior percentual de população ocupada que leva entre uma e duas horas no deslocamento até o trabalho. Caracterizada por ser uma cidade dormitório, Neves registra 36,2% dos trabalhadores gastando esse intervalo de tempo para chegar em casa. Três municípios mineiros estão também entre os 10 do país em que a maior parte da população leva entre seis minutos e meia hora no deslocamento casa/trabalho – São João Nepomuceno (80,3%), Senador Firmino (77,4%), ambos na Zona da Mata, e Carmópolis de Minas (77,2%), na Região Central.

O mestre em engenharia de transportes pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) Paulo Rogério da Silva Monteiro explica que dois fatores estão associados ao tempo de deslocamento. “De forma geral, duas variáveis estão envolvidas, a distância geográfica e a qualidade do trânsito. No caso da região metropolitana de Belo Horizonte, como a área de nosso território é menor em relação às demais, o trânsito ruim tem peso maior na demora para se chegar em casa”, afirma. O especialista também apresenta a equação para tentar solucionar o problema. “Temos que investir em transporte de massa, para dar vazão ao tráfego, e distribuir melhor pelo território as atividades produtivas, evitando que as pessoas precisem de se deslocar muito para ir ao trabalho”, comenta.