terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Autoescolas atropelam lei e facilitam carteira de ônibus


Jeitinho de autoescolas encurta tempo mínimo de aulas de direção exigido pelo Denatran para exame que habilita candidato a dirigir coletivos e até vans de transporte escolar

Publicação: 05/02/2013 06:00 Atualização: 05/02/2013 07:11
Veículo em que são feitas aulas: Detran admite que empresas oferecem tempo de ensino menor e diz ser difícil fiscalizar (Cristina Horta/EM/D.A Press)
Veículo em que são feitas aulas: Detran admite que empresas oferecem tempo de ensino menor e diz ser difícil fiscalizar


A principal exigência do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para formar um bom motorista profissional de ônibus e vans não tem sido cumprida por autoescolas de Belo Horizonte, que marcam exames de direção e aprovam candidatos com tempo de prática até duas vezes e meia menor que o estabelecido pelo Código de Trânsito. Segundo o Denatran, os candidatos à carteira na categoria D só devem ser examinados nas ruas após completarem no mínimo 15 aulas de 50 minutos, em um total de pelo menos 12 horas e 30 minutos de treino. Contudo, ao percorrer sete centros de formação de condutores na capital, a equipe de reportagem do Estado de Minas recebeu propostas de cinco deles para marcar a avaliação em menos tempo, até com pacotes de meras cinco horas totais (menos de 60% do necessário). Mesmo entre donos de centros de formação, há quem admita que a prática é generalizada, e que as empresas que não a adotam perdem clientes. Para especialistas, os condutores podem estar chegando ao volante despreparados para transportar vidas, inclusive de crianças. Já o Detran-MG diz que é difícil fiscalizar fraudes do tipo, mas estuda implantar um sistema de rastreadores de veículo e biometria móvel até o fim do ano.

Esses exames ainda não exigem a marcação da presença pelo sistema biométrico, que confere diariamente a impressão digital do aluno, abrindo espaço para as fraudes. Em meio às negociações, instrutores ofereceram pacotes de 10 aulas com duração de 30 minutos cada. As conversas, gravadas em vídeo pela equipe de reportagem, mostram que algumas autoescolas marcam exames tão logo os alunos iniciam as aulas. O correto, neste caso, seria aguardar pelo menos a conclusão das 15 aulas, para aferir o desempenho do candidato. 
“Isso é consequência dos nossos valores de sociedade, que estão equivocados. Para alcançar o objetivo, não importam os meios. É o velho jeitinho”, diz o advogado especialista em trânsito Thales Lucena. “O condutor de ônibus dirige um veículo pesado, carrega muitas vidas e deveria ser um dos mais responsáveis no trânsito. Dirigir para frente é fácil, mas se o candidato abre mão do tempo mínimo exigido, ele pode deixar de aprender direção defensiva, noções de primeiros socorros e procedimentos de emergência que são aprendizados imperiosos, tanto que a lei os exige”, completa o advogado, dizendo que muitas autoescolas têm dado mais valor ao aspecto financeiro.

O especialista considera que, mesmo que fosse cumprido, o tempo mínimo de curso determinado pelos órgãos de trânsito seria insuficiente. Segundo Lucena, os candidatos à carteira de habilitação D muitas vezes chegam às autoescolas com alguma experiência obtida na clandestinidade. “Mas, partindo do pressuposto de que o motorista que vai tirar a carteira não sabe nada, 15 aulas é muito pouco”, alerta. “Ele até tem noções de espaço e sabe manobrar, mas o importante é se posicionar diante de um imprevisto. Se o candidato consegue ser aprovado com menos tempo do que a lei determina, ou o exame é muito fácil ou ele se prepara independentemente da autoescola”, pontua.

Negociação 

Nas visitas às empresas, os “abatimentos” de aulas e horários foram oferecidos por atendentes e alguns instrutores dos centro de formação Carneiro, no Horto (Região Leste), Ouro de Minas, no Bairro São Paulo (Nordeste), Catalão, do Bairro Serrano, Radioativa e Capital, no Padre Eustáquio – essas últimas na Região Noroeste. Na Catalão, por exemplo, o orçamento impresso num cartão publicitário traz o plano de dez aulas de 50 minutos. Mas, ao insistir com a balconista para reduzir um pouco mais o cronograma, ela faz pouco caso, admitindo que a empresa oferece carga horária 33% menor do que é exigido pela legislação. “Acho que vai fazer pouca diferença. Ainda mais que o Detran exige 15 aulas (em vez de 10)”, disse a moça.

Ainda assim, a mulher deixa a negociação em aberto e pede para procurar o instrutor. No início, o homem de meia idade responsável por ensinar candidatos a dirigir um ônibus e transportar pessoas rechaça a ideia de reduzir a jornada de 50 para 30 minutos. “A gente pode ir abatendo. O que não dá é fazer duas (aulas) de 1h40 num horário, porque, senão, dá mais de 10 aulas no final”, disse o instrutor. Perguntado se poderia cobrar o mesmo valor para 10 aulas de 30 minutos, ele para por um instante e pensa no assunto. “Temos de ver como vão vender isso lá (na autoescola). Só se a gente fizer uma hora e depois abater o que sobrar das outras aulas. Mas tem de fazer a conta certinha”, pondera.

DETRAN Registro de ocorrências da Lei Seca demora até dez horas



Delegada de plantão afirma que efetivo aumentará; órgão confirma ampliação
Publicado no Super Notícia em 05/02/2013
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JOANA SUAREZ
FOTO: LEO FONTES
Policiais conversam para passar o tempo, enquanto esperam para registrar ocorrências
Era noite de domingo, e a delegacia de plantão do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), em Lourdes, na região Centro-Sul da capital, mais parecia uma sala de espera de pronto-socorro no fim de semana. Além de quem esperava para ser atendido ou que estava acompanhando algum motorista preso, vários policiais militares aguardavam, ansiosos, para registrar suas ocorrências. Alguns estavam ali havia mais de sete horas. O baixo efetivo da Polícia Civil para atender os flagrantes e o aumento da demanda após as mudanças da Lei Seca estão deixando caótica a única unidade de trânsito da capital.

A reportagem ficou durante três horas no Detran. A unidade chegou a ficar com 15 policiais aguardando para serem ouvidos pelo único delegado de plantão, que atua com mais seis policiais civis. A reclamação da demora para o registro de ocorrências é quase unânime.

Um PM contou que já ficou dez horas esperando e que só foi embora porque seu plantão havia acabado. "Fui para casa, mas fiquei de prontidão caso precisasse ser ouvido pelo delegado", disse o militar, que pediu anonimato. Os policiais que conduzem os motoristas abordados nas ruas da capital, presos em flagrante com sintomas de embriaguez, precisam acompanhar a finalização da ocorrência e prestar depoimento porque também são testemunhas.

Segundo policiais civis e militares ouvidos pela reportagem, a falta de efetivo nas delegacias já era um problema, que piorou muito após as mudanças na Lei Seca, regulamentadas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) na última semana. Segundo a delegada de trânsito Rosângela Tulher, a demanda triplicou. "Ainda estamos nos adaptando. O chefe do Detran já prometeu aumentar o efetivo", afirmou.

Acomodação. No Detran, os presos em flagrante ficam em uma sala de vidro, onde há apenas dez cadeiras, mas chega a comportar 15 pessoas. No último sábado, foram 16 flagrantes, que só foram finalizados às 13h do domingo - a maioria oriunda de acidentes com condutores alcoolizados. Os parentes dos detidos também reclamam da demora.

Procurado pela reportagem, a assessoria do Detran informou que já está ampliando o número de profissionais, porém não definiu um prazo para isso.
PARADAS
Viaturas e PMs deixam de fazer ronda nas ruas
Enquanto policiais ficam horas esperando o registro de uma ocorrência na delegacia, áreas da cidade ficam descobertas de rondas e patrulhamentos. Segundo o major Jean Carlos, comandante em substituição do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar na capital (BPtran), o ideal é que as ocorrências demorem, no máximo, 40 minutos para ser registradas. "Ocorrências simples não deveriam demorar mais. Mas, infelizmente, somos parte de uma máquina de segurança em que, se uma parte (Polícia Civil) não funciona, compromete todo o resto", disse.

Segundo o presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares (Aspra/MG), cabo Marco Antônio Bahia, há relatos de um policial que aguardou 17 horas para encerrar a ocorrência em uma delegacia. "Já comunicamos esse problema ao governo e agora vamos reforçar, porque está só piorando com a Lei Seca e desmotivando o policial a pegar uma ocorrência por saber que vai ter que varar a madrugada na delegacia".

O Detran da capital ficou lotado no último domingo apenas com os condutores que foram abordados na rua ou em um acidente, já que os motoristas flagrados nas blitze da Lei Seca não chegaram à unidade. Questionada, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) não explicou o que ocorreu.

"Já era esperado que isso fosse acontecer. O Estado tinha que ter se preparado, aumentando efetivo, antes de fazer as blitze da Lei Seca, para atender à demanda nas delegacias", ressaltou o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindpol/MG), Denilson Martins. De acordo com os policiais, nas cidades do interior do Estado, a situação também é caótica. (JS)

BETIM Presos se rebelam ateando fogo em colchões de Ceresp



Publicado no Super Notícia em 05/02/2013
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EVANDRO TELES
FOTO: NELSON BATISTA
Agentes usaram spray de pimenta; Suapi diz que não houve excesso
Uma possível restrição à visitação de familiares de presos no Ceresp Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, motivou uma rebelião na unidade, na manhã de ontem. Alguns detentos atearam fogo em colchões revoltados com o rumor.

Segundo a dona de casa Ângela Passos, 50, cujo filho de 24 anos cumpre pena na unidade, grávidas e crianças menores de dez anos não poderiam mais visitar seus parentes. "A situação piorou com a chegada do novo diretor, que está proibindo a gente de fazer visita até no período de chuva. Agora, a revista que eles fazem é humilhante", disse.

Enquanto aguardavam o desfecho da rebelião, alguns familiares fizeram um cordão humano em frente a uma das saídas do Ceresp Betim. Eles acreditavam que a transferência de alguns detentos tivesse relação com algum ato disciplinar. Agentes do Comando de Operações Especiais (Cope) tiveram que intervir e ouve novo tumulto, com familiares e repórteres sendo atingidos com spray de pimenta.

A Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) informou que não houve situação de rebelião no Ceresp Betim. Ainda segundo a Suapi, "um boato de que crianças e senhoras não poderiam fazer mais visitas à unidade fez com que detentos, que estavam no banho de sol, se recusassem a voltar para suas celas. A situação foi revertida durante uma conversa do diretor da unidade com os presos, com exceção da ala C, na qual os detentos colocaram fogo nos colchões em protesto ao boato". Conforme a Suapi, a transferência de 65 presos já estava programada.

MINEIRÃO Torcedores buscam direitos



Pessoas lesadas no jogo de reabertura do estádio tentam se mobilizar para não deixar barato
Publicado no Super Notícia em 05/02/2013
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THIAGO NOGUEIRA
Guilherme Guimarães
FOTO: BRUNO FONSECA / DIVULGAÇÃO - 2.2.2013
Apesar de a drenagem não ter suportado a chuva no sábado, sistema não será trocado
Um dia depois do clássico, torcedores que se sentiram lesados, seja na compra de ingressos ou na prestação de serviços no Mineirão, começam a entrar com ações na Justiça contra a Minas Arena, operadora do estádio, contra o Cruzeiro, mandante da partida, e até contra o Estado.

Através de uma rede social, o advogado Diogo Alexandre Garcia, 29, está reunindo o máximo de torcedores que foram ao clássico no grupo chamado "Lesados pela Minas Arena". Até ontem, o grupo já contava com mais de 200 membros.

"Usaremos o Código de Defesa do Consumidor para pedir a devolução em dobro do valor pago pelo ingresso. Além disso, pediremos também indenizações por danos morais por tudo aquilo que ocorreu no Mineirão: falta de água para beber, de luz nos banheiros e de alimentos", afirmou Garcia.

O gerente do Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Gilberto Dias de Souza, sugere que os torcedores procurem o Ministério Público para uma ação coletiva. "O mínimo que o Ministério Público deveria fazer era propor uma ação civil pública obrigando os organizadores do evento a restituir todos os valores pagos pelos consumidores neste jogo", destacou Souza.

Também participante do grupo, o advogado atleticano Leonardo Soares Tito orienta que, para protocolar ações no Juizado Especial, o torcedor deve estar ciente que as causas são de até 40 salários mínimos. "Meu amigo entrou com uma hoje (ontem) e a audiência deve ser só em maio", ressaltou.

Diretor-presidente da Minas Arena, Ricardo Barra, disse que o consórcio vai divulgar em breve um telefone para reclamações, no intuito de resolver os problemas dos torcedores. "Temos que ter um relacionamento com eles. Estamos abertos a queixas", disse Barra.

Avaliação. O promotor José Antonio Baêta, da Promotoria de Defesa do Consumidor, aguarda a entrega dos relatórios de seus fiscais para tomar as providências contra os organizadores.

Ontem, a Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) divulgou uma nota com duras críticas contra o consórcio. "Uma atitude de total desrespeito", diz o texto.
FOTO: LEO FONTES – 3.2.2013
Perto do parapeito, água não encontra local para escoamento
TUDO NA MESMA
Substituição do gramado não vai ser necessária
A Minas Arena garantiu que não será necessária a troca da drenagem ou do gramado do Mineirão. A chuva que atingiu o local no último sábado, 24 horas antes do clássico, deixou o campo encharcado, o que colocou em xeque o sistema de absorção de água do estádio.

Para o diretor-presidente da Minas Arena, Ricardo Barra, uma concentração de chuva na região da Pampulha, como naquele dia, seria capaz de interromper uma partida oficial em qualquer lugar.

"A drenagem está adequada à funcionalidade que se preza. As chuvas que aconteceram no dia anterior foram atípicas. Se, naquele momento, estivesse sendo disputada uma partida de futebol, seria paralisada. Não há qualquer previsão de troca do gramado", disse o presidente.

Mudanças. Diante dos problemas de acesso ao estádio pelas catracas e, em especial, pelos estacionamentos, a Minas Arena admite alterar o horário de abertura dos portões do local.

No clássico, a entrada foi liberada às 14h10 (atraso de dez minutos em relação ao previsto). "Não poderíamos ter aberto antes porque os estacionamentos dão acesso ao estádio", alegou Ricardo Barra, da Minas Arena.

A empresa prometeu outros ajustes, como evacuar totalmente os estacionamentos em dias de jogos antes do acesso do torcedor para que se evite que carros de prestadores de serviços ou de outras pessoas ocupem vagas de autoridades ou da imprensa. (TN)

Esqueleto achado em estacionamento é do rei Ricardo III da Inglaterra


MORTO HÁ 527 ANOS
Publicado no Super Notícia em 05/02/2013
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FOTO: UNIVERSITY OF LEICESTER/ASSOCIATED PRESS
Restos mortais de Ricardo III exibem escoliose, uma forma de curvatura da coluna vertebral
Leicester, Reino Unido. O esqueleto encontrado em um estacionamento de Leicester, no centro da Inglaterra, é do rei Ricardo III, morto aos 32 anos, em 1485 no campo de batalha, segundo anunciaram especialistas ontem. Os cientistas descreveram a descoberta, que foi feita por exames de DNA, como "verdadeiramente surpreendente".

"A conclusão acadêmica da Universidade de Leicester é que, além de qualquer dúvida razoável, o indivíduo exumado em Greyfriars, em setembro de 2012, é efetivamente Ricardo III, o último rei da Inglaterra da casa Plantagenet", afirmou o arqueólogo Richard Buckley, que encabeçou a investigação. Os especialistas realizaram datação por carbono, testes de DNA e exames de raio X para determinar a veracidade da descoberta.

O corpo de Ricardo III, que foi rei da Inglaterra entre 1483 e 1485, nunca havia sido encontrado. O esqueleto, que está bem conservado, tem detalhes surpreendentes, como a ponta metálica de uma flecha entre as vértebras superiores e uma fenda na parte de trás do crânio. Os restos mortais do soberano serão sepultados na catedral da cidade.

Ricardo III foi retratado em uma peça de William Shakespeare como um usurpador corcunda que deixou um rastro de corpos, incluindo os de seus dois sobrinhos principescos.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

"Vou dar ainda mais valor à vida", diz sobrevivente de bala perdida no Centro de BH


Mulher que foi baleada durante fuga de assaltantes que invadiram a Galeria do Ouvidor recebe alta

Publicação: 02/02/2013 06:00 Atualização: 02/02/2013 06:13
Rosângela, ao lado do marido, Wagner, deixou a UTI: ferida há 10 dias no Centro (ARQUIVO PESSOAL)
Rosângela, ao lado do marido, Wagner, deixou a UTI: ferida há 10 dias no Centro
Depois de passar uma semana em coma induzido, a supervisora de vendas Rosângela de Paula Ferreira, de 43 anos, atingida por bala perdida durante assalto em frente à Galeria do Ouvidor, recebeu alta na noite de ontem da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ela permanece internada na enfermaria do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, mas está cada vez mais perto de voltar para casa, onde deixou a panela de arroz no fogo por fazer. “Vai ficar lá, no mesmo lugar, esperando você chegar”, brinca o marido, Wagner, mais aliviado agora que o pior passou. Ao ouvir o comentário do marido, Rosângela sorri. “Não falei que não era para você se preocupar? Estou aqui e estou bem. Sinto que vou dar ainda mais valor à vida.”

“É um milagre ela estar viva”, desabafa Wagner. Segundo o marido, o projétil passou a milímetros da coluna, deixando-a com dificuldades para movimentar a perna direita. O corte da cirurgia mede cerca de dois palmos de comprimento, atravessando a barriga, da virilha ao primeiro osso abaixo dos seios. Diante da possibilidade de sequelas, a família estuda ajuizar medida cautelar contra o Estado, pedindo ajuda para custear o restante do tratamento e a possível reabilitação. “Não importa saber de onde veio. O absurdo é ela ser vítima de bala perdida em pleno Centro, no meio de cerca de 400 pessoas. Podia ser qualquer um de nós”, protesta Wagner. Segundo ele, o boletim de ocorrência registra que o tiro partiu da arma de um policial, reagindo à ação do assaltante – o que ainda está em apuração.
Naquele dia, 23, Rosângela pregou um bilhete na geladeira para lembrar sobre a necessidade de pedir o gás e saiu para fazer compras na região central. Desceu do ônibus, levou chocolates na promoção para o filho de 17 anos e seguiu em busca de miçangas para bordar chinelinhos. Ainda passou em outra loja para conferir o preço das calças jeans para o filho. “Estava atravessando a rua e de repente todos saíram correndo. Percebi uma confusão, mas não sabia que estava ocorrendo um assalto. Tentei voltar e me esconder atrás de um caminhão-baú, mas a bala veio antes”, explica, na cama da enfermaria. 

Como estava de costas, Rosângela não viu quem deu o tiro – se um dos três assaltantes das Lojas Itapoã, no mesmo quarteirão, ou se um policial. “Não vi quem era e imediatamente despenquei. O sangue voou longe. Gritei sem parar: ‘Socorro, tomei um tiro!’”, conta ela, que foi socorrida por uma moça chamada Renata. “Aí, eu vim para o hospital o tempo todo orando para Deus me livrar do perigo”, relata ela, serena. 

Rosângela não pretende mudar a rotina depois que sair do hospital. “Mudar como? Já não sou de ir a festa, boate, locais de maior risco. Minha vida é só trabalhar, ir a um aniversário e fazer minhas comprinhas na rua. Minha rotina já é básica”, comenta a vítima, que manifesta preocupação apenas com o filho adolescente. “Aliás, passou da hora de ele chegar em casa. Você já ligou para ver se está tudo bem?”, diz Rosângela, mãe coruja, interpelando o marido. 

Dois foram presos
Dos três acusados de participar do assalto, dois foram detidos: Walisson Braz, de 23 anos, e o menor F.J.M.F., 16. Uma arma foi recolhida com eles. Segundo a polícia, os criminosos invadiram a loja de calçados, mas uma pessoa conseguiu pedir ajuda a um militar da cavalaria. Eles teriam sido reconhecidos também como assaltantes de uma joalheria na mesma região. Um PM à paisana perseguiu o suspeito até prendê-lo. De acordo com testemunhas, o disparo foi feito por um policial. Segundo o casal, o filho adolescente está revoltado com o que ocorreu e se nega a tocar no assunto. “Ele fica pedindo para a gente não falar mais sobre o acidente, como se quisesse apagar da memória o dia em que a mãe levou um tiro. Como se fosse simples passar uma borracha. No entanto, temos de conseguir ajuda para a Rosângela. Essa bala não pode ficar repercutindo na gente a vida toda”, diz.

Sem efetivo, polícia tem técnico trabalhando como investigador


CIVIL
"Jeitinho" coloca em risco segurança dos servidores e as investigações
Publicado no Super Notícia em 02/02/2013
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JOANA SUAREZ
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FOTO: MARIELA GUIMARÃES
Custo. Segundo advogado do Sindpol, Rodrigo Miranda, indenizações podem chegar a R$ 350 mil
O salário é de técnico assistente e de auxiliar administrativo. Mas, na prática, eles trabalham como investigadores e escrivães de polícia. Seja nas delegacias do interior de Minas, da região metropolitana ou mesmo de Belo Horizonte, são muitos os servidores desviados de função para preencher as lacunas deixadas pela falta de efetivo da Polícia Civil de Minas. O sindicato da categoria já acumula mais de 300 ações na Justiça, com pedidos de indenização que vão de R$ 10 mil a R$ 350 mil.

São casos de investigadores atuando como peritos criminais e até mesmo como delegados; servidores municipais, cedidos pelas prefeituras mineiras, trabalhando como investigadores e escrivães; função também exercida por assistentes, que acumulam ainda cargo de investigadores.

Muitas vezes, os servidores desempenharam durante anos cargos que teriam remunerações maiores. É o caso de um técnico assistente da Polícia Civil de 43 anos que pediu para não ter o nome revelado. Mesmo sem ser policial, ele trabalha há 25 anos como investigador. E.M.O. atua no instituto de criminalística e, frequentemente, dirige a viatura até o local do crime e, como diz ele, ‘carrega defunto’. Para isso, ele tem carteira de policial e anda armado.

"Só quem pode fazer isso é um policial. Mas o Estado me coloca para trabalhar como investigador e não me paga por isso, nem reconhece meu trabalho", afirmou. Na carteira de trabalho, seu salário não chega a R$ 1.000, enquanto um investigador recebe cerca de R$ 2.168. "Mesmo sem receber salário de policial, eu sou cobrado como tal, chamam até corregedoria para mim se precisar", contou. Ele venceu o processo e irá receber R$ 140 mil do Estado.

"É um dinheiro que poderia estar sendo investido pelo Estado no aumento de efetivo para não precisar desviar funcionários", disse o advogado Rodrigo Miranda, do departamento jurídico do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas (Sindpol-MG). Segundo ele, no caso de indenizações abaixo de R$ 11 mil, o pagamento deve ser à vista; acima disso, é feito através de precatórios.

A auxiliar administrativo E.D.C. vai receber R$ 150 mil por ter trabalhado por dez anos como escrivã em uma delegacia de Belo Horizonte. "Sempre fiz funções que não eram minhas. Aprendi muita coisa, mas nunca recebi por isso", contou.

O Sindpol estima que a corporação tenha um déficit de dez mil profissionais atualmente. Segundo o Sindicato dos Delegados de Polícia de Minas (Sindepominas), 509 municípios não têm sequer delegados, e a maioria das delegacias do interior trabalha na base do improviso. "Servidores que deveriam estar em funções administrativas estão exercendo função de polícia, colocando em risco sua própria segurança. E isso pode anular todo um inquérito, por exemplo", disse o presidente do Sindipol, Denilson Martins. Procurada, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que a corporação é quem deve se pronunciar. A Polícia Civil esclareceu que o setor jurídico irá analisar a demanda.




EMPRESTADOS
Prefeituras cedem servidores para as delegacias mineiras
Em várias delegacias mineiras, há os funcionários ‘ad hoc’ – cedidos pelas prefeituras para exercer função administrativa, através de um convênio entre Polícia Civil e o município. Porém, na maioria das vezes, as unidades não têm efetivo suficiente e esses servidores acabam atuando como escrivães e investigadores.
A Polícia Civil informou, em nota, que os funcionários fazem apenas atividades administrativas. Mas o servidor E.R.S., da Prefeitura de Manga, no Norte de Minas, trabalhava como investigador e foi baleado quando a unidade foi invadida por bandidos. Após entrar na Justiça, ele recebeu indenização de R$ 10 mil e se aposentou por invalidez com salário de investigador.

Com a mudança de governo em algumas prefeituras neste ano, vários funcionários que trabalhavam nas delegacias foram exonerados. É o caso de Santa Luzia, na região metropolitana da capital, onde 34 trabalhadores foram demitidos com a troca de prefeito.

Na unidade principal, onde funciona o setor de trânsito e identificação, são 18 profissionais a menos. "A delegacia tem dois escrivães. As pessoas vão procurar a unidade para tirar identidade e não terá quem faça o serviço", disse um policial do município.

No último concurso para escrivão em Minas, há um ano, há 390 candidatos excedentes, que ainda não foram chamados. A Polícia Civil informou que a validade do concurso será adiada por mais um ano. (JS)

Jovem atleta recebe último adeus em quadra de basquete


TRAGÉDIA EM SANTA MARIA
Ex-jogador da seleção brasileira sub-18 é a 236ª vítima de incêndio em boate
Publicado no Super Notícia em 02/02/2013
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FOTO: JUNIO NUNES/AGÊNCIA RBS/ESTADÃO CONTEÚDO
Emoção. O velório de Rafael Raschen foi realizado ginásio do Corinthians, onde ele jogava basquete
Santa Maria. O local onde o santa-cruzense Matheus Rafael Raschen, 20, iniciou a carreira como jogador de basquete serviu ontem de espaço para o velório do jovem, cuja morte eleva para 236 o número de vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS). Foi no ginásio de esportes do Clube Corinthians, no centro de Santa Cruz do Sul, que amigos e parentes deram o último adeus para o ex-jogador da seleção brasileira sub-18 de basquete.

Embaixo do placar eletrônico, em vez do nome de uma equipe estava o de Matheus. O caixão foi coberto pela bandeira do Grêmio e pela camisa que o jovem usava no time de basquete Corinthians-RS, onde atuou por mais tempo durante a carreira.

A morte do jovem comoveu a cidade de 120 mil habitantes, localizada a 150 quilômetros do local da tragédia, onde Matheus cursava o quarto semestre de tecnologia em alimentos, na Universidade Federal de Santa Maria. Milhares de pessoas foram ao ginásio para prestar solidariedade à família. O pai da vítima, Nestor Raschen, é figura conhecida por exercer a função de vice-diretor de um dos maiores colégios da cidade.

Assim como dezenas de vítimas do incêndio na boate Kiss, o santa-cruzense foi encaminhado ainda durante a manhã de domingo, de helicóptero, para o Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre, com queimaduras de seundo e terceiro graus pelo corpo e pela intoxicação com a fumaça. Ele ficou cinco dias internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e faleceu na noite de anteontem após uma parada cardíaca. O sepultamento ocorreu ontem, no Cemitério Municipal de Santa Cruz do Sul.
Estudante mineiro pode ter alta
A família do estudante de odontologia Túlio Gustavo Magalhães, 21, está contando as horas para tê-lo em casa. Ontem, o jovem passou por exame nos brônquios e o resultado foi promissor. "Não detectaram lesões. Ele está novo em folha", comemora o pai, João Batista, dizendo que Túlio pode receber alta a qualquer momento.

Também vítima do incêndio na boate Kiss, a estudante mineira Ludimila Mendonça, 26, até o final da tarde de ontem, não havia sido submetida ao exame para saber se pode deixar a UTI. A jovem permanece sedada e com ventilação mecânica e seu quadro é estável. (Maria Teresa Leal/especial para O TEMPO)

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

CRUZEIRO X ATLÉTICO Clássico com charme a mais


Partida de domingo entre Cruzeiro e Atlético tem ingredientes de sobra para entrar para a história do confronto
Publicado no Super Notícia em 31/01/2013
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THIAGO NOGUEIRA E BRUNO TRINDADE
FOTO: ANGELO PETTINATI - 21.12.2012
Confronto, no Mineirão, gera ansiedade entre torcidas e jogadores dos dois clubes
Atuar em grandes palcos do futebol brasileiro é algo normal para os jogadores. Mas, no novo Mineirão, o cenário será totalmente atípico. A reinauguração do estádio, a abertura do Campeonato Mineiro, além da volta da divisão de torcidas em clássicos - talvez, o último - deixam cruzeirenses e atleticanos ainda mais ansiosos.

Hoje, os jogadores da Raposa terão o primeiro contato com o gramado do Gigante da Pampulha. Nesta tarde, eles farão um treino de reconhecimento. Amanhã, será a vez dos alvinegros conhecerem a nova arena. Isso já será uma forma de amenizar a apreensão às vésperas do confronto histórico, que marca a nova era do maior palco do futebol mineiro.

A expectativa já é grande, tanto na Toca da Raposa II quanto na Cidade do Galo. Os jogadores compartilham a ansiedade com os torcedores das duas equipes, que, desde a última segunda-feira, fazem enormes filas para a compra dos ingressos.

No Atlético, não existe essa de jogador experiente não ficar ansioso. "Mesmo tendo jogado em muitos clubes e com experiência, o frio na barriga acontece. A ansiedade é válida, principalmente em se tratando de um clássico e num estádio novo", disse o atacante Alecsandro, que não é titular, mas pode ter uma oportunidade durante o confronto.

O lateral Marcos Rocha, que já disputou clássicos no antigo Mineirão com a camisa do Galo, também tem notado um clima diferente. "A semana já começa com muita responsabilidade, começa tensa, a cobrança que é vencer esse clássico. Estamos bastante focados", comentou o defensor, formado na base do alvinegro.

Já no Cruzeiro, o meia Ricardo Goulart disse ser impossível conter a ansiedade antes de uma partida dessa magnitude. "É importante fazer um reconhecimento (do gramado). Espero que possamos nos adaptar. Dá uma tensão por se tratar de um clássico, que é um jogo à parte. Quem não sentir um frio na barriga, vai trabalhar em um banco, porque mexe, sim, com o jogador", declarou o recém-contratado.
FOTO: RODRIGO LIMA – 23.1.2013
Atleta pode substituir Diego Souza
Goulart entre os titulares
Com a provável ausência do Diego Souza no clássico deste domingo, contra o Atlético, o técnico Marcelo Oliveira, colocou Ricardo Goulart entre os titulatres que treinaram na Toca da Raposa 2. O jogador pode ser o substituto do meia, que ainda não teve sua situação regularizada na CBF, o que dificilmente ocorrerá a tempo para que ele entre em campo.

O atleta depende de uma autorização da Fifa para ganhar condições de atuar. A Raposa fez o pedido ao órgão no dia 24 de janeiro, mas a resposta costuma sair, em média, de 15 a 20 dias. A situação ainda não se definiu porque o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, ex-clube do meia, não confirmou a transferência do jogador e alegou à Fifa que ele ainda tem contrato com o clube. Mas a entidade reconheceu a liberação do atleta pela por falta do pagamento de salários.

Ontem, Anselmo Ramon iniciou o coletivo no time titular e, depois, foi substituído por Vinícius Araújo. Dagoberto, que deve começar no banco, entrou no lugar de Egídio.(BT)
FOTO: CHARLES SILVA DUARTE – 31.1.2009
Al-Gharafa não aceita liberar jogador
Novela com fim trágico
A novela sobre a possível volta do atacante Diego Tardelli ao Atlético caminha para um fim trágico. O presidente Alexandre Kalil reduziu ainda mais as possibilidades de o jogador retornar ao clube. Segundo o mandatário, Tardelli tem apenas 10% de chances de vestir a camisa alvinegra.

O Al-Gharafa se mostra resistente em liberar o jogador. O Galo já fez três propostas para o time do Oriente Médio e a pedida do clube árabe estaria na casa dos 6 milhões. "Tardelli está cada vez mais difícil, a chance caiu de 40% para 10%. Vamos tentar um plano B. Já temos e vamos tentar", afirmou o presidente à TV Alterosa. 

GUERRA DE TORCIDAS Julgamento galoucura



Seis dos 12 acusados de participar do espancamento e morte de cruzeirense, em 2010, estão sendo julgados em BH
Publicado no Super Notícia em 31/01/2013
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JOSÉ VÍTOR CAMILO
FOTO: FOTOS LEO FONTES
Ontem, foram ouvidas duas vítimas e outras sete testemunhas do crime brutal
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Apesar do atraso de uma hora, teve início ontem o julgamento de seis dos 12 suspeitos de ter participado da pancadaria entre torcidas organizadas, em dezembro de 2010, que terminou na morte de Otávio Fernandes, de 19 anos, em frente ao Chevrolet Hall, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.

O juiz do 2º Tribunal do Júri, Glauco Eduardo Soares, disse que o julgamento deve durar cerca de três dias. "Isso porque boa parte das 29 testemunhas deve ser dispensada", explicou o juiz.

O júri, formado por quatro homens e três mulheres, decidirá pela condenação do antigo diretor da Galoucura, Marcos Vinícius Oliveira de Melo, o Vinicin, acusado de homicídio e tentativa de homicídio; João Paulo Celestino Souza, o Grilo, acusado de homicídio; e Cláudio Henrique Souza Araújo, o Macalé, por tentativa de homicídio. Todos eles são acusados, também, de formação de quadrilha. Os outros três réus, Eduardo Douglas Ribeiro Junior, Josimar Junior de Sousa Barros e Windsor Luciano Duarte Serafim são julgados em liberdade apenas por formação de quadrilha.

Ao longo do dia, foram ouvidas duas vítimas e outras sete testemunhas do crime, começando por Rodrigo de Oliveira, um dos sobreviventes às agressões. Ele, que já havia sido diretor da Máfia Azul por sete anos, disse estar com problemas psicológicos após as agressões e ter saído da organizada.
A voz das testemunhas
Do total de testemunhas ouvidas, apenas Rodrigo Marques de Oliveira reconheceu Marcos Vinícius Oliveira, o Vinicin, como autor das agressões contra Otávio. O restante das testemunhas relataram ter visto alguns dos réus entre o grupo de agressores, porém, não viram quem eles agrediram. Já Cláudio Henrique Souza, o Macalé, foi citado várias vezes como o homem que carregava uma grade e empurrava os torcedores. Após a pausa para o almoço, o promotor Francisco Santiago disse que tudo corria bem no julgamento. "A defesa passa vídeos de brigas entre as torcidas, o que só reforça nossa tese da formação de quadrilha", alegou.

Enquanto isso, o advogado de defesa, Dino Miraglia, disse estar seguro de que seus clientes serão inocentados. "Até agora, as testemunhas apontaram que o vídeo, visto na delegacia, estava editado, igual na TV. Além disso, nenhuma das testemunhas de acusação reconheceu os acusados", disse o advogado. (JVC)

Motorista com dois sinais será preso


Quem recusar o bafômetro e apresentar indícios de embriaguez será conduzido
Publicado no Super Notícia em 31/01/2013
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JOANA SUAREZ
FOTO: WESLEY SANTOS/AGÊNCIA ESTADO
Lei dem dezembro passado diz que o testemunho de agentes será tratado como prova
Após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamentar os sinais para que a autoridade policial ateste a embriaguez dos motoristas, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) decidiu aumentar o rigor nas blitze. A partir de agora, o condutor que se recusar a fazer o bafômetro e apresentar mais de um indício de ter ingerido bebida alcoólica será conduzido à delegacia de trânsito para que seja feita a prisão em flagrante. A adoção do procedimento foi definido ontem durante uma reunião da Seds com o Departamento de Trânsito de Minas (Detran-MG) e a Polícia Militar.

De acordo com o subsecretário de integração da Seds, Robson Lucas da Silva, até então, existia uma flexibilização maior por parte dos policiais para definir se o motorista cometeu apenas uma infração ou se seria um caso de crime de trânsito. "Diante da regulamentação do Contran, nossa interpretação é que o motorista que apresentar mais de um sinal de alteração da capacidade de dirigir deve ser conduzido à delegacia", explicou Silva. 
Critérios
Entre os critérios que os agentes de trânsito devem analisar estão itens como sonolência, desequilíbrio, vômito, soluços e roupas desordenadas. Segundo o subsecretário, o condutor tem o direito de fazer o teste do bafômetro ou o exame de sangue para provar que não bebeu ou que bebeu pouco. "É um procedimento rigoroso, mas é o adotado pela Polícia Rodoviária Federal, e esperamos que tenha um efeito educativo", acrescentou.(JS)

Garota é raptada pelo namorado Menina de 13 anos passou dois dias em poder do adolescente, que pediu resgate de R$ 1.000



Publicado no Super Notícia em 31/01/2013
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RICARDO VASCONCELOS
FOTO: DOUGLAS MAGNO
Local em que a garota foi mantida refém durante dois dias pelo namorado
Depois de ser mantida durante dois dias em cárcere privado pelo namorado, que exigia o pagamento de R$ 1.000 para libertá-la, uma estudante de 13 anos foi libertada após o caso chegar ao conhecimento da Polícia Militar (PM). Na madrugada de ontem, ela foi resgatada do cativeiro, no bairro Nossa Senhora de Fátima, em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte. O acusado do sequestro, que tem 15 anos, e o seu comparsa, o irmão, de 14, foram apreendidos em flagrante.

De acordo com a Polícia Militar, a jovem saiu de casa na segunda-feira para uma consulta ao dentista. Depois disso, não voltou mais. "A partir daí, a mãe passou a receber ligações do adolescente, que exigia o dinheiro para libertá-la. Caso contrário, ele iria matá-la", contou o tenente Breno Otávio Pinheiro Chagas Sales, do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). Segundo o policial, grávida, a mulher, de 35 anos, disse que não tinha como pagar pelo resgate. Desesperada, acabou chamando a atenção dos vizinhos, que acionaram a PM. Especializado neste tipo de negociações, o Gate acabou entrando no caso.

Depois de realizar vários levantamentos, os militares chegaram até uma casa na rua Minas Novas, no bairro Nossa Senhora de Fátima, em Sabará. Por volta das 21h30 de anteontem, os militares cercaram o imóvel. Segundo o tenente Sales, a entrada da casa estava sem o portão, sendo protegida apenas por um tapume, o que leva a crer que o adolescente tenha arrombado o imóvel para usá-lo como cativeiro.

"Assim que chegamos, nos identificamos como sendo do Gate. Assustado, o rapaz de 14 anos disse que entregaria a jovem. Em seguida, correu para o quarto onde estava a menina. Assim que entramos, a garota saiu do cômodo e o garoto veio logo em seguida", contou o tenente. De acordo com ele, durante a operação, que durou menos de cinco minutos, o adolescente de 15 anos conseguiu fugir pelos fundos da casa, onde havia uma escada encostada no muro. Ele chegou a pular dentro de três casas, mas acabou apreendido em um dos imóveis.

Tortura

De acordo com a PM, durante os três dias em que permaneceu em poder do namorado, a jovem teria sido estuprada, sofrido várias agressões físicas e ameaçada com uma faca. "Quando a encontramos, ela mal conseguia caminhar. Estava num estado muito delicado, com o corpo e as roupas sujas", contou Sales. Depois de libertada, ela foi encaminhada a uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Sabará, onde foi medicada. Os adolescentes foram encaminhados para a delegacia da cidade. 
`Traição´ motivou o sequestro
De acordo com a Polícia Militar (PM), o adolescente de 15 anos estaria envolvido com roubos e tráfico de drogas. Momentos antes da chegada do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) ao cativeiro, um outro rapaz, comparsa do acusado, teria saído do imóvel levando uma arma, que pode ter sido usada em um roubo. A suspeita é reforçada pelo fato de terem sido encontradas toucas ninjas na casa.

Os levantamentos da PM indicam também que o garoto estaria em guerra com traficantes do bairro Nazaré, em Sabará. "Testemunhas alegaram que a menina estaria mantendo contato com esses traficantes rivais e que essa informação chegou ao conhecimento do namorado, que resolveu sequestrá-la para se vingar. Somente com as investigações da Polícia Civil será possível dizer o que aconteceu", explicou o tenente Breno Otávio.

Moradores da rua onde a adolescente foi mantida em cativeiro disseram que desde segunda-feira não perceberam nenhuma movimentação estranha no imóvel. Na manhã de terça-feira, cerca de 12 horas antes do Gate chegar ao local, uma viatura da PM foi vista parada em frente à residência, mas a vítima não estaria lá dentro, retornando apenas no fim daquele dia. (RV)