terça-feira, 23 de outubro de 2012

Colégios vão ficar até 11% mais caros em Minas Expectativa é de que o reajuste das mensalidades das escolas particulares mineiras para o próximo ano seja definido amanhã


Publicação: 23/10/2012 06:00 Atualização: 23/10/2012 06:49
As escolas particulares de Minas vão ter reajuste acima da inflação no próximo ano letivo. Os pais podem preparar o bolso para uma correção de até 11% das mensalidades, quase o dobro da alta estimada para o custo de vida, de 5,4% no fechamento de 2012. O Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG) vai concluir amanhã a análise dos custos das instituições de ensino para 2013, mas pelo estudo preliminar já prevê que a alta das mensalidades vai variar entre 8% e 11%. “O reajuste do estado deve ser de quatro pontos percentuais, abaixo do máximo estimado para o país”, informou Emiro Barbini, presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG). O índice de reajuste previsto pela Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) é ainda mais pesado, entre 10% e 15%. 

A principal justificativa para o aumento do preço da escola é a alta de 7,9% do salário mínimo em janeiro e o reajuste dos professores em abril. “Os materiais utilizados pelas escolas são reajustados conforme o salário mínimo, e além disso no país as categorias profissionais também têm tido aumentos com ganho real”, apontou Barbini. Segundo ele, os dois principais impactos na planilha das instituições vem da folha de pagamento, que responde por cerca de 70% dos gastos. 

A médica Silvana Figueiredo paga uma mensalidade de R$ 860 para o filho Rafael, de 6 anos. Segundo ela, somando outros investimentos como cursos de esportes e línguas a despesa mensal supera a marca dos R$ 1 mil. Há três anos na escola, Rafael nunca frequentou o sistema público de ensino. “A educação é um investimento. É a herança que vamos deixar, mas pesa bastante no orçamento. Está entre as principais despesas”, diz a médica, que apesar de considerar o reajuste perto de 10% pesado não pensa em efetuar nenhum corte “no investimento”.

 O consumidor pode acompanhar o aumento das despesas das escolas pelas planilhas de custos. O especialista em direito do consumidor, Bruno Burgarelli, diz que os cálculos devem ser apresentados aos pais. “O valor do reajuste estipulado vale para o ano todo, mas se detectarem falhas na prestação de contas, os pais podem questioná-lo.” Marcelo Barbosa, coordenador do Procon Assembleia, lembra que a escola pode ser notificada a apresentar suas despesas estimadas para 2013, já que o Código de Defesa do Consumidor considera prática abusiva o reajuste sem justa causa. 

Daniele Fróis, empresária do segmento de semijoias, tem dois filhos na escola particular e paga R$ 900 para cada. Ela considera o aumento da mensalidade alto e lembra que ele nunca vem sozinho. “O material escolar também é bem caro e sempre tem reajustes.” Daniele calcula que educação e saúde estão entre os principais pesos do orçamento doméstico. 

Emiro Barbini também apontou que apesar do crescimento da renda das famílias e do baixo índice de desemprego, a inadimplência no setor saltou de 4% para 6,5% nos últimos 12 meses.

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