quarta-feira, 13 de março de 2013

Falta de fiscalização permite entrada de armas e drogas


Apenas documentos são conferidos quando ocorrem viagens interestaduais
Publicado no Super Notícia em 13/03/2013
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JOHNATAN CASTRO
 RODRIGO LIMA
Dúvida. Se o motorista desconfiar de algum passageiro, ele pode pedir apoio da polícia para uma revista
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O assassinato do engenheiro químico João Gabriel Camargos, 25, durante um assalto a um ônibus que seguia de Poços de Caldas para Belo Horizonte, na madrugada do último sábado, expôs a falta de segurança nos setores de embarque das rodoviárias mineiras. O bandido, que se passava por passageiro, cometeu o crime três horas após entrar no veículo.

Desobrigadas de fazer revistas e outros procedimentos de segurança antes de cada viagem, as viações aceitam a entrada de quase todos os objetos nos ônibus, colocando em risco funcionários e passageiros. "Dentro do Estado, não existe sequer a cobrança de documentos na hora do embarque. Nada impede o uso de detectores de metais", questionou o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de BH e Região, Jorge Alves.

O Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) confirmou que a documentação só é exigida para viagens interestaduais. No entanto, a identificação, segundo o órgão, não impede que passageiros entrem nos ônibus portando armas e drogas. O DER-MG informou ainda não poder exigir que as empresas adotem medidas de segurança, pois, ao contrário do que ocorre no transporte aéreo, não existe uma legislação nacional para regulamentar as práticas.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), órgão federal que regula o setor, também se eximiu da responsabilidade e disse não ter nada a declarar sobre o assunto. Seis empresas de ônibus foram procuradas, mas nenhum representante foi encontrado. Para o coordenador de comunicação da Viação Itapemirim, Delamar Cruz, as empresas não podem assumir uma função que deveria ser do poder público. "Isso deveria ser uma proposta que envolvesse todo o setor, e não uma empresa isolada".

"Não tem nenhuma fiscalização, e você tem que ficar esperto para não ser roubado", reclamou o piloto Otávio Saldanha, 26, que esperava, ontem, um ônibus na rodoviária da capital.
SUSPEITO
Polícia Civil divulga retrato falado
A Polícia Civil divulgou ontem o retrato falado do suspeito de ter assassinado o engenheiro João Gabriel Camargos, 25, no último sábado, dentro de um ônibus, na altura da cidade de Perdões, no Sul de Minas. O homem é descrito como negro, alto (com cerca de 1,90 m), magro e deve ter de 22 a 24 anos de idade.

"Em questão de dias vamos chegar a ele", afirmou o delegado Aílton Pereira. Novas testemunhas foram ouvidas ontem.


Propostas. Também ontem, a Comissão de Segurança Pública da Assembleia de Minas discutiu questões sobre a segurança dos passageiros. "Uma audiência para a apresentação de propostas deve ocorrer na semana que vem", adiantou o deputado João Leite. (Jhonny Cazetta)

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