terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Empresas menores ganham cartão de crédito


BDMG lança ferramenta que visa aumentar o acesso das pequenas e médias empresas a recursos para investimento

Publicação: 26/02/2013 06:00 Atualização: 26/02/2013 07:50
Matheus de Carvalho destaca que empreendedor pode escolher o fornecedor do serviço ou produto desejado
 (Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Matheus de Carvalho destaca que empreendedor pode escolher o fornecedor do serviço ou produto desejado
Com a meta de ampliar e facilitar o crédito destinado às pequenas e médias empresas, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) pôs em teste o Cartão BDMG, novo produto da instituição, que permitirá ampla utilização na modalidade de crédito rotativo e pré-aprovado para financiar de capital de giro a investimentos. O cartão inova em relação ao Cartão BNDES (do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), ao liberar o empreendedor na escolha do fornecedor ou prestador do serviço desejado, sem prendê-lo a uma rede credenciada, informou ontem o presidente do BDMG, Matheus Cotta de Carvalho. A iniciativa faz parte de uma política de reforço dos desembolsos, estimados em 2013 na casa de R$ 2 bilhões, cifra que se cumprida representará aumento de quase 40% em relação aos recursos de R$ 1,432 bilhão liberados em 2012.

Na mesma direção, o BDMG lança em maio uma linha de empréstimo destinada às empresas com faturamento até R$ 30 milhões anuais, segmento que abarca empreendimentos de porte médio, com mais dificuldades ou que enfrentam maior burocracia no sistema bancário para obter crédito. Ainda entre os novos produtos que serão oferecidos neste ano, o banco firmou ontem convenção de cooperação técnica e financeira com a Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de Minas Gerais (Fapemig) para ampliar o financiamento de projetos de conteúdo inovador em tecnologia que sejam considerados estratégicos como empreendimentos capazes de diversificar a economia do estado.

A perspectiva de alta da taxa básica de juros (a Selic, que remunera os títulos do governo no mercado financeiro e serve de referência para as operações nos bancos e no comércio) como instrumento de controle da inflação não alterou os planos do BDMG, segundo o presidente da instituição. “Não há sinal algum no cenário econômico de que devemos rever o nosso plano de crescimento”, disse Matheus Carvalho. A instituição trabalha com juros a partir de 8% ao ano.

De acordo com o executivo, a ordem no banco é buscar aumento de produtividade e racionalização de processos para também alargar a base de 14 mil clientes ativos em 745 municípios. “Vamos trabalhar para miminizar qualquer necessidade de repasse do aumento de custo do dinheiro. Revisão de preços não está em pauta, e sim a revisão completa dos nossos custos”, afirma. Para viabilizar a expansão da carteira de crédito dos atuais R$ 5 bilhões para R$ 8 bilhões a R$ 9 bilhões até o fim de 2015, o BDMG busca nova fontes de crédito e pretende dobrar a principal delas, o volume de repasses do BNDES. 

Os recursos do banco federal repassados pelo BDMG deverão sair de R$ 450 milhões no ano passado para até R$ 700 milhões em 2013. “Não temos nenhuma dificuldade nessa ampliação. É uma questão de criarmos condições de facilitar o acesso ao banco, que no passado era tido como muito burocratizado. O que estamos fazendo também é não só facilitar, como desburocratizar e agilizar esse caminho”, diz Matheus Carvalho. Os técnicos da instituição preparam uma captação de R$ 350 milhões no mercado internacional, prevista para o segundo semestre. Não está descartada uma nova operação de aumento de capital pelo governo de Minas, mas a instituição não quer se prender à capacidade do orçamento do estado, de acordo com o presidente do BDMG. 

Dinheiro fácil
Como nova estratégia para ampliar o acesso das pequenas e médias empresas, o Cartão BDMG terá limite pré-aprovado, atendendo o perfil do empresário que solicitar crédito. Toda a operação será feita pela internet e dependerá das variáveis do faturamento e do nível de endividamento possível do tomador do dinheiro. Pode ser que o empresário só se torne cliente do banco por meio do cartão.

A ampliação e desburocratização dos empréstimos dirigidas às médias empresas a partir de maio se dará num modelo de liberação de até R$ 700 mil por empreendimento, obtidos pela internet. O valor médio, hoje, é de R$ 80 mil por empresa com faturamento até R$ 3,6 milhões. Se a documentação apresentada estiver completa, o prazo para que os recursos estejam na conta do empresário é de uma semana, em média.

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