quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Contra a violência na região centro-sul No Belvedere, um dos 42 bairros da área, aumento de crimes preocupa



publicado no Super Notícia em 23/08/2012
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LUCAS SIMÕES
FOTO: ALEX DE JESUS - 16.8.12
Alerta. Cartaz afixado em rua do bairro Cruzeiro, na região Centro-Sul, evidencia medo da população diante dos índices de criminalidade
A série de assaltos e arrombamentos a residências, além dos três sequestros-relâmpagos registrados em menos de 24h nesta semana no Belvedere, levaram a Polícia Militar (PM) a criar um plano especial para combater à violência na região Centro-Sul de Belo Horizonte, onde estão outros 41 bairros.

A PM se reuniu anteontem com moradores do Belvedere e definiu um plano de atuação com três frentes de ataque: aumento da vigilância na área comercial, treinamento de funcionários das casas e maior integração entre porteiros.

Furtos simples - como os praticados no comércio, sem uso de arma - e roubos a pedestres no bairro tiveram aumento de cerca de 10% neste ano, conforme o tenente-coronel Luiz José Francisco Filho, comandante do 22º Batalhão. Entretanto, segundo ele, os índices vêm caindo nos últimos dois meses.

"Já ocorrências de crimes contra a pessoa, extorsão e estelionato, registraram queda desde o início do ano", afirmou. A PM não quis revelar números detalhados da área.

De acordo com Filho, as ações de prevenção da violência na região Centro-Sul já começariam a ser colocadas em prática ontem, inicialmente no Belvedere. Uma delas é o monitoramento das duas principais vias de acesso ao bairro, as avenidas Nossa Senhora do Carmo e Luiz Paulo Franco. "Vamos ter a patrulha local atuando 24h e fazendo paradas de 20 minutos em pontos estratégicos para abordar motos e carros", adiantou.

O presidente da Associação dos Amigos do Bairro Belvedere, Ubirajara Pires Glória, disse ter confiança de que o plano possa conter a criminalidade na região. É a mesma expectativa do estagiário João, 26, (que pediu para não ser identificado), sequestrado há um mês, no mesmo bairro. Ele ficou refém de assaltantes durante cerca de uma hora e meia. "Se você para o carro ali um minuto, já está sujeito a ter uma arma apontada para sua cabeça", disse.

Na semana passada, o secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, participou de um encontro com a comunidade para diminuir o aumento da violência. Ele foi procurado ontem pela reportagem, mas a pasta informou que só a PM se pronunciaria sobre o tema.

Rádios. A corporação quer que porteiros de prédios e condomínios que já usam radiocomunicadores para conversar entre eles passem a acionar a polícia ao perceberem situações de risco. "Em 80% das ocorrências, os funcionários são rendidos. Eles precisam de dicas de segurança", disse Filho. (Com Joelmir Tavares)
Projeto estuda expandir
Outro reforço para as ações contra o crime pode ser feito por uma ferramenta online desenvolvida por um grupo de estudantes da capital mineira. Em parceria com a Polícia Militar (PM), oito alunos do ensino médio desenvolveram o projeto da Rede de Vizinhos e Comerciantes Protegidos Online.

Inicialmente, a ideia será implantada nos 50 bairros da região da Pampulha a partir do próximo mês, mas a intenção é que a ferramenta seja disponibilizada aos moradores de toda a capital. O 34º Batalhão da PM, responsável pela segurança da área, informou, por meio de assessoria de imprensa, que o site é um projeto da corporação há mais de 10 anos e está em fase de testes.

Segundo o estudante Lucas Fernandes de Oliveira, 18, um dos responsáveis pelo projeto, o site vai permitir aos cidadãos cadastrados postarem mensagens de alerta sobre ocorrências ou suspeitas na região onde moram. Ele detalhou que a ideia é que a polícia seja avisada mais rapidamente e as pessoas possam simplificar o processo de comunicação a respeito dos crimes.
"Todas as pessoas conectadas à rede poderão acessar o que os outros estão falando e alertando sobre o seu bairro e região em tempo real", explicou Oliveira.

Além disso, será possível instituir a Rede de Vizinhos Protegidos Online em qualquer bairro, com o aval da PM. A rede poderá ser criada com apenas três pessoas e funcionar após a autorização virtual de algum militar responsável.

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