terça-feira, 13 de março de 2012

Suspeita de Iran Barbosa de que houve falhas na aprovação de projeto de hotéis na Pampulha revolta vereadores e gera confusão na Câmara



12/03/2012 16h42
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DA REDAÇÃO
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A suspeita levantada pelo vereador Iran Barbosa (PMDB), de que houve falhas na aprovação do projeto de lei 1.395, que permite a construção de hotéis na Pampulha visando a atender a demanda dos turistas na Copa do Mundo de 2014, gerou revolta em alguns vereadores e foi tema comentado nesta segunda-feira (12), antes do início das reuniões na Câmara.

Inconformado, o vereador Leonardo Mattos (PV) acusou Iran de colocar em dúvida a índole de parlamentares, invertendo o foco das denúncias de propina do Conselho Municipal de Políticas Urbanas (Compur) para a Câmara.

O vereador Alexandre Gomes (PSB), também se pronunciou sobre a suspeita levantada. Concordando com Mattos, ele disse que antes de solicitar reunião com a mesa diretora, Iran Barbosa preferiu denegrir a imagem da Câmara na imprensa.

 Os vereadores chegaram a dizer que a fraude no Compur deve ser investigada, mas que foi errado Iran afirmar que há fraude na Câmara, pois isso gera dúvidas nos  belo-horizontinos sobre o caráter de todos os vereadores.

Iran Barbosa, que estava presente e ouviu a opinião dos colegas, garantiu que não queria prejudicar vereadores e disse que a preocupação dele era com as denúncias do Compur e que não podia deixar de falar sobre elas. Cabo Júlio foi o único vereador que defendeu Iran Barbosa.

Segundo denúncias feitas por Iran, houve pagamento de propina de R$ 1,3 milhão em troca da aprovação do parecer técnico que embasou o licenciamento para a construção de dois hotéis de 13 andares na Pampulha. Recentemente, o vereador reafirmou ter o relato detalhado, feito por um funcionário da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, sobre como e quando o dinheiro da propina foi entregue. Conforme a denúncia do parlamentar, divulgada com exclusividade por O TEMPO, o suborno envolveu repasses, já feitos, que variaram de R$ 25 mil a R$ 200 mil, além da "doação" de três apartamentos nos hotéis. As unidades estão avaliadas em R$ 500 mil.

Sobre fraude no Legislativo, Iran disse que vai pedir que a sessão plenária ocorrida em 20 de dezembro daquele ano, relativa ao primeiro turno, seja anulada. Os votos de cinco vereadores que não estariam no plenário, inclusive ele, foram registrados antes mesmo da abertura do prazo regimental para votação. No resultado divulgado pelo Legislativo, aparecem 28 votos favoráveis ao projeto - quantidade mínima necessária - e uma abstenção, totalizando 29 votantes. No entanto, a lista completa dos participantes tem 34 nomes. "Eu nunca seria favorável ao projeto de verticalização", disse Barbosa. Na ata da reunião, o voto dele foi computado às 11h22, mas a votação só foi aberta às 12h47.

Outro problema seria o curto intervalo dos votos, em uma mesma cadeira. No posto 19, por exemplo, num intervalo de um minuto e 12 segundos, foram três votos. "Tudo isso junto deixa incontestável (a fraude). Se conseguirmos anular essa votação, a verticalização (da Pampulha) pode ser cancelada", disse o vereador.

Iran Barbosa (PMDB) vai prestar esclarecimentos sobre a denúncia à Controladoria Geral do Município de Belo Horizonte.

Com Larissa Arantes
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