sexta-feira, 1 de junho de 2012

Regiões Noroeste e de Venda Nova são as mais visadas no golpe da saidinha de banco Ataques a clientes perto de agências bancárias diminuem 7% no primeiro quadrimestre de 2012.


Publicação: 01/06/2012 09:10 Atualização: 01/06/2012 09:23
Blitzes específicas para motos é uma das estratégias da polícia para coibir a atuação de assaltantes (JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS - 7/7/11)
Blitzes específicas para motos é uma das estratégias da polícia para coibir a atuação de assaltantes


As ocorrências de saidinha de banco caíram 6,9% em Belo Horizonte nos quatro primeiros meses de 2012 em relação ao mesmo período do ano passado. A Polícia Militar comemora o resultado, mas especialistas em segurança pública consideram a redução inexpressiva e os números muito altos ainda. De janeiro a abril, mais de R$ 1,5 milhão foi levado por criminosos em 325 assaltos a clientes de agências bancárias. A tendência de migração do crime para as regiões de periferia, já registrada nos últimos levantamentos da polícia, foi mantida. Enquanto os índices caem nas áreas centrais, nas regiões Noroeste e de Venda Nova os ataques aumentaram.

De acordo com o coronel Rogério Andrade, comandante do Policiamento da Capital (CPC), a redução de 24 casos este ano em relação a 2011 é um indicador de aumento da segurança da população. Ele afirma que a PM faz operações como a Saque Seguro, lançada em fevereiro. Ele, no entanto, critica o descumprimento da Lei Municipal 10.200, de 7 de junho de 2011, que determina às instituições financeiras que instalem biombos para impedir o contato visual entre caixas e clientes. “Em janeiro, registramos 96 roubos, mas os números vêm diminuindo. Em fevereiro foram 69, em março 88 e em abril fechamos em 72 ocorrências. Isso é resultado de mais policiamento no entorno das agências e batidas feitas em motociclistas nas ruas”, afirmou.

A Secretaria Municipal Adjunta de Fiscalização da Prefeitura de BH (Smafis) informou, por meio de nota, que fez levantamento das irregularidades e que a fiscalização nas agências começa hoje, com aplicação de multas que podem chegar a R$ 50 mil.

O percentual de queda está estagnado desde 2010, que registrou o mesmo índice do ano anterior. Para o professor Luís Flávio Sapori, do Centro de Pesquisas em Segurança Pública da PUC Minas, os dados representam uma estabilidade em altos patamares e aponta que a solução está na integração das polícias. “É preciso melhorar o trabalho da polícia investigativa para localizar e prender as quadrilhas especializadas nesse tipo de crime. Só com o patrulhamento da PM, não vai resolver. A redução de 6,9% este ano comparado a 2011 é inexpressiva”, avalia.

Levantamento da PM mostra migração de ladrões do Centro para outras regiões de BH (clique para ampliar)
Levantamento da PM mostra migração de ladrões do Centro para outras regiões de BH (clique para ampliar)
A cada dia útil, quatro casos de saidinha são registrados na cidade e é na Região Centro-Sul onde os crimes mais ocorrem. De janeiro a abril deste ano, foram 130 assaltos. O número é menor do que o montante acumulado no mesmo período de 2011, quando a PM recebeu 164 queixas, uma queda de 38,5%. No entanto, ainda são considerados altos pela polícia. Mas há migradação para as regiões Noroeste e de Venda Nova. Na primeira, as ocorrências cresceram 35% neste quadrimestre, comparado a período semelhante de 2011. Os assaltos pularam de 60 para 81. O comandante do CPC diz que a elevação neste caso foi provocada pela ação de uma quadrilha que age na região. As ações do bando são monitoradas pela Polícia Civil e o policiamento foi reforçado . Os bairros Caiçara, Carlos Prates e Padre Eustáquio tiveram 10, seis e quatro casos, respectivamente.

Em Venda Nova, o acréscimo foi de 21,4%, passando de 14 para 17 crimes. Em ambos as regiões, segundo a polícia, os bancos sem biombo contribuíram para as ocorrências. Já a região da cidade que mais apresentou queda no comparativo foi a Oeste: de 23 casos para 11, menos 52,2%.

Quanto à avaliação sobre as vias onde a incidência de saidinhas de banco é mais comum, a Avenida do Contorno é a campeã, representando 12 roubos do total. A Prudente de Morais e a Pedro II vêm em seguida com oito casos cada, seguidas pela Abílio Machado, Amazonas e Padre Pedro Pinto, com seis cada.

Biombos A PM não divulga os nomes das instituições financeiras que desrespeitam a lei do biombo. Entretanto, levantamento feito pelo Estado de Minas mostra que os três bancos que concentram o maior número de ocorrências são Bradesco, Itaú e Santander, justamente os que não adotaram o uso da ferramenta. Em um deles, foram 146 casos este ano contra 122 no ano passado. Já em um banco que adotou a proteção, foi registrada queda de crime de 61%. Foram 13 casos em 2012 contra 34 em 2011.

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