quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Mulher atingida por bala perdida no Centro de BH está internada em estado grave


A supervisora Rosângela de Paula Ferreira estava na calçada, perto da entrada da Galeria do Ouvidor, na Rua Curitiba, quando foi baleada. Não há certeza de qual arma saiu a bala perdida, após tentativa de assalto a uma loja de calçados e tiroteio entre suspeitos e policiais

Publicação: 24/01/2013 13:12 Atualização: 24/01/2013 12:16
Walisson Braz, de 23 (foto), e um menor de 16, negaram os tiros na pedestre (Tulio Santos/EM/D.A Press)
Walisson Braz, de 23 (foto), e um menor de 16, negaram os tiros na pedestre
Está internada em estado grave no Hospital João XXIII a supervisora Rosângela de Paula Ferreira, de 43 anos, atingida por uma bala perdida no Centro de Belo Horizonte na tarde de quarta-feira. Por volta das 14h de ontem, Rosângela, estava na calçada, perto da entrada da Galeria do Ouvidor, na Rua Curitiba. Ela informava as horas para a atendente de telemarketing Júlia, de 24, quando foi atingida nas costas por um tiro. 
“Ela caiu em cima de mim e não tive forças para segurar”, disse a testemunha, assustada. A vítima foi levada para o hospital, passou por cirurgia e agora está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) respirando com ajuda de aparelhos. Não há certeza de qual arma saiu a bala perdida, depois da tentativa de assalto a uma loja de calçados e tiroteio entre suspeitos e policiais.

Na versão dos militares, três bandidos tentavam roubar a loja, mas foram surpreendidos pela cavalaria da PM. Na fuga, um militar à paisana correu atrás de um assaltante, que teria disparado duas vezes, atingindo a mulher. Testemunhas, que pedem anonimato, disseram ter havido também a participação de dois policiais civis e um deles se identificava como delegado. “Estava parado no ponto de ônibus e vi a moça sangrando. Ainda ouvi o delegado falando: ‘M., a polícia acertou a mulher’. Fui chamar a atenção dele, mas ele meteu um tapa na orelha”, disse  o carpinteiro aposentado A. P., de 65, chorando. Os populares estranharam ainda a rapidez com que a vítima foi socorrida.

Um tumulto se formou na Rua Curitiba por causa do crime. Militares prenderam Walisson Braz, de 23, e um menor de 16, levados para a 6ª Companhia da PM. Na viatura, os dois negaram a autoria dos tiros. “Foram os policiais. A arma que atingiu a dona era das grandes, do tipo PT”, disse um deles. A arma apresentada na ocorrência como sendo a do crime, entretanto, aparentava ser um revólver calibre 38.

Fugitivo


Segundo o subcomandante do Regimento da Cavalaria Alferes Tiradentes (RCAT), major Cinério Gonçalves Gomes, e a tenente Cristina de Morais Pereira, da 6ª Cia da PM, a orientação da Corregedoria é  que se faça o teste de resíduo de pólvora nas mãos dos assaltantes presos e dos policiais envolvidos, fardados e à paisana. “Queremos salvarguardar a PM no sentido de ter todos os esclarecimentos possíveis. Há ainda um terceiro suspeito foragido”, alertou a tenente, que poderá requisitar ainda o exame de balística e a filmagem do sistema de monitoramento eletrônico Olho Vivo. 

Na ocorrência, está descrito que três criminosos invadiram a Itapuã Calçados, mas uma pessoa conseguiu pedir ajuda fazendo gestos para um militar da cavalaria que fazia ronda na região. Esse militar apreendeu o adolescente e pediu reforço para capturar Walisson, que saiu correndo já com a arma na mão. Um PM do 35º BPM, Guilherme Gomes de Almeida, que estava à paisana, perseguiu Walisson, que se escondeu numa loja. Ao tentar fugir pela outra saída, trocando de camisa (estava com outra por baixo) e se livrando do boné, o rapaz foi preso pelo PM.

O terceiro assaltante seguiu armado na direção da Praça Sete e não foi encontrado. No caminho, também trocou de roupa e as peças foram apreendidas. Segundo a PM, o tiro foi disparado por Walisson, mas as investigações ainda apontarão de onde saiu a bala.

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