Especialistas divergem sobre as consequências de uma possível volta do goleiro aos gramados
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Caso jogador seja libertado e volte a jogar, poderia enfrentar diversos problemas
"Se qualquer clube decidir por contratar o Bruno, seria uma decisão muito equivocada", é o que afirma o analista comportamental e especialista em Psicologia do Esporte, Rodrigo Scialfa Falcão, a respeito da possibilidade de o jogador retornar aos gramados. A polêmica sobre o caso do atleta Bruno Fernandes adquiriu um novo parâmetro, deixando de ser apenas criminal e ganhando um destaque esportista nesta semana, após o Flamengo confirmar um eventual retorno dele ao clube.
Preso desde agosto de 2010, Bruno pode deixar a penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), nas próximas semanas. A defesa do jogador espera que o pedido de Habeas Corpus seja avaliado em até 15 dias. Caso a Justiça conceda a liberdade, o goleiro teria pelo menos outras três propostas de clubes cariocas, paulistas e gaúchos, além da possível readmissão no Flamengo.
Segundo o especialista, é difícil determinar as consequências da experiência que o jogador teve na prisão, contudo, dificilmente ele estaria preparado para enfrentar as críticas e pressões por parte dos companheiros de time, torcedores e mídia. "Foi um caso que chocou muito as pessoas e, mesmo que ele seja considerado inocente algum dia, na memória da sociedade continuaria a imagem do presidiário", explica Rodrigo.
Em contraponto às afirmações do analista comportamental, a psicóloga mineira e professora da PUC-MG, Paula de Paula, que trabalhou por 22 anos no Atlético-MG com Psicologia do Esporte, acredita na capacidade de o goleiro se adaptar ao trabalho. Ela concorda que é difícil especificar quais seriam as reações de Bruno diante do estresse gerado pela nova realidade. Porém, com base no histórico do jogador, há condições de um retorno aos campos. "A personalidade do Bruno indica que ele dificilmente se intimidaria com a pressão externa. Ele já está muito bem blindado e não vai se abalar", opina.
Para Rodrigo Scialfa, este é um caso muito delicado e a decisão mais acertada para o detento seria encerrar a carreira agora e procurar outra coisa para fazer. "Não acho que ele deveria voltar para o futebol, mas caso isso aconteça, o time que o receber precisará desenvolver um forte trabalho de ressocialização com ele, os companheiros do clube e a família", recomenda o analista.
Enquanto a polêmica gira em torno dessa questão, o advogado de Bruno, Rui Pimenta, continua confiante na libertação do cliente e aposta, inclusive, num crescimento da carreira dele. "Praticamente todo mundo quer ele atuando nos gramados e eu acredito até numa futura convocação para a Seleção Brasileira", diz.
Decisão
Na última terça-feira (8), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu adiar a análise do pedido de liberdade apresentado pela defesa contra a outra decisão que negou liminar em dezembro de 2011. O defensor espera que isso aconteça em duas semanas e seja favorável ao jogador. "O pedido está bem fundamentado e já revisei todos os pontos contestados pelo ministro Ayres Britto anteriormente. Além disso, farei uma sustentação oral dos argumentos", explica. A decisão do ministro, publicada em fevereiro deste ano, alegava ausência dos requisitos necessários para que o pedido fosse concedido.
Caso a medida seja julgada favorável, Bruno deixará a prisão poucas horas após a apreciação do recurso. Como ele ainda tem ligação com o Flamengo, as chances de voltar ao clube são grandes. Na terça-feira (8), o vice-presidente jurídico do Flamengo, Rafael de Piro, confirmou essa possibilidade. “O contrato está apenas suspenso e, em tese, pode ser reativado”, esclareceu.
Bruno foi condenado, em dezembro de 2010, a quatro anos e seis meses de prisão pelo crime de cárcere privado de Eliza Samudio. O goleiro já cumpriu mais de um terço da pena e isso possibilita que ele tente a progressão de pena.
Preso desde agosto de 2010, Bruno pode deixar a penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), nas próximas semanas. A defesa do jogador espera que o pedido de Habeas Corpus seja avaliado em até 15 dias. Caso a Justiça conceda a liberdade, o goleiro teria pelo menos outras três propostas de clubes cariocas, paulistas e gaúchos, além da possível readmissão no Flamengo.
Segundo o especialista, é difícil determinar as consequências da experiência que o jogador teve na prisão, contudo, dificilmente ele estaria preparado para enfrentar as críticas e pressões por parte dos companheiros de time, torcedores e mídia. "Foi um caso que chocou muito as pessoas e, mesmo que ele seja considerado inocente algum dia, na memória da sociedade continuaria a imagem do presidiário", explica Rodrigo.
Em contraponto às afirmações do analista comportamental, a psicóloga mineira e professora da PUC-MG, Paula de Paula, que trabalhou por 22 anos no Atlético-MG com Psicologia do Esporte, acredita na capacidade de o goleiro se adaptar ao trabalho. Ela concorda que é difícil especificar quais seriam as reações de Bruno diante do estresse gerado pela nova realidade. Porém, com base no histórico do jogador, há condições de um retorno aos campos. "A personalidade do Bruno indica que ele dificilmente se intimidaria com a pressão externa. Ele já está muito bem blindado e não vai se abalar", opina.
Para Rodrigo Scialfa, este é um caso muito delicado e a decisão mais acertada para o detento seria encerrar a carreira agora e procurar outra coisa para fazer. "Não acho que ele deveria voltar para o futebol, mas caso isso aconteça, o time que o receber precisará desenvolver um forte trabalho de ressocialização com ele, os companheiros do clube e a família", recomenda o analista.
Enquanto a polêmica gira em torno dessa questão, o advogado de Bruno, Rui Pimenta, continua confiante na libertação do cliente e aposta, inclusive, num crescimento da carreira dele. "Praticamente todo mundo quer ele atuando nos gramados e eu acredito até numa futura convocação para a Seleção Brasileira", diz.
Decisão
Na última terça-feira (8), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu adiar a análise do pedido de liberdade apresentado pela defesa contra a outra decisão que negou liminar em dezembro de 2011. O defensor espera que isso aconteça em duas semanas e seja favorável ao jogador. "O pedido está bem fundamentado e já revisei todos os pontos contestados pelo ministro Ayres Britto anteriormente. Além disso, farei uma sustentação oral dos argumentos", explica. A decisão do ministro, publicada em fevereiro deste ano, alegava ausência dos requisitos necessários para que o pedido fosse concedido.
Caso a medida seja julgada favorável, Bruno deixará a prisão poucas horas após a apreciação do recurso. Como ele ainda tem ligação com o Flamengo, as chances de voltar ao clube são grandes. Na terça-feira (8), o vice-presidente jurídico do Flamengo, Rafael de Piro, confirmou essa possibilidade. “O contrato está apenas suspenso e, em tese, pode ser reativado”, esclareceu.
Bruno foi condenado, em dezembro de 2010, a quatro anos e seis meses de prisão pelo crime de cárcere privado de Eliza Samudio. O goleiro já cumpriu mais de um terço da pena e isso possibilita que ele tente a progressão de pena.
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