quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Policiais civis executaram sargento do Gate, diz testemunha

Policiais civis executaram sargento do Gate, diz testemunha
Segundo relato, o policial militar teria sido executado com cinco tiros à queima-roupa (quatro na cabeça)


CARLOS ROBERTO/JORNAL HOJE EM DIA/ARQUIVO
Durval Ângelo
Durval Ângelo afirmou que o delegado Silva teria tentado intimidar a testemunha


As investigações da morte do sargento do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), Rafael Augusto dos Reis Rezende, ocorrida no último dia 15 de janeiro, podem ganhar um novo rumo graças a uma pessoa que estava presente no baile funk, em Esmeraldas, onde o policial foi executado. A testemunha foi encaminhada pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Durval Ângelo, para ser ouvida nesta quarta-feira (1º) no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
 
Segundo a testemunha, que não foi identificada, o policial militar teria sido executado com cinco tiros à queima-roupa (quatro na cabeça) por quatro policiais civis. Na noite do crime, os suspeitos teriam abordado a vítima após receberem uma denúncia de que ela estaria portando uma arma. Houve discussão e, logo em seguida, troca de tiros e Rafael foi morto. A apuração do caso está sendo conduzida pelo delegado Hugo e Silva, do DHPP.
 
Conforme a Polícia Civil, o sargento teria efetuado os disparos primeiro contra os agentes, mesmo tendo sido informado que eles eram da corporação, relato que contradiz a nova testemunha. Os civis envolvidos, Allan César Ribeiro, 21 anos, conhecido como “Índio”, Alan dos Santos, 30, David Thiago Santos, 30, e Isaías Barbosa, 32, já foram ouvidos na Corregedoria da Polícia Civil. O delegado responsável pelo caso alega segredo de Justiça para não dar informações sobre o caso.
 
Para Durval Ângelo, o delegado Silva teria tentado intimidar a testemunha durante o depoimento na manhã desta quarta-feira. Além disso, o mesmo responsável pelo caso teria se recusado a fornecer uma cópia do depoimento, contrariando a lei vigente. Apurou-se ainda que, entre os quatro policiais civis envolvidos na execução do sargento, três foram aprovados no último concurso e estranhamente lotados em Esmeraldas, onde residem. "Em 17 anos de vida parlamentar nunca havia me deparado com tantas intransigências da Polícia Civil", disse.
 
A execução do policial do Gate será tema de audiência pública na próxima sexta-feira, às 9h30, na Assembleia Legislativa. Serão convocados os envolvidos e a cúpula da Polícia Civil. 

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