sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Prefeito terá que usar tornozeleira


Toninho Cordeiro e dois secretários municipais não podem chegar perto da prefeitura
Publicado no Super Notícia em 24/08/2012
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ATTÍLIO FAGGI JR.
FOTO: RODRIGO OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO
Cordeiro foi preso ontem em Montes Claros
O prefeito de Coração de Jesus, no Norte de Minas, Antônio Cordeiro de Faria (PSDC), foi alvo de uma medida cautelar inédita no país. Preso, ontem, pela Polícia Federal (PF), na operação Odin, ele foi liberado, mas vai usar uma tornozeleira eletrônica por tempo indeterminado para evitar que se aproxime menos de cem metros dos prédios públicos da cidade e dos servidores da prefeitura.

Toninho Cordeiro, que tenta a reeleição, deixou o prédio da PF em Montes Claros, no final da manhã de ontem, já com o equipamento. Além dele, o secretário municipal de Obras e o ex-secretário de Transportes do município também terão que usar a tornozeleira, que é monitorada em todo o território nacional.

Os três são suspeitos de participar de um esquema de fraude em licitação. A medida cautelar foi baseada na suspeita de que os três estariam coagindo empresários e testemunhas, oferecendo até R$ 20 mil para que omitissem ou faltassem com a verdade em relação às fraudes.

Ao todo, A PF cumpriu 11 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal (TRF) e pela Justiça Federal em residências, empresas e na prefeitura de Coração de Jesus. Segundo as investigações, obras que deveriam ter sido concluídas em fevereiro, por exemplo, estavam sendo executadas, em abril, por funcionários e com equipamentos da prefeitura.

Em dois casos - pavimentação de 100 km de ruas com reconstrução de 18 casas e nas obras da ponte sobre o rio Pacuí e o córrego Xirí - os contratos tinham o valor de R$ 1,5 milhão cada.
Primeira vez
O delegado-chefe da PF de Montes Claros, Marcelo Freitas, destacou que é a primeira vez, no Brasil, que as tornozeleiras são usadas em um caso de medida cautelar, o que é previsto pela Lei nº 12.403 e pelo artigo 319 do Código Penal. O delegado também afirmou que é inédito o fato de um prefeito ser afastado por inquérito criminal aberto pelo Tribunal Regional Federal.

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