Com violência em alta, Estado muda regra para pagar bônus. Para ter direito a benefício, policiais devem atingir 100% das metas de redução de criminalidade.
Com os índices de criminalidade em alta, o Estado resolveu fazer mudanças no pagamento do prêmio de produtividade a policiais civis e militares. A partir deste ano, os agentes só vão receber o bônus se houver redução da violência. Para isso, eles terão que atingir 100% das metas relativas aos indicadores finais, como homicídios e roubos. O benefício é pago desde 2008, mas nos últimos dois anos, os crimes violentos cresceram em Minas, e, mesmo assim, o incentivo financeiro não foi cortado, o que teria causado a acomodação dos policiais.
Em 2011, por exemplo, a criminalidade subiu 30%, mas policiais civis e militares ainda receberam R$ 129 milhões de bônus. Até o ano passado, eles tinham que atingir 60% das metas estabelecidas para ações genéricas, como a apreensão de armas. A partir de agora, eles devem alcançar 80% delas. (...)
A subsecretaria de Gestão da Estratégia da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Adriane Ricieri, explica que são considerados vários indicadores para o pagamento, como confiança do cidadão, qualidade dos serviços prestados, além dos chamados finalísticos (homicídios, sequestros). “Mudamos as regras. Isso para atribuir mais desafios e conseguir resultados positivos. Se não reduzir os índices de crimes, não receberá o prêmio”.
O secretário de Defesa Social, Rômulo Ferraz, informou, por meio de sua assessoria, que o bônus estimula o profissional, mas que “para a redução dos índices de criminalidade, há outros fatores externos que interferem e que fogem ao nosso controle”.
Requisitos. Para o pagamento, é feito um acordo de resultados no qual as secretarias pactuam metas para o Estado e as separam por regiões e números de habitantes. O valor é calculado a partir da nota obtida nas metas e no último salário do servidor. Por exemplo, o policial que ganha R$1.000 e atingiu 70% das metas do ano, vai receber R$ 700 de bônus no ano seguinte.
“O que interessa à população é a queda de homicídios e de roubos. A premiação para essa redução motiva as polícias a estudarem onde há mais dessas ocorrências e atuar na prevenção”, disse o sociólogo Fernando Pimentel.
Cinco pessoas foram parar na delegacia por porte ilegal de armas durante a madrugada desta sexta-feira (24). O grupo, que foi flagrado ainda com drogas, é suspeito de participar de vários arrombamentos a imóveis na região leste de Belo Horizonte. Durante patrulhamento no bairro Boa Vista, nesta região, a Polícia Militar encontrou um Fiat Stilo cor preta em atitude suspeita em uma das ruas do bairro.Dentro do carro estavam Tiago Pereira Sena, de 28 anos e Anestaldo de Almeida Filho, de 25. Eles ficaram nervosos ao notarem a chegada da viatura. No bolso de Pena, os militares encontraram cinco pinos de cocaína e cerca de R$ 548 em dinheiro. Já Filho alegou que era taxista e tinha o costume de fazer corridas frequentes com o outro suspeito. Dentro do veículo, havia ainda uma TV que, segundo Pena, foi comprada no centro de BH.
Já na casa de Sena, estavam outras três pessoas. A mulher dele, Ana Paula Gonçalves Martins, de 20 anos, um amigo, identificado como Bruno Henrique Lopes Cardoso, de 25 e a namorada dele, Ana Paula Santos Dias. Em um dos quartos do imóvel, foram flagrados uma pistola calibre 389, carregador com seis munições para este calibre, seis pinos de cocaína, 11 munições para calibre 38 e uma de calibre 44. O grupo foi levado para a delegacia de plantão leste. Eles negaram participação em roubos.