domingo, 22 de abril de 2012

Convivência com cães ajuda a salvar vidas dos donos


Aposentada de BH diz que animais a ajudaram a curar depressão
Publicado no Jornal OTEMPO em 22/04/2012
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IANE CHAVES
FOTO: JOÃO MIRANDA
Carinho. Elizabeth, e seus animais de estimação, superou a morte do namorado com a ajuda de Winie
Quando a professora aposentada Elisabeth Impellizieri, 68, recebeu a notícia de que seu namorado havia morrido, em setembro do ano passado, sua primeira reação foi desejar a própria morte. "Tudo pareceu parar naquele momento. Não queria mais viver". Beth, como é chamada por amigos, vivia, há dois anos, momentos de grande felicidade ao lado do aposentado Wellington da Silva,66, após dois casamentos fracassados. "Foi um amor descoberto na terceira idade, mas que eu defino como um encontro de almas".

Depois de três meses vivendo em profunda depressão, Beth viu sua vida mudar com a chegada de Winie, uma cadela lhasa apso, na época com 3 meses. "Ela me tirou do mundo paralelo em que eu estava vivendo e me trouxe muita alegria. Eu só tinha forças para sair da cama para cuidar dela", contou a professora.

A influência dos cães no processo de cura de doenças nos humanos é objeto de estudos dos cientistas há muitos anos. "Os primeiros relatos datam da década de 60 na Europa. O cão sente uma empatia muito grande pelo seu dono. Ele percebe a dor do outro e tenta mudar de alguma forma aquela situação", explica a veterinária e especialista em saúde animal Bárbara Goloubeff.

Um estudo realizado em 2009, no Japão, comprovou que a relação entre o cão e o humano aumenta o bem-estar sentido pelo dono. O estudo constatou que o nível de ocitocina, hormônio que desperta a sensação de apego, aumentava até dez vezes mais quando os voluntários brincavam com seus cachorros. "O cão leva carinho, felicidade e trabalha na redução da ansiedade e da tensão da pessoa. A partir do toque, estabelece-se uma troca entre eles", afirma a especialista. "Os cães se envolvem emocionalmente".

E, em situações de risco iminente, os cachorros também atuam na defesa de seu dono. É o que dizem especialistas. Era por volta das 23h, em novembro do ano passado, quando a empresária Érica Brasiliense, 36, foi acordada por sua cadela Mel, uma york shire de 10 anos.

Um incêndio consumia a cozinha. Mel passava a pata insistentemente no rosto de Érica e latia em seu ouvido na tentativa de despertá-la. "Quando acordei, a Mel apontava o focinho na direção da cozinha. Foi aí que eu percebi que a casa estava toda enfumaçada", contou a empresária. O motivo da fumaça foi uma panela com água esquecida no fogão. "Quando cheguei à cozinha, não enxergava nada por conta da concentração de fumaça. A panela estava preta e o interruptor, derretido". A empresária, que estava sozinha e, por pouco, não teve a casa incendiada, afirma ter vivido de novo. "Ela salvou a minha vida".
FOTO: ALEX DE JESUS
Cachorros agem como parceiros e auxiliam na reabilitação de idosos
NOVIDADE
Cinoterapia ajuda na reabilitação
A prática de utilizar cães em terapias de tratamento de doenças tem nome específico: cinoterapia. A atividade serve como um auxílio no processo de cura dos pacientes e tem como personagem principal o cachorro.

A modalidade, que é nova em Minas, tem ajudado no tratamento fisioterápico e como terapia para problemas psicológicos e de relacionamento – tanto de adulto quanto de crianças e idosos. "Sinto-me mais ativa e feliz com os cachorros", conta a aposentada Maria Germana da Silva, 70.

Há três anos, ela e outros 34 idosos do Lar dos Idosos Clotilde Martins, da Sociedade São Vicente de Paulo, no bairro Salgado Filho, região Oeste de Belo Horizonte, participam de atividades supervisionadas por um grupo de voluntários das áreas de fisioterapia e psicologia.

"As atividades têm como finalidade estimular a reabilitação física e social dos idosos", explica um dos responsáveis pelo projeto, o psicólogo e especialista em Terapia Assistida por Animais (TAA) Leonardo Curi.

Atividades. Aos sábados, os idosos participam de uma série de atividades em que os cachorros interagem em exercícios como arremesso de bolinhas e levantamento de pernas. "Há, na verdade, uma troca de carinho e estímulo entre os cachorros e os idosos, que intensificam ainda mais o tratamento e a confiança entre eles", diz o gestor administrativo do projeto, Ivan da Costa Mendanha. (Gabriela Sales/IC)
Animais passam por treinamento
Para realizar as atividades de terapia em asilos, cães passam por treinamento especial. "Os animais escolhidos devem ser dóceis e, principalmente, não podem reagir a qualquer tipo de ação dos pacientes", explica o psicólogo Leonardo Curi.

Além do treinamento, os cães passam por uma avaliação na saúde. "Esses animais precisam estar saudáveis e bem-cuidados, pois, na maioria dos casos, os pacientes estão em condições frágeis", diz Curi. (GS)

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