segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Convite- Prezados Companheiros, Companheiras, da Ativa, Reserva, Reforma e Pensionistas,




Os Presidentes das entidades de Classe, UMMG, COPM, ASPRAPMBM-MG, CSCSPMBM-MG e AOPMBM, convidam a todos(as) para participarem da plenária, a realizar-se no dia 11/12/12, a partir das 14:00 horas, na ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS.
Em plenária será discutida o “Projeto de Lei Complementar, nº 031/2012, de autoria do governador de Estado, onde altera o Estatuto dos Militares Estaduais de Minas Gerais e da lei 10.366, de 28/12/1990, que dispõe sobre o IPSM. A pauta de discussão é para suprimir o Art. 13 da referida PLC.

Venha participe, contamos com seus apoios e com suas presenças. O Instituto é nosso e devemos protege-lo a qualquer custo.



(a) Pedro Marcos de Oliveira, 2º Sgt PM QPR
Diretor Núcleo Regional Contagem

Deputado Sargento Rodrigues e as entidades de classe defendem o IPSM


Reunião presidentes entidades de classe

O deputado Sargento Rodrigues recebeu em seu gabinete, no fim da tarde desta terça-feira (04/12), os representantes das entidades da classe dos Policias e Bombeiros Militares do Estado de Minas Gerais.
Estiveram presentes os presidentes do Centro Social dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Minas Gerais (CSCS), o Cabo Álvaro Rodrigues Coelho; da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (ASPRA - PM/BM), Subtenente Raimundo Nonato Meneses Araújo;  da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (AOPM/BM), Tenente Coronel Márcio Ronaldo de Assis;  do Clube dos Oficiais da Polícia Militar de Minas Gerais (COPM), Coronel Edvaldo Piccinini Teixeira, acompanhado do Coronel José Honorato Ameno; e o vice-presidente da União dos Militares de Minas Gerais (UMMG), Coronel Zeder Gonçalves do Patrocínio.
O grupo reuniu-se com o líder de governo, deputado Bonifácio Mourão, para solicitar empenho junto ao governo para que seja suprimido o artigo 13 do Projeto de Lei Complementar 31/2012, de autoria do governador Antonio Anastasia. A referida proposta, que trata da alteração do Estatuto dos Militares do Estado de Minas Gerais e da Lei 10366, de 28/12/1990, que dispõe sobre o Instituto de Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais (IPSM), está pronta para ser votada em 2º turno pelo Plenário.
O deputado e os presidentes das entidades de classe ressaltaram ao líder de governo que esta medida se faz necessária para garantir e preservar a autonomia financeira, orçamentária e administrativa do IPSM. “Esta é, hoje, nossa maior preocupação. O Instituto é patrimônio de cada Policial e Bombeiro Militar, seus dependentes e pensionistas”, afirmaram.  Eles ainda alertaram  que a simples discussão deste tema já provocou enorme inquietação na caserna e na grande família policial e bombeiro militar.
Em ofício assinado pelo deputado Sargento Rodrigues e pelos presidentes das entidades, entregue em mãos ao deputado Bonifácio Mourão, eles detalharam as razões para que o artigo 13 seja retirado do texto. O documento ressalta, inclusive, o artigo 15 do PLC 31, o qual prevê que, no prazo de um ano, deverá ser enviado novo projeto de lei para discutir a reformulação do regime próprio de previdência e assistência dos militares do estado.
“Solicitamos ao líder de governo que ele  também se empenhe para que o citado projeto não seja enviado, daqui um ano, sem que os legítimos representantes da classe participem das discussões e elaboração do mesmo. Esta é a melhor forma de evitarmos embates e manifestações durante a tramitação da proposta”, destacou Sargento Rodrigues.
Leia, na íntegra, o ofício entregue ao líder de governo: página 1, página 2, página 3 e página 4

05/12/2012

Governo adia votação do PLC 31


 Votação do PLC 31/12 em plenário

Prezados Companheiros e Companheiras,
Após intensa mobilização de nossas entidades de classe juntamente com este deputado, busquei convencer os deputados presentes em plenário o quanto necessitaríamos aprovar o Projeto de Lei Complementar 31/12 visando todos os pontos positivos que representam de avanço para os policiais e bombeiros militares.
No entanto, conforme publicamos na data de ontem, (04/12) o artigo 13 do PLC 31 representa um rombo no caixa do nosso IPSM. A redução da contribuição patronal de 20 para 16% representa uma perda para o pagamento de pensão de nossa assistência médica e odontológica. Sendo assim, após passar manhã e tarde fazendo o convencimento político dos deputados e das lideranças conseguimos exercer uma forte pressão nos deputados.  O PLC 31 iria ser votado na tarde de hoje. No entanto, o governo temendo uma derrota no artigo 13 do PLC 31 que trata da redução de contribuição patronal em 4% para o IPSM, solicitou ao deputado Lafayette de Andrada, líder do bloco, que apresentasse um requerimento em plenário para o adiamento da votação.
Mais uma vez, o deputado Sargento Rodrigues foi a tribuna e solicitou aos deputados para votarem contra o adiamento da votação. Submetido o requerimento a apreciação do plenário, 23 deputados da base do governo votaram pelo adiamento da decisão e 21, incluindo este, votaram  pelo “não”. Em face do resultado, o presidente da Assembléia adiou a votação para a próxima terça-feira, (11/12).
Este deputado informa que o projeto será votado antes das promoções do dia 25 de dezembro. Com relação aos questionamentos sobre o quadro de acesso previsto para 10/12, esclareço que trata-se de um ato administrativo que os comandos podem postergar por mais uma semana. Continuo com trabalho sério, transparente, defendendo os interesses de toda a família policial e bombeiro militar.
Veja abaixo a lista dos deputados que votaram pelo adiamento do PLC  31/12:
Solicito aos companheiros e companheiras que enviem e-mail's para estes deputados fazendo um apelo aos mesmos, dizendo que a   aprovação do PLC 31/12 é de extrema importância, mas o artigo 13 do referido projeto deve ser retirado.

                  
Relação dos deputados favoráveis ao adiamento da votação
  • Antonio Carlos Arantes  PSC
  • Antonio Genarto   PSC 
  • Bonifácio Mourão   PSDB
  • Célio Moreira   PSDB
  • Dalmo Ribeiro Silva  PSDB
  • Delio Malheirto  PV
  • Duilio de Castro  PMN
  • Glaycon Franco  PRTB
  • Gustavo Correa  DEM
  • Gustavo Valadares  PSD
  • Hely Tarquinio  PV
  • João Leita   PSDB
  • Lafaeytte Andrada  PSDB
  • Leonardo Moreira  PSDB
  • Luiz Henrique   PSDB
  • Luzia Ferreira   PPS
  • Neider Moreira  PSD
  • Pinduca Ferreira  PP
  • Romulo Veigas  PSDB
  • Sebastião Costa  PPS
  • Thiago Ulisses  PV
  • Zé Maia   PSDB

Mãe e filha são assassinadas por vingança em Sete Lagoas



09/12/2012 17h27
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ALINE DINIZ/ RICARDO VASCONCELOS
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FOTO: RODRIGO LIMA / O TEMPO
Frente da casa da ex-namorada assassinada pelo presidiário
Um crime bárbaro chocou a cidade de Sete Lagoas, na região Central de Minas, na tarde deste domingo (9). Mãe e filha foram cruelmente assassinadas a tiros dentro de casa, no bairro Aeroporto Industrial.
A Polícia Militar (PM) informou que, inconformado com o fim do relacionamento, o ex-namorado de Luara Laressa Paulino, de 16 anos, contratou dois homens de Belo Horizonte para executar a moça. O suspeito, identificado como Bruno Henrique, de 22 anos, está detido no presídio de Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana da capital mineira. Mesmo preso, o ex-namorado de Luara ligava para a jovem a ameaçando de morte.
Segundo tenente Cassio Magno de Moura “os suspeitos pararam a moto na porta da residência. Um deles, sem capacete, chamou por Luara, mas foi a sua mãe quem abriu o portão. Ela foi pega pelo cabelo e levada ate o quarto da filha, onde as duas foram mortas”, explicou o tenente Cassio Magno de Moura, da 27ª Companhia, do 25º Batalhão de Polícia Militar.
Segundo o tenente Ivair José Cardoso, que também acompanhou o caso, o suposto mandante do crime havia ligado para a ex-namorada e acompanhou o assassinato pelo telefone. “Cerca de 45 minutos depois percebemos que o telefone da casa estava ligado e desligamos”, contou o tenente. Um dos suspeitos teria falado com a irmã da vítima, de 18 anos, que ela seria poupada porque ela tinha uma criança. O criminoso teria mandado que ela, porém, não olhasse para seu rosto.
A dupla fugiu em uma moto Titan e não foi localizada. Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML).
Bruno  é suspeito de cometer oito homicídios.
A Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) vai instaurar um procedimento de apuração para averiguar como os celulares encontrados na cela de Bruno Henrique entraram na  penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves. A reportagem entrou em contato com a direção do presídio, mas o diretor-geral informou que não poderia passar informações.  Luara estava com um novo namorado. De acordo com vizinhos, eles planejavam ficar noivos e se casar.
  

Venda de emagrecedor sibutramina pode ser proibida pela Anvisa


Substância emagrecedora, que hoje tem venda controlada, poderá ser proibida caso a agência verifique que há riscos para consumidores

Publicação: 10/12/2012 00:12 Atualização: 10/12/2012 07:41
Débora Flores usou o remédio e teve efeitos colaterais. Agora, sua aposta é na reeducação alimentar    (Mariana Raphael/Esp. CB/D.A Press)
Débora Flores usou o remédio e teve efeitos colaterais. Agora, sua aposta é na reeducação alimentar

Brasília –
 Depois da polêmica que levou à venda controlada do emagrecedor sibutramina no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária vai rever o uso do medicamento no mês que vem. A Anvisa publicará em janeiro o resultado de uma nova análise sobre a substância e o órgão regulador pode optar pela proibição da venda da sibutramina no país. Os resultados da política de controle do medicamento, que vem sendo vendido com restrições desde dezembro de 2011, podem levar o órgão a retirar a substância do mercado, assim como fez com os anfetamínicos mazindol, femproporex e anfepramona. 

O diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, explica que a nova análise levará em conta a segurança dos pacientes que usam o medicamento. “O produto pode ser banido se chegarmos à conclusão de que não temos como manejar a questão de segurança que envolve a sibutramina, mesmo com o sistema de controle implantado.”

Segundo ele, a substância está sob o maior controle possível. Hoje, no momento da prescrição de remédios à base de sibutramina, pacientes e profissionais de saúde devem assinar um termo de responsabilidade. Além disso, médicos, empresas detentoras de registro e farmácias são obrigadas a notificar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária sobre casos de efeitos adversos relacionados ao uso de medicamentos com a substância.

O presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Durval Ribas Filho, acredita que as regras impostas pela Anvisa fizeram com que os médicos recorressem menos à sibutramina para o tratamento contra a obesidade. “A parte burocrática desestimulou e dificultou muito a prescrição desse agente farmacológico”, explica Durval.

Para o médico, quem perde  são os quase 88 milhões de brasileiros com sobrepeso ou obesidade que ficam sem opção de tratamento com remédios. “Havia um crescimento anual de 2,4% dos casos de obesidade no Brasil. Com a proibição dos emagrecedores à base de anfetamina, em 10 meses o aumento foi de 3,1%”, afirma. Durval acredita que a sibutramina deverá ser retirada do mercado.

O especialista avalia que a proibição do medicamento poderá levar ao aumento das cirurgias bariátricas, bem como ao crescimento da procura por “tratamentos milagrosos”. “Os pacientes compram remédios alternativos pela internet, em busca da pílula milagrosa para substituir um medicamento”, lamenta. Neuton Dornellas, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, ressalta que caso a substância seja banida sobrarão apenas as drogas que não combatem diretamente o problema da obesidade. 

Membro da Câmara Técnica de Medicamentos, órgão consultor da Anvisa, Francisco Paumgartten participou da elaboração do relatório que analisou a sibutramina em 2011. “A recomendação que fizemos à Anvisa foi para proibir os anfetamínicos e a sibutramina. Há comprovação de que os perigos são maiores do que os ganhos com emagrecimento”, diz.

A autônoma Débora Flores Garcez, de 30 anos, enfrentou as reações adversas narradas por alguns profissionais. “Recorri ao remédio porque nenhum outro tratamento funcionava e isso me causava uma agonia muito grande. Tomei por três meses, emagreci significativamente, mas tive efeitos colaterais. Atualmente, Débora optou por um remédio para a ansiedade e passou por uma reeducação alimentar. 

Efeitos colaterais Entre os problemas descritos para os usuários da sibutramina estão os riscos de infarto do miocárdio e derrame cerebral. O médico Francisco Paumgartten, da Câmara Técnica de Medicamentos, ressalta que os Estados Unidos e países da União Europeia proibiram a venda da substância. “No Brasil, embora a comercialização do remédio tenha sido permitida, até o laboratório responsável pelo produto parou de fabricá-lo. Hoje, só existem versões manipuladas e fabricadas por outros laboratórios”, diz. Paumgartten também discorda da alegação de que a restrição dos remédios aumentou os casos de obesidade. “Essa doença está se tornando um problema de saúde pública. O número de pessoas acima do peso já vinha crescendo muito enquanto os anfetamínicos eram comercializados e mesmo antes.”

Para Michele da Costa Siqueira, de 22 anos, formada em gastronomia, a sibutramina significou a perda de sete quilos em três meses. Seu peso caiu de 80 para 73 quilos nesse período. Após consultas com nutricionistas e dietas combinadas com exercícios físicos, ela decidiu recorrer aos fármacos. “Procurei vários médicos que me receitassem a sibutramina, até que consegui um profissional, após meses de busca. Fiz vários exames e foi constatado que eu não tinha restrições para tomar o remédio.” A jovem comemora o resultado do tratamento. “Foi um dos melhores remédios que já tomei. O único efeito colateral que tenho é a prisão de ventre, mas por recomendação da médica, fui a um nutricionista. Agora faço uma dieta específica para o meu caso”, relata.

Vovó do pó se regenera e agora combate o vício Ela comandou oito bocas de fumo entre BH e Ribeirão das Neves nos anos 1970 e 1980. Hoje, Leida Batista atua como missionária em penitenciárias e em uma igreja na capital


Publicação: 10/12/2012 00:12 Atualização: 10/12/2012 06:59
Sandra Kiefer

Aos 60 anos de vida, dos quais nove longe das drogas, a ex-traficante ora com louvor no Culto dos Resgatados, na Igreja Batista da Lagoinha, no bairro de mesmo nome   ((Fotos: Túlio Santos/EM/D.A Press))
Aos 60 anos de vida, dos quais nove longe das drogas, a ex-traficante ora com louvor no Culto dos Resgatados, na Igreja Batista da Lagoinha, no bairro de mesmo nome
Da primeira impressão que se tem ao ser apresentado a Leida Gabriel Batista, 60 anos completos em outubro, fica a imagem de uma vovó de antigamente, de coque nos cabelos e saia comprida. Faladeira, a velha senhora recita passagens inteiras da Bíblia. Sabe dizer de cor números dos capítulos e versículos. É difícil acreditar que essa pessoa seja a mesma Vovó do Pó, conhecida também como Baiana, ex-traficante de drogas que, sozinha, chegou a comandar oito bocas de fumo da Vila do Índio, na Região da Pampulha, em Venda Nova, e na Vila São José, em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte.

Quando Leida assume o microfone, um ar de desprezo é percebido no público do Culto dos Resgatados, na Igreja Batista da Lagoinha, no bairro de mesmo nome, na capital. O que aquela velhota teria a dizer a jovens tatuados, olhos vidrados, bonés com a aba virada para trás, tentando sair do vício do crack? Em poucos minutos, porém, já está tudo dominado pela ex-Vovó do Pó. Entre cânticos e provérbios, Leida solta o verbo: “Não é lero-lero de Jesus, não! Já cachimbei maconha com pedra, com cinza, com tudo o quanto há. Passava três, quatro dias sem comer, escornada em cima de uma cama.”

Fascinado pelo testemunho, o público delira. Depois de se iniciar nas drogas aos 7 anos e começar a traficar aos 12, Leida Gabriel tem muito a contar. Nas décadas de 1970 e1980, antes da chegada do crack a BH, ela era uma das poucas mulheres a participar do lucrativo negócio de drogas, controlado por homens e adolescentes usados como aviõezinhos para repassar os produtos aos clientes. “Era a época da maconha, do haxixe, da cocaína. Não existia a maldita da pedra. Cheguei até a emprestar a cozinha da casa como laboratório (de refino da cocaína)”, revela.

Condenada por tráfico de entorpecentes, porte de armas, formação de quadrilha e tentativa de homicídio, Leida cumpriu pena na Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo. Não deve mais nada. Por onde anda, leva a tiracolo a Bíblia e uma pasta onde estão os registros de internação no Hospital Galba Velloso, em BH, e as fotos dos tempos de traficante (quando chegou a pesar menos de 50 quilos e a perder os cabelos). Exibe ainda o atestado de bons antecedentes, plastificado. 

O documento serve como passaporte para a entrada em presídios como o Dutra Ladeira e a penitenciária de Neves, na Grande BH, onde ela ministra palestras de conscientização de duas a três vezes por semana. Experiente, Leida conversa de igual para igual com os detentos. “Digo a eles que Jesus não vai ficar parado esperando que larguem o treszoitão (revólver calibre 38). Explico que passarinho parado ou é estilingue ou é gaiola. E que com eles é a mesma coisa, ou morrem no tráfico ou vão para a cadeia. Peço para lembrar quantos colegas deles já desceram a sepultura enquanto eles estão seguros dentro da prisão. E termino citando João, capítulo 8, versículo 32: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

Do mesmo jeito que veio, o dinheiro fácil do tráfico foi embora. Leida mora hoje em barracão alugado de três cômodos na Favela São José, em Neves. Paga R$ 250 por mês, quase a metade do benefício da aposentadoria especial de um salário mínimo, obtida por ser dependente de remédios controlados. Desde 1974, foi internada cinco vezes para desintoxicação no Galba. Da última vez, em 2001, segundo ela mesma conta, negaram-se a acreditar que Leida havia se convertido e abandonado a vida de traficante. “O médico que me acompanhava brincou comigo: “Meu Deus, agora ela enlouqueceu de vez. A Vovó do Pó virou Vovó de Deus?””, teria dito o doutor. 

Segundo um delegado aposentado da ex-Divisão de Tóxicos, traficantes antigos, de 15, 20 anos atrás, foram presos ou tiveram seus bens tomados pela Justiça. Ele garante que se lembra da Baiana – morena e bem falante. Ela teria perdido um carro confiscado pela polícia com drogas em seu interior. Leida, porém, admite apenas ter “fritado” (para o crack) o barracão de cinco cômodos deixado como herança pelos pais. Recebe R$ 100 do templo evangélico e descola vez por outra o almoço nas casas das amigas da igreja. 

ÁGUAS DO BATISMO “No passado, quando via essa mulher vagando pelo bairro, careca, feia, sem dentes, em vez de ter medo eu sentia compaixão”, conta a vizinha Elida Ismael dos Santos, de 71 anos, que, com o marido, o presbítero Antônio Vieira, oferecia café com leite e pão, além da leitura do trecho de Mateus, capítulo 11, versículo 28: “Vinde a mim vós que estais cansados e oprimidos, que eu vos aliviarei”. “Tinha pavor dos crentes, mas na hora em que mais precisei, só conseguia me lembrar da vizinha dizendo que Jesus tinha um plano para minha vida. Meus filhos tinham virado as costas para mim, meus netos tinham medo da avó, a Divisão de Tóxicos ameaçava dar uma batida no meu barraco. Eu estava sem saúde, igual a um defunto ambulante, sem ter para onde ir. Naquele dia, pela primeira vez dobrei meus joelhos no banheiro nos fundos da casa e chorei a noite inteira”, relembra Leida. 

No dia seguinte, 2 de junho de 2000, ela tomou coragem para deixar as dependências da antiga Rua 18, que funcionava como ponto de droga, e seguiu em direção à igreja. Em 2002, desceu nas águas do batismo, como ela mesma diz, depois de enfrentar internações e recaídas. Há nove anos está totalmente limpa, depois de 44 anos de convívio com as drogas. “Sei de gente que me critica por aí. Questionam que depois de todas as maldades que fiz agora ando com a Bíblia embaixo do braço. Não devo mais nada para a Justiça e quem tem de me julgar é Deus. Só ele pode dizer se passei por essa experiência para que hoje pudesse ajudar a resgatar mais almas.”

NOME VERDADEIRO “
Vovó do Pó, não! Baiana, não! De hoje em diante, exijo ser chamada por meu nome de batismo: Leida Gabriel Batista, a seu dispor”. Com esse apelo emocionado, a mulher encerra seu depoimento na Igreja Batista da Lagoinha. Está dado o recado. Ela agora quer ser só vovó. Quando um filho tinha seis meses e o outro dois anos, Leida partiu para São Paulo, voltando apenas quando os filhos tinham 13 e 12 anos. “O meu mais velho me chama de mãe e o mais novo de Leda. Eles ainda não deixam meus netos sozinhos comigo. De vez em quando, consigo fazer uma comidinha especial ou cortar o cabelo de um deles. Se eu soubesse antes que era tão bom andar assim...”
  FRASES 
 "Não é lero-lero de Jesus, não! Já cachimbei maconha com pedra, com cinza, com tudo o quanto há. Passava três, quatro dias sem comer, escornada em cima de uma cama."

"Era a época da maconha, do haxixe, da cocaína. Não existia a maldita da pedra. Cheguei até a emprestar a cozinha da casa como laboratório (de refino da cocaína)."

"Digo a eles que Jesus não vai ficar parado esperando que larguem o tresoitão (revólver calibre 38). Explico que passarinho parado ou é estilingue ou é gaiola. E que com eles é a mesma coisa, ou morrem no tráfico ou vão para a cadeia."