Publicação: 08/08/2012 06:00 Atualização: 08/08/2012 08:35
Trecho da rua Ipê com ruas Samuel Salles e Serra Negra, na Região Nordeste, que devem dar lugar a um novo templo da Igreja Batista da Lagoinha. |
Os vereadores de Belo Horizonte autorizaram a venda de trechos de três ruas no Bairro São Cristóvão, na Região Nordeste, para dar lugar a um novo templo da Igreja Batista da Lagoinha. Com 23 votos favoráveis, a proposta foi aprovada na Câmara Municipal em segundo turno e caberá agora ao prefeito Marcio Lacerda (PSB) sancioná-la. Se o projeto virar lei, duas casas localizadas da Rua Ipê ficarão ilhadas com a construção da igreja. O autor da matéria, que recebeu 21 assinaturas, vereador João Oscar (PRP), lavou as mãos e jogou para a prefeitura a responsabilidade de definir a situação dos moradores, contrariando o compromisso que havia assumido de só colocar o texto em votação depois de resolvida essa questão.
Saiba mais...
PBH coloca Rua Musas no Bairro Santa Lúcia novamente à venda em BH Bens públicos: igreja vai ser dona da rua em BH Venda de terrenos e ruas está na mira do MP Prefeitura de Belo Horizonte pode vender duas ruas da cidade Cidade da Grande BH quer doar rua a empresaO engenheiro Raickson Costa, que há 51 anos mora na via, ficou surpreso ao saber da aprovação da matéria. “É um absurdo. O vereador se comprometeu com a gente a não votar”, ressaltou. Ele e seu primo Edvaldo Costa, que mora na casa ao lado, já sofrem com a invasão da igreja. O fato é que o espaço público – onde há inclusive postes demonstrando a existência de ruas – já virou estacionamento da igreja antes mesmo de ser vendido. Raickson nasceu na casa da Rua Ipê, onde morava com o pai, artista plástico. Para Edvaldo, que foi para lá com 21 anos, o imóvel tem um significado ainda mais especial: ele faz do espaço ateliê para a confecção de peças sacras.
O projeto de lei que vai beneficiar os evangélicos estabelece o parcelamento do pagamento, com correção pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e juros de 1% ao mês. A proposta de João Oscar também autoriza o município a receber como pagamento pelo terreno ocupado um imóvel de valor menor, desde que a diferença em relação ao preço da área vendida seja paga pelo comprador.
Apesar de a Lei Orgânica da capital prever que cabe ao prefeito a administração dos bens municipais, tendo suas decisões apenas endossadas pelo Legislativo, um projeto parecido com o do vereador João Oscar já passou na Casa. De autoria do vereador Silvinho Rezende (PT) e de cinco colegas, o projeto que virou lei em 2011 doou um terreno da prefeitura para a Matriz de Santo Antônio, em Venda Nova. Na justificativa, Silvinho destaca que a instituição “apresenta um núcleo de formação cristã, humanística e de cidadania”.
Mudanças
A vereadora Silvia Helena (PPS) é a nova integrante da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Ela assumiu a primeira secretaria da Casa deixada pelo vereador Ronaldo Gontijo (PPS). O parlamentar abriu mão da vaga por ter sido escolhido para ser o líder do Governo no Legislativo no lugar de Tarcísio Caixeta (PT). Ontem, o embate da campanha eleitoral nas ruas invadiu o plenário da Câmara. O pinga-fogo foi marcado por bate-boca entre os parlamentares. Nenhuma proposta foi votada por falta de quórum.
Nenhum comentário:
Postar um comentário