quinta-feira, 26 de abril de 2012

Av. dosAndradas.Os três envolvidos teriam se desentendido no trânsito Briga entre policiais civis e militares termina em tiros( UNIFICAÇÃO SERÁ?).



Atrito é indício de que união das polícias de Minas está estagnada
Publicado no Jornal OTEMPO em 26/04/2012
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KARINA ALVES
FOTO: ARQUIVO/O TEMPO
No meio da rua. Em 2011, cerca de 150 policiais civis e militares se envolveram em uma briga em Contagem
Uma briga de trânsito mal esclarecida entre dois policiais civis e um policial militar resultou em troca de tiros na avenida dos Andradas, uma das mais movimentadas da cidade, na altura do bairro Pompeia, na região Leste de Belo Horizonte. O fato ocorreu na tarde de anteontem, mas, até o fechamento desta edição, as duas corporações não haviam dado explicações concretas sobre as circunstâncias do atrito. O incidente é mais um dos muitos confrontos entre militares e civis no Estado. Eles são indício de que as corporações têm divergências que dificultam o processo de integração, iniciado em 2003 e hoje estagnado.

A Polícia Militar informou que o militar estava de folga e que teria se desentendido com dois civis que estavam em um Doblò. Testemunhas alegaram que, depois de uma discussão, houve disparos de tiros. As corporações não confirmaram a informação, mas também não esclareceram o que foi registrado em boletim de ocorrência.

A Polícia Civil se limitou a dizer que abriu procedimento para apurar se houve transgressão disciplinar, enquanto a PM caracterizou o fato como um "caso isolado, que não interfere na integração entre as polícias".

Questionada sobre o uso de armas fora do horário de serviço, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) disse que as duas corporações permitem o uso com base na Lei Federal 10.826. Segundo a Seds, em 2010, dez policiais de folga morreram após serem baleados. Em 2009, foram 15.

Exceção. Para o pesquisador e sociólogo Luiz Felipe Zilli, do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Estado deveria permitir, com o acompanhamento da Justiça, o uso de armas fora do horário de serviço somente em casos de policiais que estejam sofrendo ameaças. "Quando o policial está de folga, ele está sujeito a estresse, a perder a cabeça como qualquer pessoa. A diferença é que ele está armado, com todos os elementos para causar uma tragédia".
Contagem
Na rua. Em 2011, cerca de 150 policiais civis e militares se envolveram em uma pancadaria. As agressões e as ameaças começaram após uma discussão durante uma operação para prender sequestradores.
"Não existe integração", afirma sindicalista
O vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindpol/MG), Antônio Marcos Pereira, afirma que o incidente na avenida dos Andradas reforça o problema de relacionamento entre as duas corporações.

"Hoje, nós temos polícias com doutrinas diferentes. As duas estao juntas só no papel, mas não existe integração nenhuma", afirmou.

Para o sindicalista, os policiais precisam mesmo andar armados "porque podem se deparar com o crime a qualquer momento".

O major Gilmar Luciano, responsável pela assessoria de imprensa da Polícia Militar, foi procurado insistentemente para falar sobre o desentendimento entre os policiais civis e militares e sobre a integração das corporações, mas não respondeu. (KA)

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