quarta-feira, 17 de abril de 2013

CIÚME INCENDIÁRIO PROVOCA TRAGÉDIA


Homem coloca fogo na mulher e no próprio corpo e, mesmo em chamas, tenta fugir de carro
Publicado no Super Notícia em 17/04/2013
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JOSÉ VÍTOR CAMILO
FOTO: FOTOS JORNAL O POPULAR/DIVULGAÇÃO
Vítimas foram levadas de Nova Serrana para BH em helicópteros do Corpo de Bombeiros
Um crime passional bárbaro chocou a população de Nova Serrana, na região do Centro-Oeste do Estado, na manhã de ontem. Indignado com o termino do casamento, um homem de 31 anos ateou fogo ao próprio corpo e ao da companheira, de 20 anos. Desesperado, ele saiu correndo, ainda em chamas, entrou no carro e dirigiu por alguns metros, até que atropelou um ciclista e bateu de frente com outro ve­culo. Ele sofreu queimaduras em 60% do corpo, enquanto a mulher teve 18% do corpo queimado.

Segundo a Poli­cia Militar (PM), a tentativa de homici­dio ocorreu por volta das 6h30. Antes de derramar uma garrafa de álcool na mulher e no próprio corpo, Wellington Rodrigues Pereira teria discutido com Claudiana Santana Santos. As informações foram passadas aos militares pela mãe de Claudiana, Zenaide Santana Santos, de 39 anos, que mora perto da casa da filha. 

A sogra do incendi¡rio ouviu a discussão e, quando percebeu as chamas, arrombou a porta. Zenaide levou a filha para a parte de fora e a ajudou a rolar na grama para apagar o fogo. Zenaide tambem sofreu queimaduras leves, mas não precisou de atendimento médico. 

Wellington Pereira saiu correndo de casa, ainda pegando fogo, entrou no seu carro e saiu em alta velocidade. Alguns quarteirão a  frente, ele provocou um acidente. Segundo testemunhas, após a batida, Pereira chegou a descer do carro cambaleando, mas desmaiou em seguida. O motorista do carro acidentado e o ciclista atropelado sofreram apenas ferimentos leves. 

O casal foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da cidade. Porem, devido à gravidade dos ferimentos, foram transferidos, ainda na manh㣠de ontem, para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, em helicópteros dos bombeiros. 

Em entrevista ao jornal "O Popular", de Nova Serrana, o pai de Claudiana, Antonio Valerio, de 47 anos, disse que Wellington Pereira era um bom marido até as férias da filha, em janeiro. "Eles começaram a ter problemas com ciume depois que ela voltou da Bahia, onde temos parentes. Há um mes, ela apareceu com um hematoma no rosto. Ele tinha batido o rosto dela na porta e vinha a ameaçando de morte, caso ela o deixasse", contou.

Após a agressão, Valério chegou a ir até a casa do casal e passou a noite conversando, dando conselhos sobre como manter o relacionamento sem conflitos. "Na ultima sexta-feira, eles voltaram a brigar e ele a ameaçar novamente. Nesse dia, o Wellington, que nunca bebeu, comprou uma garrafa de cachaça, saiu de carro e só voltou no dia seguinte pela manhã, disse.

Anteontem à noite, Claudiana teria voltado a procurar o pai. "Ela disse que não aguentava mais viver ao lado dele e que sairia de casa de manhã. Até falei com ela para fazer um acordo na fabrica de calçados que trabalhava que eu pagaria a passagem para ir até Salvador. Mas ele viu as malas e fez isso", lamentou
Homem deixou carta à família
Ao fazer buscas na casa onde ocorreu o crime, a Polícia Militar localizou, próximo da cama do casal, uma mala com os pertences de Claudiana Santos. No guarda-roupa, estavam somente as roupas de Wellington Pereira. Sobre uma penteadeira, embaixo de uma Bíblia, os policiais encontraram uma carta de despedida do suspeito, escrita três dias antes. Escrita à mão, o bilhete era uma despedida para os pais e os irmãos. "Eu nunca fui feliz, mãe. A mulher que mora comigo, eu já fui feliz ao lado dela. Agora, mãe, eu não tenho palavra nem para dizer para todos vocês ‘eu to bom’".

Bastante confuso, Pereira afirmou na carta que já havia tentado suicídio por causa da mulher. Ele também falou que estava com a cabeça ruim. "Acho que vou me matar. Só penso bobeira na minha cabeça... vou ao médico, vou tentar me recuperar. Se a vida não melhorar, vocês vão ter alguma notícia ruim", avisou. Ele disse acreditar que não daria tempo de batizar o futuro afilhado e que era para escolherem uma pessoa especial. Por fim, colocou um espaço para ser colocada uma foto dele e pediu que a carta fosse plastificada e guardada. (JVC)

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