COPA LIBERTADORES
Goleiro impede revés com intervenção milagrosa e garante a classificação do Atlético
Vicente Ribeiro - Superesportes
| Tags: celular
Publicação:
31/05/2013 00:12
Atualização:
31/05/2013 02:59
ANÁLISE DO JOGO: LÁGRIMAS QUE PODEM VALER A TAÇA
O Atlético vai encarar nas semifinais da Libertadores o Newell’s Old Boys, que eliminou o Boca Juniors com dois empates sem gols e vitória nas cobranças de pênaltis. Como fez a melhor campanha na primeira fase, o Galo voltará a decidir em casa. O duelo, que marcará o retorno do time alvinegro a essa fase, o que não ocorria desde 1978, só ocorrerá depois da Copa das Confederações. Do outro lado da chave, Santa Fé e Olimpia se enfrentarão por vaga na decisão.
O jogo
O Tijuana não se intimidou com a pressão da torcida e o bordão ‘Caiu no Horto tá morto’, que assombra os adversários do Galo no Independência. Com uma marcação forte e bem encaixada, o time mexicano congestionou o meio-campo e dificultou a saída de bola do Atlético, que passou a errar muitos passes. O começo de partida foi dos mais tensos para o torcedor alvinegro, diante do ímpeto do visitante.
O primeiro susto para a massa veio com o ‘tanque’ Riascos, que chutou forte e Victor espalmou a escanteio. Foi um sinal de alerta para o Galo, que não levou muito a sério. Tanto que o Tijuana continuou incomodando, marcando muito e saindo em velocidade nos contra-ataques. O time mexicano corria de forma impressionante, com os dez jogadores de linha voltando para ajudar na recomposição.
Aos 14min, outro alerta para a defesa alvinegra. Gandolfi cabeceou para as redes de Victor, mas o árbitro assinalou impedimento. A partir daí, o Atlético cresceu de produção, mesmo sem conseguir êxito nas jogadas ofensivas, diante da falta de espaço para a criação. Ronaldinho Gaúcho estava mais fixo pelo lado esquerdo, de costas para a marcação, o que dificultou ainda mais para o Galo.
Aos 25min, o terceiro susto para o torcedor do Atlético foi ainda pior. Em lance que começou com Ronaldinho sendo desarmando e pedindo falta inexistente, Nuñez avançou pela direita e cruzou para Riascos completar com estilo, à esquerda de Victor: 1 a 0. O suficiente para preocupar de vez a massa, que até diminuiu o entusiasmo.
Do desespero à euforia: torcida atleticana extravasa toda a tensão com pênalti defendido no fim |
O Atlético tinha mais posse de bola e aos poucos o time foi se soltando, apesar da marcação implacável dos visitantes. Com Ronaldinho muito visado, Tardelli se movimentava e se tornou opção para levar a bola ao ataque. Mas a dificuldade para fazer tabelas e chegar à área do time mexicano persistia. Uma alternativa seria a bola aéra, mortal em várias partidas do Galo. E o empate saiu dessa forma, aos 40min. Gaúcho cobrou falta da direita e Réver, livre, tocou para as redes de Saucedo: 1 a 1. Misto de delírio e alívio no Horto.
O Atlético ainda poderia ter virado no fim do primeiro tempo. Jô ajeitou para Tardelli, que pegou mal na bola. Saucedo fez a defesa e mandou a escanteio. Foi o último lance de perigo da tensa etapa inicial. Ronaldinho cobrou mais atenção dos companheiros, na saída para o vestiário. “A gente sabia que eles teriam que atacar. Foi um bom jogo, aberto, as duas equipes buscando o gol. Mas temos que ter mais atenção”, alertou.
Drama até o fim
O técnico argentino Antonio Mohamed mudou o Tijuana para o segundo tempo, sacando um zagueiro, Ortiz, para escalar mais um atacante, Fidel Martinez. O objetivo era dar mais poder de fogo ao time mexicano, que precisava de gols. Já o Galo chegou pela primeira vez com perigo. Aos 10min, Marcos Rocha cruzou da direita e Jô não conseguiu cabecear como queria.
O Tijuana, mesmo com a troca de zagueiro por atacante, manteve a pegada no meio-campo, sem dar espaço aos atleticanos. E ainda assustou a torcida chegando com muito perigo no ataque, aumentando a tensão nas cadeiras. Cuca esperou até 20min para mexer na equipe. Bernard, apático, cedeu lugar ao corredor Luan, que logo mostrou serviço e deu trabalho ao adversário, na primeira jogada.
Mas o Tijuana desperdiçou uma chance incrível, aos 24min. Martinez ajeitou para Piceno, livre de marcação, na frente de Victor. O camisa 1 se transformou em um gigante e evitou o segundo gol. Logo depois, em cobrança de escanteio da esquerda, a bola cruzou toda a área e Martinez não conseguiu aproveitar. E ainda teve mais ‘blitz’ mexicana: Arce cobrou falta e acertou o travessão.
Na base da vontade, o Atlético se esforçava para impedir os avanços do Tijuana. Mas a equipe mexicana não desistia e o árbitro marcou pênalti de Leonardo Silva em Aguillar, para desespero dos alvinegros. Entretanto, Riascos tinha que passar pelo último obstáculo, Victor, aos 48min. E prevaleceu a ‘barreira’ do Galo, que salvou com os pés e garantiu a dramática classificação.
ATLÉTICO 1 X 1 TIJUANA
ATLÉTICO
Victor; Marcos Rocha (Josué), Leonardo Silva (Gilberto Silva), Réver e Richarlyson; Pierre, Leandro Donizete, Diego Tardelli, Ronaldinho Gaúcho e Bernard (Luan); Jô (Alecsandro)
Técnico: Cuca
TIJUANA
Cirilo Saucedo; Olivier Ortíz (Fidel Martinez), Javier Gandolf, Pablo Aguillar; Juan Carlos Nuñez, Cristian Pellerano, Fernando Arce, Richard Ruiz (Marquez) e Edgar Castillo; Duvier Riascos e Alfredo Moreno (Piceno)
Técnico: Antonio Mohamed
Motivo: Jogo de volta das quartas de final da Copa Libertadores
Estádio: Independência, em Belo Horizonte (MG)
Data: Quinta-feira, 30 de maio
Gols: Riascos, 25min; Réver, 40min do 1ºT
Árbitro: Patricio Polic (CHI)
Auxiliares: Juan Maturana e Raul Orellana (CHI)
Pagantes: 20.988
Renda: R$ 1.771.865,00
Cartões amarelos: Marcos Rocha, Victor, Leonardo Silva, Gandolfi, Pellerano
Cartão vermelho: Réver