quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Agente é baleado em rebelião


PEDRO LEOPOLDO
Ação foi coordenada por cinco detentos que chegaram há 20 dias a presídio
Publicado no Super Notícia em 20/12/2012
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LUCAS SIMÕES E VINÍCIUS D’OLIVEIRA
FOTO: ALEX DE JESUS
Aparato. Mais de cem policiais foram acionados e contiveram o motim; os agentes foram soltos às 6h30
Mais de 30 perfurações em apenas um dos portões do Presídio de Pedro Leopoldo, na região metropolitana da capital, evidenciavam uma madrugada turbulenta, de tiroteio e ameaças durante uma tentativa frustrada de fuga de 114 detentos da unidade. Dois agentes penitenciários foram mantidos reféns por cerca de seis horas, e um terceiro servidor, de 31 anos, acabou baleado. Segundo a Polícia Militar (PM), a ação foi coordenada por cinco presos que chegaram ao presídio há 20 dias e estão envolvidos em roubos a uma joalheria e a uma casa lotérica na cidade.

A rebelião começou por volta das 23h30 de anteontem, quando oito agentes penitenciários estavam de plantão no presídio. Segundo o relato de um plantonista, ele e outros dois colegas foram informados pelos detentos da cela 2 de que um preso estaria passando mal. "Logo depois que eu abri a carceragem, vi outro agente tentando recuar, e percebemos que era um truque. Um deles estava armado, atirou, e aí começou a troca de tiros", disse. Três carros e uma residência foram atingidos pelos disparos. Uma loja teve a porta parcialmente destruída por uma bomba de efeito moral.

Treze presos que estavam na cela tomaram o controle da unidade e invadiram a intendência (sala de armas) do presídio. Lá, eles tiveram acesso a 28 armas, sendo oito escopetas, 14 pistolas e seis revólveres. Eles destruíram várias salas, cercas de segurança, computadores e arrombaram as celas para libertar os outros detentos - três presos acusados de crimes sexuais também chegaram a ser mantidos reféns pelos criminosos. "Nós ficamos, na maior parte do tempo, concentrados na entrada da carceragem, em uma espécie de hall. Vi a movimentação deles pelo presídio todo, parecia uma zona de guerra. Eles ficaram nervosos e disseram que iam matar todo mundo quando descobriram que a polícia estava aqui fora", completou o agente.

Negociação. Mais de cem policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitana (Rotam) e do 36º Batalhão cercaram o presídio e negociaram com os bandidos por meio de um radiocomunicador. Segundo o tenente-coronel Marcelo Vladimir Corrêa, comandante do Gate, os presos exigiram melhorias em relação à comida e à água. "Eles falavam que não aguentavam mais comer aquela comida e que, às vezes, faltava água. Prometemos resolver a questão, e eles cederam", disse.

Após a rendição, os detentos foram levados para uma igreja ao lado do presídio, onde foram revistados. Os agentes feitos reféns foram liberados às 6h30.



Presos foram transferidos de unidade
Dos 114 presos mantidos no complexo prisional, 89 que cumpriam pena no regime fechado foram transferidos, ontem, para os Presídios de São Joaquim de Bicas I e II e para os Presídios Inspetor José Martinho Drumond e Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves.

A Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) considera que a rebelião foi motivada pela tentativa de fuga frustrada e informou que nenhuma reclamação sobre a comida servida na unidade havia sido registrada anteriormente. Em razão dos estragos, o presídio terá que passar por uma reforma. "Vamos enviar técnicos para analisar a qualidade da comida e os danos", disse o subsecretário Murilo Andrade. (LS/VDO)




       

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