quinta-feira, 4 de abril de 2013

Crack é tema de debate com médicos


AMMG vai reunir profissionais e parentes de dependentes em abordagem multidisciplinar
Publicado no Super Notícia em 04/04/2013
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VINÍCIUS D’OLIVEIRA

FOTO: ANGELO PETTINATI - 8.5.2012
Usuários têm mais chances de desenvolver doenças
O crack é um problema que se alastra pelo país e, já há algum tempo, avança sobre todas as camadas da sociedade. Para trocar experiências sobre as dificuldades no tratamento de dependentes da "droga da morte" e sobre a importância de se prestar um atendimento multidisciplinar - independentemente da especialidade médica -, profissionais da saúde e familiares de usuários têm um encontro marcado na manhã do próximo sábado, na sede da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), em Belo Horizonte.

O evento "Dependência ao crack: avaliação pelas diversas especialidades" vai contar com as presenças de oito palestrantes. Segundo a diretora científica da AMMG, Luciana Costa, o encontro terá dois momentos. O primeiro - entre as 8h e as 11h - voltado somente para os médicos, quando os profissionais irão discutir a necessidade de um atendimento multidisciplinar para os usuários do crack. O segundo, às 11h, com parentes de dependentes da droga e interessados em buscar mais informações sobre o tema. Nesta etapa do evento, a palestra é aberta ao público, mas as vagas são limitadas.

"É uma abordagem não só psiquiátrica do problema, mas também neurológica, obstétrica, nutricional, de terapia intensiva e de outras especialidades médicas", explicou Luciana. "Quando se tem uma grávida dependente, por exemplo, ela também está desnutrida, com problemas neurológicos ou de fígado. É uma situação relacionada a várias especialidades e que gera outras consequências", completou a médica.
Vício pode causar doenças
Um dos palestrantes do evento é o psiquiatra Frederico Duarte Garcia, da Comissão de Formação Continuada da Associação Mineira de Psiquiatria (AMP). Segundo o especialista, 2,6 milhões de brasileiros já usaram crack pelo menos uma vez na vida, e o atendimento para esse público é multidisciplinar, já que os dependentes buscam ajuda em diversas especialidades da medicina e em setores de urgências clínicas e cirúrgicas.

"A droga também está ligada ao aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, nutricionais, pulmonares e neurológicas, além de aspectos indiretos, como é o caso das mães usuárias e de seus bebês. Capacitar os colegas para a identificação do uso, de abuso e consequências do crack é algo fundamental", destacou Garcia. O especialista também defende que o tratamento de dependentes seja feito de forma integrada. "Elas (as especialidades médicas) precisam conversar entre si, conduzindo os casos de maneira integral e humanizada", concluiu. (VDO)

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