terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

MINEIRÃO Torcedores buscam direitos



Pessoas lesadas no jogo de reabertura do estádio tentam se mobilizar para não deixar barato
Publicado no Super Notícia em 05/02/2013
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THIAGO NOGUEIRA
Guilherme Guimarães
FOTO: BRUNO FONSECA / DIVULGAÇÃO - 2.2.2013
Apesar de a drenagem não ter suportado a chuva no sábado, sistema não será trocado
Um dia depois do clássico, torcedores que se sentiram lesados, seja na compra de ingressos ou na prestação de serviços no Mineirão, começam a entrar com ações na Justiça contra a Minas Arena, operadora do estádio, contra o Cruzeiro, mandante da partida, e até contra o Estado.

Através de uma rede social, o advogado Diogo Alexandre Garcia, 29, está reunindo o máximo de torcedores que foram ao clássico no grupo chamado "Lesados pela Minas Arena". Até ontem, o grupo já contava com mais de 200 membros.

"Usaremos o Código de Defesa do Consumidor para pedir a devolução em dobro do valor pago pelo ingresso. Além disso, pediremos também indenizações por danos morais por tudo aquilo que ocorreu no Mineirão: falta de água para beber, de luz nos banheiros e de alimentos", afirmou Garcia.

O gerente do Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Gilberto Dias de Souza, sugere que os torcedores procurem o Ministério Público para uma ação coletiva. "O mínimo que o Ministério Público deveria fazer era propor uma ação civil pública obrigando os organizadores do evento a restituir todos os valores pagos pelos consumidores neste jogo", destacou Souza.

Também participante do grupo, o advogado atleticano Leonardo Soares Tito orienta que, para protocolar ações no Juizado Especial, o torcedor deve estar ciente que as causas são de até 40 salários mínimos. "Meu amigo entrou com uma hoje (ontem) e a audiência deve ser só em maio", ressaltou.

Diretor-presidente da Minas Arena, Ricardo Barra, disse que o consórcio vai divulgar em breve um telefone para reclamações, no intuito de resolver os problemas dos torcedores. "Temos que ter um relacionamento com eles. Estamos abertos a queixas", disse Barra.

Avaliação. O promotor José Antonio Baêta, da Promotoria de Defesa do Consumidor, aguarda a entrega dos relatórios de seus fiscais para tomar as providências contra os organizadores.

Ontem, a Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) divulgou uma nota com duras críticas contra o consórcio. "Uma atitude de total desrespeito", diz o texto.
FOTO: LEO FONTES – 3.2.2013
Perto do parapeito, água não encontra local para escoamento
TUDO NA MESMA
Substituição do gramado não vai ser necessária
A Minas Arena garantiu que não será necessária a troca da drenagem ou do gramado do Mineirão. A chuva que atingiu o local no último sábado, 24 horas antes do clássico, deixou o campo encharcado, o que colocou em xeque o sistema de absorção de água do estádio.

Para o diretor-presidente da Minas Arena, Ricardo Barra, uma concentração de chuva na região da Pampulha, como naquele dia, seria capaz de interromper uma partida oficial em qualquer lugar.

"A drenagem está adequada à funcionalidade que se preza. As chuvas que aconteceram no dia anterior foram atípicas. Se, naquele momento, estivesse sendo disputada uma partida de futebol, seria paralisada. Não há qualquer previsão de troca do gramado", disse o presidente.

Mudanças. Diante dos problemas de acesso ao estádio pelas catracas e, em especial, pelos estacionamentos, a Minas Arena admite alterar o horário de abertura dos portões do local.

No clássico, a entrada foi liberada às 14h10 (atraso de dez minutos em relação ao previsto). "Não poderíamos ter aberto antes porque os estacionamentos dão acesso ao estádio", alegou Ricardo Barra, da Minas Arena.

A empresa prometeu outros ajustes, como evacuar totalmente os estacionamentos em dias de jogos antes do acesso do torcedor para que se evite que carros de prestadores de serviços ou de outras pessoas ocupem vagas de autoridades ou da imprensa. (TN)

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