sexta-feira, 1 de junho de 2012

Toque de recolher fecha escola e lojas no Taquaril



Publicado no Jornal OTEMPO em 01/06/2012
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KARINA ALVES
FOTO: ALEX DE JESUS
Reforço. Viatura acompanhava saída da escola ontem, três dias após a troca de tiros perto do local
Um recado supostamente vindo de traficantes fechou mais cedo as portas de cerca de 15 lojas e interrompeu as aulas do turno da noite de uma escola municipal no bairro Taquaril, na região Leste de Belo Horizonte, na tarde de anteontem. "A mensagem era para não deixar o comércio aberto depois das 17h e para as mães buscarem as crianças mais cedo na escola", contou um comerciante, que preferiu não ser identificado.

"O pessoal ficou apavorado. Eu mantive minha loja aberta, mas não tinha ninguém na rua", contou outro comerciante, que também pediu anonimato. Moradores contaram que apenas viaturas circularam nas ruas e foi preciso escoltar três ônibus escolares ao fim do turno da tarde de quarta-feira, porque motoristas tinham medo de circular pelo bairro.

De acordo com pessoas que moram na região, o problema teria começado na noite de terça-feira, quando houve uma troca de tiros entre duas gangues que estão em guerra no bairro. Balas perdidas atingiram dois alunos da Escola Municipal Fernando Dias Costa, de 13 e 14 anos. Eles já haviam saído da escola, mas estavam nas imediações da instituição. O mais velho, atingido pelas costas, passou por uma cirurgia e permanece internado no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. O mais novo recebeu alta anteontem.

"O boato foi que determinaram o toque de recolher para não ferir mais ninguém inocente nessa guerra", comentou outro morador da região. Segundo uma fonte da Polícia Civil, dois rapazes, conhecidos como Cabeção e Leozinho, estariam por trás do toque de recolher.

Medidas. Apesar do reforço no policiamento na região, ninguém havia sido detido até o fechamento desta edição. A Secretaria Municipal de Educação informou que as aulas foram retomadas, e os alunos poderão ser liberados mais cedo, desde que responsáveis os busquem.
Ibirité viveu situação parecida
Uma situação parecida aconteceu em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte. Comerciantes do bairro Lago Azul fecharam as portas de várias lojas na última terça-feira, logo após o assassinato de um traficante conhecido como Lekinha.

"O rapaz cresceu no bairro, e muita gente ficou com medo de novas mortes ocorrerem. Por isso, alguns comerciantes fecharam as portas", comentou o capitão Wanderlei Dias, comandante da 214ª Companhia da Polícia Militar.

Segundo ele, o policiamento foi intensificado, e o comércio já voltou a funcionar.

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