domingo, 22 de julho de 2012

Até hoje policiais e bombeiros militares esperam uma explicação sobre o acordo do reajuste salarial


É de indignação e revolta o sentimento que ronda os praças e oficiais, tudo devido ao tratamento a que foram submetidos os policiais e bombeiros militares, quando de boa-fé acreditaram que as lideranças e parlamentares que estavam na interlocução e negociando com o governo o reajuste salarial, tendo como referência o piso salarial de R$4.000,00 - QUATRO MIL REAIS -, que deveria ser a proposta a ser apresentada e discutida, já que aprovada em assembleia e que foi construída pelas próprias lideranças.     
 
E foi com este propósito que uma comissão, composta pelos presidentes de associações, e pelo parlamentares, Deputado Sgt Rodrigues, e Vereador Cb Júlio, que perplexos, e sem nenhuma explicação que pudesse convencer, em completo desrespeito aos presentes, aproximadamente uns 6000 policiais e bombeiros militares, da ativa, reserva, reformados e pensionistas, que atenderam ao chamado e compareceram a assembleia geral extraordinária, defenderam ardorosamente a proposta mutilada e completamente desfigurada, com um vergonhoso parcelamento do reajuste em suaves parcelas até 2015.      

E o pior desta estratégia, que culminou no acordo com o governo a revelia da decisão e aprovação dos policiais e bombeiros militares, é que com este acordo, tais lideranças impediram qualquer reivindicação salarial até 2015, inviabilizando por conseguinte que haja qualquer movimento reivindicatório, claro está, que com grandes eventos para acontecer, teríamos muitas possibilidades de pressionar por melhores condições de trabalho, valorização profissional, respeito a dignidade, bem como pela implantação de um piso salarial compatível, que valorize a profissão, a atividade de segurança pública e a vida dos profissionais.       
Assim além de acumularmos até 2015, perdas inflacionárias e do poder aquisitivo, já que quando atingirmos o suposto piso salarial de R$4.000,00, a defasagem salarial já haverá corroído seu valor, e um dos graves efeitos deste mal acordo, é que teremos que enfrentar longos e penosos 04 anos, resultado da ação deliberada das lideranças que nos representavam, que na verdade já estavam agindo em conluio, de olho nas eleições e suas pretensões políticas.    
 
Mas o que mais impressiona,  que mesmo denunciando a dita manobra, que muitos  intitularam de traição, vemos contraditoriamente alguns candidatos serem apoiados e ovacionados exatamente por quem deveria agora, tornar a denunciar o que sabemos foi uma decisão unilateral das lideranças, violando a soberania da assembleia geral, capitulada nos estatutos das associações de classe, e a dignidade e cidadania de todos os associados.          
                                                                                                                  
Um pouco de coerência e ética, é o mínimo que se espera neste momento, que todos estão para votar e eleger ou não, os representantes que com mandato parlamentar, irão nos representar e defender os interesses da segurança pública e dos policiais e bombeiros militares, que a tempos clamam pela justa valorização profissional e pelo respeito e reconhecimento de seu trabalho de proteger e servir os cidadãos. Até hoje, policiais e bombeiros militares esperam uma explicação sobre o acordo do reajuste salarial, que muitos insistem em pregar como uma grande conquista!
   
José Luiz Barbosa
Presidente da Associação Mineira de Defesa e Promoção da Cidadania e Dignidade. 

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