quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Mão única pode evitar novas tragédias no cruzamento de Goitacazes e São Paulo


Em abaixo-assinado a ser encaminhado à BHTrans, moradores e lojistas enumeram acidentes graves no quarteirão íngreme da Rua dos Goitacazes e exigem mudança imediata no tráfego

Publicação: 26/09/2012 06:00 Atualização: 26/09/2012 06:41
 (Marcos Vieira/EM/D.A Press)
 Cansados de ver tragédias no cruzamento das ruas dos Goitacazes e São Paulo, no Centro, moradores e comerciantes da região organizaram um movimento para mudança na circulação de veículos na via. Estão recolhendo assinaturas para enviar à BHTrans, pedindo mudança no sentido da via, de mão dupla para sentido único, da Rua São Paulo para a Rua Rio de Janeiro. A justificativa é unânime: “A via é muito íngreme, tem trânsito intenso e grande movimentação de carros-fortes e caminhões, que entram e saem do shopping durante todo o dia”, afirma o gerente de uma loja na esquina das duas vias Marcos Antônio de Araújo Júnior. 

Com uma das listas do abaixo-assinado nas mãos, ele recorda diversos acidentes no trecho. Conta que, há cerca de um ano, um carro-forte desceu a Goitacazes desgovernado, atravessou a São Paulo até bater no quarteirão seguinte, atingindo e matando duas pessoas. Há aproximadamente seis meses, um caminhão que vinha pela São Paulo bateu em uma árvore e matou uma pessoa e feriu outra gravemente, que morreu seis meses depois. “Atropelamentos ocorrem com frequência. Os carros não respeitam a faixa de pedestre. Muitos descem embalados e não dão conta de parar”, disse o gerente, que presenciou todo o resgate das vítimas anteontem.

A mudança de sentido do tráfego da via também é aprovada por quem transita de carro pelo trecho. O caminhoneiro Valdeci Almeida, que faz entregas com frequência no Shopping Cidade, diz que o morro é muito íngreme e exige experiência. “Com o caminhão carregado é ainda mais perigoso. Não dá para vacilar, pois podemos perder o controle”, disse, enquanto manobrava seu caminhão deixando o estacionamento do centro de compras. 

Minutos depois, quem testou as habilidades ao volante foi o caminhoneiro Antônio Carlos Teixeira Filho, 52, que dirigia um caminhão-baú. “Quando a gente passa com o carro pesado naquela via é muito perigoso. Faço tudo o que tenho de fazer no Centro antes, para chegar ao shopping e entrar no estacionamento. Não dá para ficar parado no morro, para não correr o risco de perder o freio ali e passar por um sufoco”, conta o motorista. O perigo maior, segundo ele é porque numa situação de falha do sistema de frenagem, não tem para onde desviar. “É um ponto de muito movimento. Para qualquer lugar que a gente jogar o carro, vai atingir alguém”, disse.

'Há carro subindo, descendo, querendo entrar no shopping e estacionar. Alguns param em fila dupla e tudo com muita gente circulando' - Marcus Vinícius Carvalho, consultor comercial (Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
"Há carro subindo, descendo, querendo entrar no shopping e estacionar. Alguns param em fila dupla e tudo com muita gente circulando" - Marcus Vinícius Carvalho, consultor comercial
Para o consultor comercial Marcus Vinícius Carvalho, de 23, o que faz o perigo do quarteirão ser ainda maior são os diversos interesses do trecho. “Há carro subindo, descendo, querendo entrar no shopping e estacionar. Alguns param em fila dupla e tudo com muita gente circulando. Como a rua é muito íngreme, a saída seria mudar o sentido da direção para mão única e talvez restringir a circulação de caminhões.”

BHTrans prefere via de mão dupla

Em nota, BHTrans informa que a melhor opção de circulação para a Rua dos Goitacazes, no trecho entre as ruas Rio de Janeiro e São Paulo, é a via de mão dupla. Segundo a autarquia, a implantação da mão única só se justifica nos casos de aumento de capacidade da via, o que não condiz com a realidade da região. A mudança, alerta a empresa, pode diminuir a segurança, por causa do aumento de velocidade, e as condições de visibilidade e travessias de pedestres. A BHTrans também ressalta que as condições de sinalização estão adequadas tanto para carros quanto para quem circula a pé.

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