terça-feira, 19 de março de 2013

Meio quilo de maconha é apreendida em operação no Aglomerado da Serra


Dois homens foram presos e dois menores apreendidos após a polícia perceber a movimentação do tráfico de drogas na região
19/03/2013 06h32
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JULIANA BAETA
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Durantes as buscas no aglomerado da Serra, na região Centro-Sul da capital, para localizar os suspeitos do tiroteio ocorrido nesse domingo (17), onde uma pessoa morreu e 13 ficaram feridas, a Polícia Militar (PM) recebeu uma denúncia de que um ônibus seria incendiado no local. Com essa informação, eles acabaram prendendo dois homens e apreendendo dois menores e meio quilo de maconha na madrugada desta terça-feira (19).

Segundo o cabo Flávio, há a suspeita de que a denúncia de um possível incêndio em um coletivo que passa pelo aglomerado tenha servido apenas para distrair os militares, uma vez que eles intensificaram o patrulhamento nas paradas dos ônibus que dão acesso ao local. Desta forma, haveria uma brecha para que o tráfico de drogas pudesse continuar ocorrendo no aglomerado, apesar da presença massiva da polícia após a confusão de domingo.

Enquanto estavam próximos a um ponto de ônibus, os militares perceberam que um grupo de pessoas entrava sorrateiramente nos becos. A partir daí, uma equipe da PM também se escondeu entre os becos. Após cerca de 30 minutos, quando os suspeitos acharam que os policiais já tinham ido embora, o movimento da venda de entorpecentes recomeçou. Com a ação dos militares o grupo fugiu, mas dois homens e dois adolescentes foram capturados. Durante a fuga, um deles caiu em um bueiro, onde estava escondido outro suspeito. Com isso, a polícia localizou a arma. Um deles conseguiu fugir com a outra arma por cima do telhado.

Foram apreendidos um revólver calibre 38 além de seis cartuchos de munição do mesmo calibre, 11 pinos de crack, uma pedra bruta de cocaína pesando 100 gramas, meio quilo de maconha, uma balança de precisão e cerca de R$ 500,00 em dinheiro.

Os homens foram presos e os adolescentes, apreendidos. A operação no aglomerado da Serra continua.

Entenda o caso

As policias militar e civil estão no local por causa do tiroteio que aconteceu na noite desse domingo, durante um baile funk, no qual 12 pessoas foram baleadas, e duas ficaram feridas após serem pisoteadas na hora do pânico causado pelos disparos. Dário Ferreira Leite Neto, 33, morreu ao ser atingido por um tiro.

Três pessoas estão internadas em estado grave no Hospital de Pronto-Atendimento João XXIII, entre elas, um adolescente de 15 anos. Durante o tiroteio, uma criança de seis anos e uma idosa de 71 também foram atingidas pelos disparos.
FONTE DO BLOG: Nesta foto as drogas e a balança de precisão ainda não haviam sido localizadas pelos cães.

Operação no Aglomerado da Serra continua e militares apreendem maconha e cocaína


Quatro pessoas foram detidas. As drogas foram encontradas com a ajuda de cães farejadores. Buscas pelos suspeitos do tiroteio em um baile funk no domingo ainda são procurados

Publicação: 19/03/2013 08:10 Atualização: 19/03/2013 08:15


A operação das polícias Militar e Civil para tentar localizar os autores do tiroteio que mataram um homem e deixaram outras 13 pessoas feridas na noite de domingo continua no Aglomerado da Serra, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Na madrugada desta terça-feira, militares do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) apreenderam drogas e uma arma na Rua Sacramento. Quatro homens, entre eles dois adolescentes, foram detidos. 

De acordo com o cabo Flávio Martins, do Batalhão Rotam, a noite passada foi tranquila, mas eles receberam uma informação via 181 de que um grupo pretendia incendiar os ônibus que circulam pelo aglomerado. Assim, as viaturas passaram a acompanhar o itinerário dos coletivos. Enquanto eles faziam essa ronda, desconfiaram da movimentação de alguns homens em um beco perto do Hospital Evangélico. Os policiais se esconderam em outra viela e, meia hora depois, os homens começaram a vender drogas pensando que as viaturas haviam deixado o local. Os militares abordaram o olheiro dos traficantes e um outro homem. Um adulto e um menor de idade correram, mas um deles tropeçou em um bueiro e caiu sobre o outro rapaz, que estava com um revólver calibre 38. 

Com a ajuda de cães farejadores, eles encontraram meio quilo de maconha dividido em tabletes. Eles estavam escondidos em buracos nos muros do beco. Também foram apreendidos 11 pinos de cocaína, uma pedra bruta de crack, uma balança de precisão e R$ 506 em dinheiro. Um homem conseguiu fugir pulando por cima das marquises. Ele estava armado com uma pistola cromada. Ainda de acordo com o cabo Martins, é possível que a denúncia da queima dos ônibus tenha sido feita para distrair os militares para que o tráfico acontecesse livremente, mas a polícia vai continuar monitorando as linhas. Os quatro detidos foram levados para o Centro Integrado de Apoio ao Adolescente Autor de Ato Infracional (Cia-BH).

Buscas continuam

O policiamento continua reforçado no Aglomerado da Serra e as buscas vão continuar por todo o dia. Segundo a Polícia Militar (PM), às 23h de domingo, seis homens em quatro motocicletas chegaram ao baile funk, que acontecia na Praça do Cardoso, e atiraram contras as pessoas. Dario Ferreira Leite Neto, de 33 anos, morreu no local. Três homens já foram identificados, mas a polícia prefere não dar mais detalhes para não atrapalhar as investigações.

O tenente-coronel Alfredo José Alves Veloso, comandante do 22º Batalhão da PM, pede que a população denuncie atitudes suspeitas no aglomerado. “Tem chegado denúncias anônimas via 181 que têm sido checadas e as atividades nesse sentido continuam. A polícia solicita que quem tiver informações colabore pelo número 181.

FONTE DO BLOG: Nesta foto as drogas e a balança ainda não tinham sido localizadas pelos cães.

Militares detidos

Um cabo e dois soldados do 22º Batalhão suspeitos do disparo que atingiu um adolescente de 16 anos durante as ações policiais de ontem continuam detidos em uma unidade da corporação à disposição da Justiça. A Corregedoria da PM acompanha o caso. O disparo aconteceu por volta das 9h na Vila Marçola, perto da Praça do Cardoso. Os moradores do local confrontaram os militares, que foram acusados de truculência. Eles não permitiram que o adolescente, atingido em uma das pernas, fosse socorrido em uma viatura e ele foi levado para o Hospital João XXIII em um carro particular.

Após morte em aglomerado, PM invade morro e fere jovem


Durante confusão em festa no domingo, disparos acertaram outras 12 pessoas
Publicado no Jornal OTEMPO em 19/03/2013
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LUCIENE CÂMARA, VINÍCIUS D’OLIVEIRA E JOSÉ VÍTOR CAMILO
especial para o tempo
FOTO: ALEX DE JESUS
Perícia da Polícia Civil analisou o local onde o menor foi baleado
A força de gangues no tráfico de drogas e a atuação inadequada da Polícia Militar (PM) deixam tenso o maior aglomerado de Belo Horizonte, o da Serra, localizado na região Centro-Sul. Em dois anos, três moradores já foram mortos, e um adolescente ficou ferido no contato entre civis e militares. O último caso ocorreu na manhã de ontem, quando um jovem de 16 anos foi atingido por um tiro supostamente em abordagem policial. Horas antes, uma pessoa havia sido morta, e outras 12, baleadas em um baile funk, na praça do Cardoso.

Segundo testemunhas, o menor estava sentado na porta de casa, quando dois militares se aproximaram, e, durante a abordagem, um deles atirou. "Ele estava comendo um pão. Um policial foi até ele e o abordou. Mas, aí, um outro militar saiu do beco e atirou. Uma covardia", disse o servente de pedreiro Welson Silva Santos, 22. Depois do disparo, os dois policiais teriam saído calmamente do lugar, sob protestos. "Outros policiais vieram para socorrer a vítima, mas não deixamos. Um rapaz da comunidade a levou para o João XXIII", disse Santos.

As informações das testemunhas não conferem com o relato do menor dado à polícia no hospital. Segundo o coronel Antônio Carvalho, comandante do Policiamento Especializado da PM, a vítima negou a abordagem e ainda que estivesse sentada no momento do disparo. "Ele contou que estava saindo de casa quando foi atingido pelo tiro", disse o comandante. O jovem teria dito aos militares que já havia cumprido medida socioeducativa por posse de dois pinos de cocaína.

Para a cabeleireira Ana Lúcia de Jesus Silva, 42, mãe do menor baleado, o caso foi resultado do despreparo da polícia. "Ele estava tomando café. Se estivesse armado, com droga, mas não", protestou. A mulher é mãe de outros cinco filhos. "Ele não estuda no momento. Infelizmente, eu saio às 5h e só volto no fim do dia para casa, é difícil acompanhar o que meu filho faz aqui".

Os policiais autores - dois soldados e um cabo -, lotados na 127ª Cia do 22º Batalhão, foram presos e ouvidos pela Corregedoria da PM. Peritos da Polícia Civil analisaram o local do crime.

Tiroteio. Menos de dez horas antes de o adolescente ser baleado pela PM, um tiroteio já havia assustado a comunidade. No fim da noite de anteontem, durante um evento cultural com música funk, batizado de Paz na Serra, seis pessoas chegaram atirando contra uma multidão de mais de 800 pessoas.

Dário Ferreira Leite Neto, 33, morreu antes de receber atendimento médico, e outras 12 pessoas foram baleadas, entre elas, uma jovem de 16 anos que está grávida, uma idosa de 71 e uma criança de 6 anos. Além disso, outras duas pessoas ficaram feridas. Uma delas teria sido pisoteada durante a correria, e a outra, atingida com uma garrafada. Até a noite de ontem, sete permaneciam internadas no João XXIII. A Prefeitura de Belo Horizonte informou que o evento tinha alvará com capacidade para até mil pessoas.

Segundo um morador, que não quis se identificar, Neto era trabalhador. "Ele trabalhava na marcenaria da família e tinha duas filhas pequenas", contou. Ainda conforme a testemunha, os atiradores seriam membros da gangue do Del Rey/Chácara. "Os chefes são dois irmãos gêmeos, chamados Augusto (Chumbinho) e Alberto (Camarão). Um deles estava de capacete, mas deu para ver o rosto pelo que me disseram", falou. Outras pessoas acusaram a gangue do Sacramento de promover o atentado. As duas turmas são do aglomerado. Até ontem, nenhum suspeito havia sido preso.

Para o colega da vítima, os moradores estão vulneráveis, uma vez que os traficantes impõem a própria lei. "Eles obrigaram a população a mudar o nome de uma região. Hoje, não podemos chamar de Chácara, mas só de Baixada".




ANÁLISE
`PM precisa ocupar áreas dominadas´
Os acontecimentos registrados no aglomerado da Serra nos últimos dois anos são vistos por especialistas como sintomas do domínio do tráfico de drogas em algumas áreas e da atuação equivocada da Polícia Militar (PM). O coordenador do Centro de Pesquisas de Segurança Pública da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Luís Flávio Sapori, disse que é preciso adotar no local o modelo de polícia pacificadora implantado no Rio de Janeiro.

"Há um domínio de traficantes no aglomerado, não de forma tão ostensiva como no Rio, mas há um poder paralelo. É preciso reconhecer esse problema e fazer a ocupação territorial permanente, com uma polícia preventiva que atenda à comunidade", afirmou Sapori. (LC)

Os acontecimentos registrados no aglomerado da Serra nos últimos dois anos são vistos por especialistas como sintomas do domínio do tráfico de drogas em algumas áreas e da atuação equivocada da Polícia Militar (PM). O coordenador do Centro de Pesquisas de Segurança Pública da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Luís Flávio Sapori, disse que é preciso adotar no local o modelo de polícia pacificadora implantado no Rio de Janeiro. "Há um domínio de traficantes no aglomerado, não de forma tão ostensiva como no Rio, mas há um poder paralelo. É preciso reconhecer esse problema e fazer a ocupação territorial permanente, com uma polícia preventiva que atenda à comunidade", afirmou Sapori. (LC)