segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Guarda bêbado cai em barracão


Jovem embriagado perdeu controle do carro e atingiu residência às margens do Anel Rodoviário
Por pouco, a combinação de álcool e direção não causou mais mortes no trânsito de Belo Horizonte. Ontem, um guarda municipal, dirigindo com sintomas de embriaguez, perdeu o controle da direção ao bater em outro carro e caiu com o veículo sobre o telhado de um barracão, na Vila Aldeia, que fica nas proximidades do Viaduto São Francisco, no Anel Rodoviário, região Noroeste da capital. Por sorte, ninguém se feriu na residência atingida.

Logo após o acidente, Bruno Colombardi Garcia, de 22 anos, fez o teste do bafômetro, que comprovou o estado de embriaguez. "O resultado foi 0,41 miligrama de álcool por litro de ar expelido (mg/l) - o máximo permitido é 0,33 mg/l", afirmou o sargento Cláudio Figueira, do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (PM). O jovem teve a carteira de habilitação apreendida e responderá a processo criminal. O depoimento deve ocorrer quando Bruno Colombardi deixar o hospital, já que ele teve um trauma no tórax e está internado em observação.

Ao cair em cima do barracão, o carro do guarda, um Chevrolet Celta de placa HMR-8946, atingiu a área de serviço e um dos quartos da residência, onde um casal dormia. "Achei que o mundo estivesse acabando. Levantamos muito assustados e só tivemos tempo de pensar em correr dali. Depois, vimos que era um carro que havia caído da rodovia", contou o pedreiro Deusdete da Silva, de 55 anos, que teve alguns arranhões. Sua mulher, Rosa Alice da Silva, não se feriu.
De acordo com o pedreiro, a família terá que dormir na casa de amigos enquanto não houver a reforma do imóvel. "Ele vai ter que pagar o meu prejuízo. Isso eu vou exigir. Enquanto isso, eu e minha mulher vamos ter que nos virar ficando de favor na casa dos vizinhos da vila", disse Silva.

A Defesa Civil esteve no local para avaliar a residência e afirmou que a demolição da casa não é necessária.

Susto

O motorista do carro em que o guarda municipal bateu antes de cair na residência também levou um susto.

"Estava tranquilo, na minha pista, quando percebi o Celta avançando em alta velocidade. Ele apareceu no meu retrovisor do nada. O motorista viu que ia bater, tentou desviar e saiu da rodovia. Se ele não tivesse desviado, iria bater feio em mim e me empurrar para as casas", disse o vigilante Gilson Macena Pereira, de 47 anos.
Acidentes são comuns no local
Moradores afirmam que acidentes são comuns na época de chuva na Vila Aldeia, perto do Viaduto São Francisco, no Anel Rodoviário, na região Noroeste da capital.

"É difícil até dormir com tanta preocupação. Se pudesse e tivesse condições, gostaria de mudar daqui. Se Deus quiser, esse meu desejo vai acontecer", disse o pedreiro Deusdete da Silva, de 55 anos, que teve a casa atingida pelo carro do guarda municipal.

Outra moradora, que não quis se identificar, disse que seria necessária a colocação de radares no local. "Acho que só assim seria diminuído o número de acidentes. Aqui é uma região complicada. As casas são muito próximas da rodovia. A Prefeitura deveria nos retirar daqui. Eles
falam que somos irregulares, mas deveriam nos dar opções", afirmou.

O local do acidente de ontem esteve interditado por quase seis meses. Parte do viaduto cedeu após uma chuva, em dezembro do ano passado.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) chegou a afirmar que a ocupação às margens do Anel Rodoviário também poderia ter contribuído para danificar a estrutura da pista. (JC)

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