Apesar de movimentos contrários na Câmara, presidente da Casa garante que posição do prefeito será mantida pelo Legislativo
FLÁVIO TAVARES - 06/02/2012
Bastidores: há receio de que os acordos para manter veto de Lacerda sejam descumpridos
Embora a votação do veto do prefeito Marcio Lacerda (PSB) ao reajuste de 61,8% para o salários dos vereadores seja secreta, o presidente da Câmara de Belo Horizonte, Léo Burguês (PSDB), garante que a Casa vai manter a decisão do Executivo. O veto será votado em plenário, nesta quinta-feira (9). São necessários 21 votos a favor da decisão do prefeito para que a proposta não seja sancionada. Entretanto, há nos bastidores receio de que os acordos realizados para manter o veto sejam descumpridos e o reajuste seja aprovado.
As 19 lideranças das bancadas confirmam que a orientação dos partidos também é pelo veto, assim como o relatório da Comissão Especial criada para analisar a decisão do prefeito. A mudança de opinião ocorre depois da intensa pressão popular contrária ao reajuste dos parlamentares. Como nesse ano haverá eleição municipal, as legendas e os próprios vereadores temem o desgaste de aprovar o reajuste agora.
“A Casa está sensível e não temos outra opção que não seja manter o veto do prefeito. Embora a assessoria jurídica da Câmara e dos vereadores concordem com a constitucionalidade do projeto, estamos mantendo o veto por causa da vontade popular”, justifica o presidente Léo Burguês.
O tucano afasta qualquer possibilidade de os parlamentares apresentarem outra proposta de reajuste sem discutir com a população. “Assumo o compromisso de não apresentar nenhuma nova proposta de reajuste para os parlamentares sem antes realizar um amplo debate público com a sociedade sobre isso”, promete o presidente.
Ainda segundo Burguês, o ano eleitoral forçou a população a discutir as ações que são promovidas na Câmara. “Não apenas encaro essa reação como positiva como convoco os belo-horizontinos a comparecerem à Casa na quinta-feira para que acompanhem a votação”, convida.
Se o chamado de Burguês soa como certeza de que o veto de Lacerda não será derrubado pelos seus pares, na prática e nos bastidores, muitos vereadores andam com o pé atrás na decisão. Para garantir que todos os seis parlamentares do PT, por exemplo, confirmem o veto, o líder da bancada do partido na Casa, Adriano Ventura, entrou em consenso com os colegas e a votação será feita em grupo. “O salário que se propõem é, de fato, incompatível com a realidade da população”, diz.
O líder do PSB, Daniel Nepomuceno, confirmou que votará pelo veto, mas admitiu que há um movimento pela derrubada da decisão do prefeito. “Existe a possibilidade porque nada de concreto foi apresentado aos vereadores quanto ao posicionamento futuro em relação ao salário”.
Já o vereador Preto não apenas garantiu que manterá o veto, como tem certeza que os colegas farão o mesmo. “Se o vetor for derrubado, entrego meu cargo”, promete.
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